2 de novembro de 2024

Pedofilia

É um problema mundial, sendo combatido pelas instituições nacionais e internacionais mais diversas do planeta, mas que no Brasil cresce absurdamente.  As escolas, as famílias e a sociedade como um todo também enfrentam este problema.  É fato que acontece com triste e estarrecedora frequência, principalmente, quando o álcool, as drogas, a internet, o poder econômico e o político estão associados e nos locais em que a impunidade reina descaradamente. 

   A pedofilia é a perversão sexual na qual a atração sexual de um indivíduo adulto está direcionada primariamente para as crianças. É classificada como uma desordem mental e de personalidade do adulto, e também como um desvio sexual pela organização Mundial de Saúde.  Os atos sexuais entre adultos e crianças abaixo da idade de consentimento (resultantes em coito ou não) é um crime na legislação em inúmeros países.  

   Em alguns deles, o assédio sexual a crianças por meio da internet, também constitui crime. Outras práticas correlatas, como divulgar pornografia infantil ou fazer sua apologia, se configuram atos ilícitos classificados por muitos países como crime. 

   Tendo como principal meio de divulgação a internet, a pedofilia movimenta milhões de dólares por ano e expõe milhares de crianças indefesas a abusos que nem mesmo adultos suportariam. Existem até Clubes de Pedofilia que servem para associar pedófilos pelo mundo, onde estes podem adquirir fotos e vídeos contendo pornografia infantil e contratar serviços de exploradores sexuais para o turismo sexual e efetivar tráfico de menores — aliciá-los para práticas de abusos sexuais.  Há um alto índice de crianças desparecidas no mundo inteiro. 

   Para coibir esta prática, cabe ao cidadão denunciar este crime ao Ministério Público, à Polícia Federal e à Interpol, ou pelo disque 100 ou 181. Além, é claro, da conscientização de internautas, autoridades do Legislativo, Executivo e Judiciário, famílias e sociedade em geral, pois muitas vezes os criminosos estão próximos ou até dentro da própria família da vítima.  

   Além disso, ainda convivemos com um problema social dos mais sérios, o que por si só justificaria medidas mais eficazes.  Senão a resolução definitiva da questão, ao menos que sejam aplicadas políticas públicas mais arrojadas com o estrito interesse de amenizar a mendicância infantil pelas ruas das cidades. 

   Na busca de soluções para os problemas socioeconômicos que margeiam todo o processo de crescimento do país, não se pode esconder, infelizmente, um futuro nada promissor que recai sobre as crianças pobres. Enquanto elas driblam, entre uma esquina e outra, as ações pouco receptivas do poder público, uma massa furiosa de delinquentes cresce. Esta vai em direção contrária aos códigos de costume, leis e à própria sociedade, revelando notoriamente uma relação de franco embate no qual não há vencedores, apenas vítimas. 

   A desestruturação familiar concorre para que as ruas sejam mais atraentes que um lar esfacelado. Juntando os pedaços, os fragmentos de uma sociedade fragilizada é a forma pela qual devemos nos orientar para que possamos garantir um futuro digno para as crianças. Nos semáforos, nos terrenos baldios, nos prédios abandonados, certamente eles não encontrarão o que precisam. Esses cenários contribuem significativamente para aumentar o índice de medo que grassa pelas ruas, principalmente nas grandes cidades brasileiras. 

Augusto Bernardo

é auditor fiscal de tributos estaduais da Secretaria de Estado da Fazenda do Amazonas e educador. Foi um dos fundadores do Programa Nacional de Educação Tributária (atualmente nomeado de Educação Fiscal).

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