Uma data marcante, no dia 21 de fevereiro comemora-se a Tomada de Monte Castello na Itália, pela Força Expedicionária Brasileira (FEB), durante a Segunda Guerra Mundial. É uma data marcante por ser a primeira vitória brasileira no conflito, ocorrido em 1945, entre as tropas aliadas, lideradas pelos Estados Unidos, e o Exército Alemão. O confronto se deu para conquistar a região de Monte Castelo, em Toscana, para isso, diversas barreiras foram ultrapassadas durante as tentativas de conquista da região montanhosa.
Em novembro, a primeira tentativa falhou, já em dezembro, as nevascas e o frio intenso do inverno europeu tornaram a situação ainda mais desafiadora. Após a chegada da primavera, em fevereiro de 1945, uma nova ação foi empreendida. Os brasileiros se juntaram à 10ª Divisão de Montanha do Exército Americano e, após doze horas de batalha, em 21 de fevereiro, finalmente conquistaram o Monte Castelo.
Dois Batalhões de Infantaria, o Esquadrão de Cavalaria, toda a Artilharia e a Engenharia de Combate participaram do ataque. Para ter êxito na missão foi necessário avançar em direção a Bolonha, romper a Linha Gótica, uma barreira defensiva alemã composta por fortificações nas montanhas dos Apeninos, para dar acesso a uma importante via, a Rota 64, fundamental para os aliados derrotarem as forças nazistas naquela área de operações.
A batalha foi parte da Campanha da Itália, um momento na história militar estratégica da Segunda Guerra Mundial. Entre as batalhas empreendidas durante a guerra, essa foi a que se tornou um marco significativo quanto a participação dos militares brasileiros na libertação da Itália no domínio nazista.
As batalhas contra o experiente Exército Alemão durante a Segunda Guerra Mundial custou a vida de 478 heróis brasileiros, sendo 103 na última investida. Essa conquista ganha maior relevância pelo fato das altas elevações facilitarem a observação do território pelos soldados alemães, um desafio para os aliados movimentarem-se, pois se tornavam alvos fáceis de serem abatidos.
Além disso, uma outra dificuldade que os soldados brasileiros precisaram superar, foi dominar a técnica de alpinismo, sem treinamento específico para esse tipo de combate, e carregando cerca de 25 quilos de equipamentos, cada um, os pracinhas romperam marcha em direção ao confronto contra o experiente Exército Alemão.
As dificuldades apresentadas pelo terreno montanhoso, as condições severas do inverno europeu e a forte oposição da Força Alemã foram obstáculos ultrapassados com êxito pelos soldados brasileiro que, com determinação, conseguiram erguer a bandeira nacional no ponto mais alto daquela elevação.
Esse feito abriu caminho para o avanço das Forças Aliadas em uma área crucial do Teatro de Operações da Europa. A conquista de Monte Castelo, de fato, destacou a bravura e o comprometimento dos soldados brasileiros, que lutaram com valentia e dedicação, conquistando o respeito e a admiração das tropas aliadas durante uma fase crucial da campanha militar.
Essa participação brasileira na Segunda Guerra Mundial aconteceu após submarinos alemães atacaram navios mercantes brasileiros, que foram afundados em 1942, em represália à adesão do Brasil aos compromissos da Carta do Atlântico. O fato despertou comoção pública, fazendo com que presidente à época, Getúlio Vargas declarasse guerra à Alemanha. Então, a partir de 1944, cerca de 25 mil soldados brasileiros foram enviados para a Itália e lutaram à frente de batalha.
A Tomada de Monte Castelo não apenas marcou a primeira grande vitória brasileira na Segunda Guerra Mundial, mas também teve um profundo significado simbólico para o Brasil. Além de demonstrar a bravura e a determinação dos soldados brasileiros, essa conquista elevou a moral tanto das tropas quanto da população em geral, destacando o comprometimento do Brasil com a defesa da democracia e da liberdade em um momento crucial da história mundial.
A vitória em Monte Castelo contribuiu para o esforço de guerra dos Aliados e também solidificou a posição do Brasil como uma nação capaz e comprometida com a luta contra a opressão. Assim, essa página da história militar brasileira continua a inspirar orgulho e respeito, reforçando o legado de sacrifício e bravura deixado pelos heróis, chamados pracinhas, que lutaram nos campos de batalha da Europa.
Você sabia?
786 militares brasileiros oriundos dos Estados do Amazonas, Acre, Pará, Amapá e Rondônia integraram o Contingente da Amazônia do 5º Escalão da Força Expedicionária Brasileira enviado ao Teatro de Operações Italiano. Desembarcando em Nápoles, em 22 de Fevereiro de 1945 e, contribuindo para todas as vitórias das Armas Brasileiras nos combates ocorridos no Teatro de Operações Italiano até o término da guerra em 8 de Maio de 1945.
A declaração de guerra feita pelo presidente Getúlio Vargas, fez com que fossem mobilizados militares de todo o Brasil para serem enviados à frente de batalha. Com isso, criou-se em 1943 a Força Expedicionária Brasileira (FEB), para formar um Corpo de aproximadamente 25 mil soldados. Essa foi a primeira vez que tropas da América do Sul cruzaram o Oceano Atlântico para lutar na Europa.
Em Manaus, reside o ex-combatente amazonense Mário Expedito Neves Guerreiro, que honrosamente serviu durante a Segunda Guerra Mundial. Atualmente, aos 103 anos de idade, é o único sobrevivente de um grupo de 160 compatriotas amazonenses que foram convocados para os campos de batalha na Itália.
Nascido em 1920, além do heroísmo militar, Mário Guerreiro trilhou carreira como advogado, já era pai de quatro filhos quanto formou em Direito em 1954, seu legado é marcado não apenas por sua dedicação às leis, mas também por seu empreendedorismo, sendo pioneiro na promoção da industrialização de fibras na região amazônica. Além disso, é reconhecido como o idealizador visionário do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), uma instituição fundamental para o desenvolvimento econômico da região amazônica.
