10 de dezembro de 2024

Qual vírus mata mais?

É fato que o ano de 2020 jamais será esquecido, não só pela pandemia mundial, mas também pela chegada do novo normal. O advento do vírus nos trouxe muitas perdas e muitas revelações. As empresas inovaram, as pessoas procuraram uma nova forma de fazer negócios e de conquistar o pão nosso de cada dia, isso foi muito bom. A pandemia de coronavírus com a necessidade de isolamento social derrubou a economia global em 2020 – e o Brasil não ficou imune ao abalo provocado pelas restrições impostas à atividade econômica, pela queda na renda das famílias e pelos adiamentos de investimentos e projetos empresariais e pessoais. 

Impacto nos Resultados da Nossa Economia 

Na economia, os números não foram muito bons, mas houve um grande vencedor que foi o comércio eletrônico, que registrou altas recordes de faturamento mês a mês e a adesão de novos clientes em ambiente digital. O consumo de uma forma geral, tivemos algumas medidas de resgate ao consumo. Além do Auxílio Emergencial, que despejou sozinho mais de R$ 300 bilhões na economia, houve a permissão de saque do FGTS emergencial, que tentou recompor as perdas de renda da população com a pandemia. Pelos cálculos da 4E Consultoria, ainda haverá queda da massa efetiva de renda da ordem de 4,9% em relação ao ano passado. Mas, não fossem as medidas de incentivo, a redução seria de 12,6%. Dados apontam para uma  maior concentração de gastos em itens básicos e crescimento da taxa de poupança motivada pela desaceleração severa do consumo de serviços. Pelos cálculos do Ibre/FGV, a procura por alimentos e a desvalorização cambial fez subir, em média, 67% dos custos de produtividade industrial, trazendo de volta as preocupações com a inflação. O descompasso entre oferta e demanda, a desvalorização do real e a retomada econômica da China resultaram em uma combinação perversa para a inflação em 2020. Os analistas consultados pelo relatório Focus, do Banco Central, estimam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) vai encerrar 2020 acima do centro da meta do governo, de 4%. No auge da crise, em junho, a projeção era pouco superior a 1,5%. 

Tão severo quanto o vírus, foram os resultados no que concerne ao desemprego no Brasil. De acordo com o último dado oficial, o desemprego saltou para 14,6% no 3º trimestre encerrado em setembro, afetando 14,1 milhões de brasileiros, com uma perda de 11,3 milhões de postos de trabalho em 12 meses e com mais da metade da população em idade para trabalhar sem ocupação. Entre os trabalhadores com carteira assinada que conseguiram manter os empregos, quase 10 milhões (cerca de um terço do total) tiveram redução de jornada e salário ou suspensão do contrato de trabalho

Os mais afetados pela pandemia foram os informais. Em outubro, o país registrou o 4º mês seguido em que as contratações com carteira assinada superaram as demissões. No acumulado dos 10 primeiros meses deste ano, porém, houve a perda de 171.139 empregos formais. Já Os gastos federais anunciados para combater os efeitos da pandemia já somam R$ 615 bilhões, segundo o Tesouro Nacional. A resposta do governo para a crise garantiu algum alívio para empresas e trabalhadores que se viram, de uma hora para a outra, sem renda. Mas também provocou uma explosão da dívida pública, elevando as preocupações sobre a saúde das contas públicas e sustentabilidade fiscal do Brasil. A dívida bruta do setor público, que no final do ano passado estava em 75,8% do PIB (Produto Interno Bruto), superou em 2020 a marca inédita 90% do PIB. E tende a continuar em trajetória de alta diante da perspectiva de recuperação lenta da economia e incertezas sobre a aprovação de reformas estruturais. 

A Contribuição da Corrupção Brasileira para a Pandemia:

Esta contribuição é tão ou mais perigosa quanto o vírus e suas possíveis mutações, pois ela ataca diretamente o caráter, a personalidade produzindo doença e resultados devastadores no seio da sociedade. Algumas vacinas, levaram até 10 anos para serem elaboradas e ofertadas a sociedade. Atualmente, os cientistas levaram 5 ou 6 meses para produzirem uma vacina eficiente para evitar a COVID-19 e disponibilizar à sociedade, porém, não há relatos da existência sequer de um estudo para produzirem uma vacina ou remédio que combata a corrupção. Nos últimos anos, é recorrente notícias sobre corrupção no Brasil. Diariamente a mídia escrita e falada noticiam o tema da corrupção. Os economistas, por sua vez, têm dado maior atenção a este tema desde a década de 1990, mas encontram dificuldades na mensuração, quanto pela definição dos benefícios e malefícios que permeiam a corrupção. Parece-me que a pandemia deu novo fôlego à corrupção. Novas ideias se revelaram e foram astuciosamente usadas. Seja no desvio de verbas públicas para a compra de respiradores, EPI(s), remédios, esparadrapos, etc., quanto para a compra de caixões. Presenciamos todos os tipos de incompetência de gestores públicos em pelo menos dois grandes segmentos vitais para a população: saúde e educação. A gestão pública em 2020 foi um desastre. É o presidente da república tendo que por diversas vezes voltar atrás em suas palavras atrelada a falta de bons exemplos para o seu povo. Quando eu citei, que a corrupção elencou novas ferramentas a seu favor, desconsiderem o caso do governador que comprou respiradores em uma casa de vinhos próximo à sua residência, como foi noticiado pela imprensa. Neste caso não vou enquadrar como astúcia e sim como deboche a um povo deprimido pela doença desconhecida, perdas de entes queridos, falta de leitos nos hospitais e desemprego. Foi um deboche.

Vem aí 2021

Não vamos esperar um 2021 melhor. Vamos pensar um 2021 melhor, onde muitas coisas nos faltem.

Que em 2021 nos falte a incompetência dos gestores públicos no âmbito da educação, saúde, segurança e trabalho. Vamos trabalhar para que em 2021 tenhamos gestores realmente interessados na vida dos brasileiros sem utopia. Queremos crer, que a vacina contra a COVID-19 chegue rapidamente a todos os brasileiros e que a incompetência na logística da sua distribuição não nos deixe mais doentes. Que a corrupção passe longe desta atrativa forma de ganhar dinheiro ilícito na contratação de empresas para distribuírem a nossa vacina. Vamos desejar, que os gestores públicos não tirem vantagens pessoais nas compras de seringas e agulhas e também que não as deixem esquecidas em armazéns impossibilitando desta forma alcançarem aqueles que precisam realmente.

Sobretudo desejo ardentemente que não deixemos nossas vidas e o nosso futuro nas mãos sujas de indivíduos verdadeiramente doentes 

Luíz Cláudio da Silva

É educador corporativo, professor de ensino superior e espacialista em capacitação empresarial

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