26 de julho de 2024
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Precisamos preservar vidas

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Lastimável. A população brasileira vive em polvorosa a cada início de ano. Faz tempo que os desastres naturais causam destruição. Basta consultar estatísticas. Os temporais já dizimavam população em séculos passados, principalmente nas regiões de encostas, serras, como no eixo Sul-Sudeste e Nordeste.

O Brasil surgiu de ocupações desordenadas. As cidades se expandiram em direção a regiões serranas. Os mais abastados ocuparam e ainda ocupam as áreas mais seguras, em tese menos vulneráveis ao furor das chuvas intensas.

Paralelamente, milhões de pessoas foram empurradas para as áreas periféricas. Não tinham opções e nem recursos para comprar terras em locais centrais. Casas foram construídas em terrenos frágeis, que nem sempre resistem às mudanças climáticas.

E, o resultado, são centenas de mortos soterrados, casas destruídas pelas águas das chuvas que causam todo tipo de destruição. E tudo que está à frente de enxurradas sente os impactos das altas precipitações pluviométricas.

São situações recorrentes. O litoral de São Paulo foi devastado, com saldo de pelo menos 65 mortos. Com tantas mortes, desabrigados e desalojados, o que se assistiu foi um cenário de guerra, comovendo o Brasil e todo e o próprio exterior.

No domingo (12), sentimos na pele a força da natureza, inconformada com tanta agressão. O temporal matou oito pessoas no bairro Jorge Teixeira, zona leste de Manaus, deixando ainda centenas de famílias desabrigada.

A população manauara ainda chora suas perdas. E teme novos desastres por conta das intensas chuvas, que praticamente não dão trégua. Nunca se viu tantas tragédias como agora, não só aqui, como também no resto do País.

Enquanto muitos morriam no terremoto que matou milhares de pessoas na Turquia e na Síria, outras sucumbiam pelas intempéries devastadoras no litoral paulista. E, agora, mais recentemente, na capital amazonense.

São sinais de novos tempos? A própria natureza grita curando-se dos ataques desenfreados do homem contra o meio ambiente? São questões que servem de muita reflexão na humanidade.

Mas existe um senso comum em todas essas discussões que dividem a opinião de especialistas no tema – medidas preventivas poderiam amenizar tantas adversidades que vêm no bojo dos desastres naturais, a começar por adotar regras mais rígidas, impedindo a construção de casas nas encostas e em locais susceptíveis a soterramentos e desmoronamentos.

Porém, os governos parecem não se voltar a uma questão fundamental para preservar vidas, isso nas três esferas do poder público – municipal, estadual e federal.

Em geral, as providências acontecem somente quando os estragos já se fazem sentir, trazendo mortes, destruindo casas, enfim, causando todo tipo de flagelo à população. Quiçá, essas novas estatísticas levem nossos representantes a investir mais na prevenção. E não só em retóricas, discursos demagógicos, que rendem votos.

Nota abre Perfil

Em busca de ajuda federal

A exemplo de outras regiões do Brasil, o Amazonas vem sendo castigado pelas intensas chuvas. Depois da tragédia no bairro Jorge Teixeira, zona leste de Manaus, o prefeito David Almeida está em Brasília, onde negocia com Lula a liberação de recursos para o enfrentamento das adversidades causadas pelos desastres naturais. No domingo (12), um deslizamento de terras matou pelo menos oito pessoas. O temporal destruiu casas e desabrigou centenas de famílias que moram em áreas de risco da cidade. Foram detectadas 300 localidades com alta vulnerabilidade a acidentes.

Ontem, a Defesa Civil interditou 30 casas propensas a sofrer desabamentos na periferia, porém muitos ainda resistem a deixar os locais. Com muita consternação, uma multidão acompanhou o velório e o enterro das vítimas da tragédia que atingiu a população manauara. Tanto aqui como em outros Estados, as chuvas intensas desta época do ano têm deixado um rastro de destruição, dando prejuízos ao poder público e à sociedade civil. Agora, é investir mais em medidas preventivas.

Alívio

Provavelmente, há garantias de verba para Manaus. Um dia após a tragédia na capital, o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, divulgou uma nota nas redes sociais reconhecendo a situação de emergência. E admitiu a possibilidade de liberação de recursos à cidade, hoje castigada intensamente por temporais, ameaçando milhares de pessoas que habitam áreas periféricas. Nos últimos dias, o volume de precipitações tem superado os números do serviço que faz previsões das chuvas na região.

Projeto

O senador Omar Aziz (PSD-AM) está em campo. Ele pediu a retirada de pauta de projeto de lei para aperfeiçoar o texto na busca por ações imediatas do poder público em desastres como o registrado em Manaus no último fim de semana. A matéria, de autoria da senadora Leila Barros (PDT), visa agilizar a resposta da União em casos de calamidade pública e agora deve ser incluído na lista de votação na próxima semana. Uma das mudanças é priorizar as famílias que moram em áreas de risco.

Diagnóstico

Omar Aziz propõe incluir no escopo de ministérios (Desenvolvimento Regional e das Cidades) ações imediatas no momento em que identificar possíveis situações de calamidade. “Um projeto às vezes demora meses ou anos para ser aprovado. Uma simples encosta, no valor de dois ou três milhões de reais, vai para a Caixa Econômica, que depois manda para o ministério que pede mais documentações, as pessoas morrem e você não aprova o projeto”, criticou. Com certeza, precisa mudar.

Salgado

Sem dúvida, o valor do IPTU deste ano está muito salgado. E tem sido alvo de muitas reclamações. Vereadores também criticaram o aumento real do imposto, sem o crivo da Câmara Municipal de Manaus. Ontem, o vereador professor Fransuá (PV), líder da prefeitura, anunciou que o subsecretário de Finanças do Município, Armínio Adolfo de Pontes e Souza, irá nesta quarta-feira (15) à Casa explicar os critérios adotados pela Semef para o reajuste do tributo que atingiu 340 mil imóveis. As cartas estão na mesa.

Salgado 2

E mais.  A ida do subsecretário da Semef é fruto de uma costura que envolveu o presidente da Casa, vereador Caio André (PSC), o líder do prefeito e o próprio prefeito David Almeida (Avante).  Ontem, a prefeitura anunciou que prorrogou até o fim de março o prazo para o pagamento da parcela única do IPTU com desconto. Anteriormente, o valor integral poderia ser pago até esta quarta-feira.  Caio André ressaltou o empenho do município em dar explicações sobre o reajuste. É suficiente?

Empréstimo

Ontem, a CMM autorizou a prefeitura de Manaus a tomar um empréstimo de R$ 600 milhões junto ao Banco do Brasil. O crivo do legislativo teve apenas um voto contrário, do vereador Rodrigo Guedes (Republicanos). Ele protagonizou uma pendenga com o relator do projeto de lei, Gilmar Nascimento (UB), alegando falta de transparência. Segundo Guedes, a matéria aprovada pelo plenário é genérica quando descreve as áreas nas quais devem ser investidos os recursos. Vem mais treta por aí.

Reunião

Enfim, está definida a data da 308ª Reunião do CAS, a primeira deste ano. Ela acontecerá na próxima sexta-feira (24), a partir das 10h (horário de Brasília) em Manaus, na dependências da Suframa. O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, virá à capital para deliberar sobre os projetos em análise. As informações são do superintendente interino Marcelo Pereira. O encontro também incluirá as comemorações dos 56 anos de atuação do modelo Zona Franca.

Terror

Agora, eles espalham o terror em Natal, Rio Grande do Norte. Inconformados pelo tratamento nas penitenciárias, o crime organizado sacudiu aquela capital ateando fogo em ônibus e em logradouros públicos. Agem na surdina, dificultando a ação de policiais que tentam controlar a situação. Estudantes, donas de casa e a população em geral decidiram não sair de casa, temendo a violência que alcançou proporções absurdas, como ocorreu em Manaus há pouco mais de dois anos.

FRASES

“Algumas situações precisam ser esclarecidas”.

Marcel Alexandre (Avante), vereador, sobre polêmica em torno do aumento do IPTU.

“Pegamos um governo com estoque de vacinas vencidas”.

Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde, lamentando desperdício de doses.

Redação

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Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.

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