26 de julho de 2024
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Interesses geram desconfiança

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Por que tantos interesses em preservar a Amazônia? A pergunta está sempre em pauta. São tantas riquezas na superfície e escondidas no subsolo da região que despertam a cobiça do mundo. Nada que justifique tanta preocupação senão deixar para um futuro não tão distante a exploração de grandes potencialidades econômicas, usufruindo desse enorme bioma, a galinha de ouro em que estamos montados, nós amazônidas que somos.

Tanta defesa da região gera desconfiança em grande parte da população brasileira. As nações ricas não atiram no próprio pé. Desenvolvem estratégias para manter seus lucros quando a economia global se tornar mais competitiva adiante. Agora, cabe a nós barganhar para ter maior bolo nessa fatia, mas não esquecendo a importância do desenvolvimento sustentável. De nada valerá agregar desenvolvimento, mais empregos e renda se não preservarmos com empenho nossa rica biodiversidade.

Ontem a Nasa, agência espacial americana, anunciou que quer ampliar a parceria com o Brasil no monitoramento do desmatamento da floresta amazônica e em ações de preservação. O administrador da Nasa, Bill Nelson, se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, em Brasília, para tratar da cooperação aeroespacial entre Brasil e Estados Unidos.

A embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley, também presente na reunião, disse que, em breve, Lula deve conversar com o presidente Joe Biden sobre os assuntos tratados no encontro de ontem. A assessoria da Presidência confirmou que o telefonema entre os dois presidentes deve ocorrer, provavelmente, esta semana.

“Os nossos satélites já mandam muitas imagens e informações aos cientistas aqui no Brasil para localizar a destruição da floresta e nós lançaremos, futuramente, três novos satélites que vão aumentar, e muito, a habilidade de poder identificar e impedir o desmatamento”, disse Bill Nelson à imprensa após o encontro.

O administrador da Nasa lembrou que, há 37 anos, fez um sobrevoo no espaço e conseguiu observar a destruição da floresta e a sedimentação na foz do Rio Amazonas, resultado do desmatamento.

Em outro exemplo de possível parceria, Nelson explicou que a agência espacial tem instrumentos que podem ajudar a aumentar a produtividade no campo, que identificam a umidade do terreno e do ar e detectam pragas.

Hoje (25), Bill Nelson visitará as instalações do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e da Embraer, em São Paulo. A visita do americano ao Brasil será seguida de reuniões de acompanhamento entre os cientistas dos dois países.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, explicou que qualquer tipo de parceria no monitoramento das florestas depende do aval das autoridades científicas que acompanham a política aeroespacial brasileira, que podem apontar a real necessidade de utilização desses equipamentos e sistemas e a viabilidade de cruzamento de informações.

Ela lembrou que, em breve, deve entrar em operação um novo radar sintético que possibilitará a captação de imagens através das nuvens e que o Inpe “continua firme e forte fazendo o dever de casa” na qualificação de informações para o combate ao desmatamento na Amazônia.

“Mas, a princípio, nós temos total simpatia, tudo que tiver de avanço tecnológico para poder garantir o melhor monitoramento da nossa floresta, nós estamos à disposição”, disse. O interesse do Brasil é que as autoridades americanas observam as potencialidades da indústria brasileira na área espacial, segundo anunciou a ministra.

Nota abre Perfil

Bioeconomia em alta

O vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, formaliza hoje as medidas para turbinar a bioeconomia pelo CBA, que ganhou recentemente a personalidade jurídica. Ele está em Manaus para assinar o contrato com a Fuea (Fundação Universitas de Estudos Amazônicos), organização social que administrará a autarquia, abrindo grandes oportunidades de atração de novos investimentos para agregar valor aos insumos regionais.

É a segunda vez em quatro meses que Alckmin vem a Manaus para cumprir agendas na capital. Ele também vai presidir a reunião do CAS (Conselho de Administração da Suframa), ocasião em que serão analisados projetos industriais somando R$ 727 milhões. O vice-presidente vai participar ainda da inauguração do Dimicro (Distrito de Micro e Pequenas Empresas). Com nova denominação, o CBA será fornecedor de novas tecnologias para suprir o mercado local, com amplas possibilidades de gerar mais empregos e renda. Provavelmente, é o início de uma nova matriz econômica.

Consolidação

São regras a serem cumpridas. A assinatura do contrato de gestão é o último passo para a independência jurídica que será gerenciado pela Fuea, que venceu a concorrência pública realizada pelo governo federal no ano passado para gerenciar o CBA. A entidade atuará em parceria com o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), a Fipt (Fundação de Apoio ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e a UEA (Universidade do Estado do Amazonas). Ao redor, um imenso potencial a ser explorado.

Contrapartida

A Assembleia Legislativa comemora o balanço das atividades durante o primeiro semestre do ano. Foram realizadas 143 reuniões e analisadas 1.043 matérias, um resultado positivo, segundo a presidência da Casa.  Os deputados estaduais participaram de duas sessões preparatórios, 65 ordinárias, uma extraordinária, 67 especiais, duas solenes e de seis audiências públicas. E ainda fizeram 689 pronunciamentos. É o que aponta relatório de gerência e assistência a comissões.

Eleições

As próximas eleições só acontecem em outubro de 2024, porém pesquisas apontam os prefeitos favoritos no interior do Amazonas. Segundo dados divulgados, os atuais gestores devem ser reeleitos. Mas Jack Serafim lidera com 27,69% das intenções de voto em Carauari. Em Codajás, Tonho Ferreira deve vencer com 54,4%. Ceceu Ribeiro detém 66,8% das preferências em Santo Antônio do Içá. Em Manaquiri, Jair Souto está à frente com 34,5%. E, em Jutaí, Chiquinho Garimpeiro é o favorito com 34,5%.

Educação

Medida assertiva em defesa do ensino. Projeto de lei que tramita no Senado estende o fornecimento de merenda escolar nos fins de semana e nas férias dos estudantes. A proposta é do senador Weverton (PDT-MA). Foi apresentada em junho e ainda não tem relator na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos). Depois, será analisada na CE (Comissão de Educação). Vale lembrar que a educação transforma vidas, abrindo portas para o crescimento em todos os aspectos. É agregadora de oportunidades.

Violência

Infelizmente, a Região Amazônica está cercada pelo crime organizado. As taxas de mortes violentas intencionais nas cidades da Amazônia Legal são 54% maiores que em outros locais do Brasil, segundo a nova edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que associa o cenário ao crescimento de crimes ambientais e ao avanço do narcotráfico internacional neste lado do país. Em toda a Região Norte, que abrange sete de oito Estados da Amazônia, foram registradas 6.462 assassinatos violentos.

Combate

A prefeitura de Manaus também reforça o combate ao crime. Ontem, a Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania lançou a Campanha de Combate ao Tráfico de Pessoas. O lançamento aconteceu no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, zona norte da capital. Segundo o prefeito David Almeida (Avante), o objetivo é frear ações de uma prática que afeta, hoje, milhares de pessoas, sendo uma preocupação crescente em âmbito global. A cidade aparece no ranking desses casos.

Transferência

O governo central tenta cortar pela raiz as investidas do crime organizado no Amazonas. Ontem, o ministro da Justiça e Segurança, Flávio Dino, autorizou a transferência de 13 presos para presídios federais, todos ligados a facções criminosas que espalham o terror em Manaus e em municípios do interior do Estado. São medidas preventivas para evitar crises mais agudas na região, como aconteceu (não faz muito tempo) na capital, com bandidos ateando fogo em veículos e prédios públicos.

Mortes

O cenário musical brasileiro está de luto. Morreram, ontem, as cantoras Leni Andrade, 80 anos, e Doris Monteiro, 88. Ambas faleceram no Rio de Janeiro. Grandes amigas, as duas se reencontraram em algumas oportunidades nos últimos anos, cantando sucessos que marcaram épocas no Brasil, arrebatando milhões de fãs em todo o País. Leny morreu por problemas pulmonares, e Doris de causas naturais. O público reverencia duas artistas que deixam seu legado para as próximas gerações.

FRASES

“A população pode esperar da UEA”.

André Zogahib, reitor, sobre pesquisas para alavancar bioeconomia.

“Temos uma crise de segurança pública no Amazonas”.

Flávio Dino, ministro, justificando transferência de presos.

Redação

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.

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