Essas empresas internacionais que querem os produtos da nossa floresta têm que desembolsar o PLUS AMBIENTAL aos nossos produtores rurais. Em síntese, as empresas internacionais querem nossos produtos da floresta, mas não pagam os serviços ambientais que o guardião presta ao mundo. Além disso, o FUNDO AMAZÔNIA que deveria ser direto no CPF do produtor rural, ou via governo federal, estadual ou municipal, vai para a intermediação nada justa através das ONGs. Esse um dos motivos do aumento da pobreza que já beira os 60% da população.
Vi na matéria da assessoria da SEPROR que eles querem castanha, borracha e piaçava, portanto, três produtos da floresta que já estão na PGPMBio (Política de Garantia de Preços Mínimos da Sociobiodiversidade) do governo federal, tem preço mínimo, e dois que estão na subvenção estadual, borracha e piaçava.
Tanto o Estado quanto o Governo Federal já têm o CPF desses produtores rurais. Eles recebem somente a subvenção, que, no caso da subvenção federal, o preço mínimo tem como base o CUSTO DE PRODUÇÃO. Ora, que atividade vai ser estimulada pagando apenas o CUSTO DE PRODUÇÃO. Faz tempo que defendo o PLUS AMBIENTAL pago pelo governo federal para os produtos da política do SOCIOBIODIVERSIDADE, atitude que não vejo em alguns doutores em clima e ambiente do Amazonas. Se o governo federal não paga, as empresas internacionais deveriam pagar, pois é um serviço prestado ao planeta.
Vi também na matéria da SEPROR que essa empresa interessada em nossos produtos é do REINO UNIDO, então, se quiserem matéria-prima da nossa REGIÃO, paguem o PLUS AMBIENTAL pelos serviços que ELES prestam ao mundo, porque até agora só teve o BOLSA FLORESTA MISÉRIA de 50 reais por longos anos. Agora parece que está em R$ 100, mas é miséria do mesmo jeito. Soube que nessa reunião, o presidente do Sistema FAEA/SENAR/FUNDEPC, Muni Lourenço, também sugeriu o acréscimo do “plus ambiental” aos nossos produtos da floresta. Perfeito! Esse é o caminho! É justíssimo!
Estão pensando que é vida fácil coletar o látex, tirar a fibra da piaçava do meio mato, escoar, vender por preço baixo e não ter grana para sequer para tomar um café no Shopping de Manaus, bem como conhecer os Estados Unidos e a Europa, como vivem fazendo os doutores do clima e ambiente do estado. Como já disse, até hoje, apesar dos milhões do Fundo Amazônia, só alguns doutores do clima e ambiente tiveram essa oportunidade, essa regalia.
Por fim, nesses encontros com empresas de outros países é sempre importante ter os gestores da SEPROR, SEDECTI e da SEMA no mesmo ambiente, pois sabemos que as pautas estão entrelaçadas. Ganhasse tempo…tempo é ouro para quem tem FOME.
30.05.2023
Thomaz Antônio Perez da Silva Meirelles, servidor público federal aposentado, administrador, especialização na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: [email protected]