27 de julho de 2024
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Pela baixa competitividade global, o Brasil precisa mudar

Para ser capaz de competir mundialmente e melhorar a qualidade de vida de sua população, o Brasil precisa mudar, uma vez que tem piorado ou estacionado em seu desempenho global nos últimos anos.

Periodicamente, diversas organizações renomadas divulgam o desempenho dos países levando em consideração temas com indicadores que são de interesse da comunidade internacional, em especial dos investidores e de tomadores de decisão, tais como da OCDE, das Agências de Classificação de Risco, etc. 

Abaixo elenco alguns rankings que deveriam servir de norte, tanto para os governantes quanto para o eleitor, uma vez que mostram o mau desempenho de temas importantes que estão sendo negligenciados pelas autoridades ao longo do tempo.

Vejamos três rankings desenvolvidos pelo IMD World Competitiveness Center <https://bit.ly/3tqqNuq>, uma organização Suíça que há 30 anos desenvolve pesquisas sobre como nações e empresas competem visando lançar as bases para a prosperidade futura. Basicamente, o IMD coopera com parceiros de 58 países e para eles, a competitividade determina como países, regiões e empresas gerenciam suas competências para alcançar crescimento a longo prazo, gerar empregos e aumentar o bem-estar da população. 

O primeiro ranking, o de competitividade global <https://bit.ly/3gmcU9u>, é um dos mais completos, foi publicado pela primeira vez em 1989. O último relatório foi publicado em 2021, contém análise de 334 indicadores chaves divididos em quatro categorias <https://bit.ly/36CNLWg>: 1a) Desempenho Econômico, 2a) Eficiência Governamental, 3a) Eficiência Empresarial e 4a) Infraestrutura.

O último relatório avaliou 64 economias e as dez mais competitivas são: 1o) Suíça; 2o) Suécia; 3o) Dinamarca; 4o) Holanda; 5o) Cingapura; 6o) Noruega; 7o) HK; 8o) Taiwan; 9o) Emirados Árabes; e 10o) EUA. Por outro lado, as dez piores são: 64o) Venezuela; 63o) Argentina; 62o) África do Sul; 61o) Botsuana; 60o) Mongólia; 59o) Croácia; 58o) Peru; 57o) Brasil; 56o) Colômbia; e 55o) México.

O maior gargalo do Brasil é a EFICIÊNCIA GOVERNAMENTAL com destaque ao pífio desempenho em indicadores relacionados com: Estrutura Social, Estrutura Institucional, Finanças Pública e a Legislação Empresarial. Outro gargalo é a INFRAESTRUTURA com desempenho fraco em Educação, Infraestruturas Básica e Tecnológica.

Em relação a este ranking, se pegarmos o desempenho do Brasil desde 2000, as melhores posições foram em 2000 (31a), 2001 (30a) e 2010 (38a). E desde 2013, o país caiu para a 51a posição e não conseguiu mais ascender, ficando entre os menos competitivos, apresentando o pior desempenho em 2017 quando ficou na 61a posição, à frente apenas da Mongólia e da Venezuela <https://bit.ly/37Q6WMT>.

O segundo ranking, o de competitividade digital, avalia a capacidade e a preparação de 64 economias em adotar e explorar as tecnologias digitais como elementos chaves para a transformação econômica nos negócios, no governo e na sociedade. Este ranking analisa indicadores relacionados a três categorias: Conhecimento (talento, educação e treinamento, concentração científica), Tecnologia (estrutura regulatória, capital, estrutura tecnológica) e Preparação Futura (atitudes adaptativas, agilidade para fazer negócios, integração de Tecnologias de Informação). 

Em 2021, os dez países digitalmente mais competitivos foram: os EUA, HK, Suécia, Dinamarca, Cingapura, Suíça, Holanda, Taiwan, Noruega e Emirados Árabe. O Brasil ficou na 51a posição, sem avançar em relação a 2020. Alias, desde quando foi lançado, em 2017, nosso país não consegue ascender da 51a posição.

Entre os maiores gargalos estão: habilidade tecnológica e digital, gerenciamento das cidades, experiência internacional, graduação em ciência, desempenho do nível superior, facilidade para iniciar um negócio, legislação para fazer pesquisa, direitos de propriedade intelectual, fundo para o desenvolvimento tecnológico, nota de crédito do país, tecnologias de comunicação, transferência de conhecimento, uso de big data e analytics, segurança cibernética, parceria público-privada, etc.

E o terceiro ranking, talento global, avalia a capacidade de uma economia em desenvolver seus talentos, a fim de atender as demandas do mercado. Este ranking avalia 31 indicadores organizados em três categorias: 

a) Investimento e Desenvolvimento: % de investimento em educação em relação ao PIB, Investimento público em educação por estudante, taxa de relação de alunos por professor, treinamento dos empregados, participação feminina no mercado de trabalho, etc;

b) Atração: índice do custo de vida, capacidade de atrair e manter talentos, motivação dos trabalhadores, fuga de cérebros, qualidade de vida, etc; 

c) Preparação: % de crescimento da força de trabalho, mão de obra qualificada, habilidades financeiras, educação universitária, habilidades em idiomas, mobilidade estudantil, etc.

Entre os 64 países analisados, os dez melhores são: 1) Suíça; 2) Suécia; 3) Luxemburgo; 4) Noruega; 5) Dinamarca; 6) Áustria; 7) Islândia; 8) Finlândia; 9) Holanda; e 10) Alemanha. Por outro lado, os dez com os piores desempenho são: 64) Venezuela; 63) África do Sul; 62) Peru; 61) Mongólia; 60) Brasil; 59) México; 58) Bulgária; 57) Filipinas; 56) Índia; e 55) Colômbia. 

Entre os principais gargalos do Brasil estão: Educação primária e secundária, Habilidade de Idiomas, Mobilidade Estudantil, Justiça, Avaliação Educacional (PISA), Educação Universitária, Crescimento da força de trabalho, Trabalhadores qualificados, Qualidade de vida, Relação da quantidade de alunos por professor (tanto no primário, quanto no secundário), Infraestrutura da Saúde, etc.

Além disso, desde 2017 o Brasil não consegue ascender da 52a posição e a categoria mais problemática é a PREPARAÇÃO, ou seja, o país não tem se preparado adequadamente para desenvolver, atrair e manter talentos.

Finalmente, do ponto de vista internacional, estamos atrasados e no cerne de nossas maiores deficiências estão a Ineficiência Governamental, Infraestrutura Inadequada e Preparação Ineficaz quanto ao futuro da nação, fruto de contínuas escolhas erradas diante das urnas, muitas distrações, má gestão, alta corrupção e impunidade, razão pela qual, a partir das eleições de 2022, o Brasil precisa mudar, tentar algo diferente de tudo que já foi escolhido.

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