4 de outubro de 2024

Lição ainda não aprendida

“DESCULPEM, mas não dá pra ver e ficar calada.

Qual a parte das mais de 100 pessoas positivadas com Covid19, no espaço de 24 horas em Manaus, você não entendeu?

Quantas mais pessoas serão infectadas e morrerão pela falta de respeito e empatia pelo outro?

As UTI’S dos hospitais lotadas são de quê? Outras doenças? Não. Não e não.

70% no mínimo são de Covid19.

Você acha pouco? Talvez porque ninguém seu, tenha se infectado até agora.

Eu não me acostumo em ver pessoas, ainda que não próximas a mim, partindo todo Santo Dia. E agradeço a Deus, por não me acostumar.

Prefiro ser chamada de paranóica, medrosa, angustiada…o que for. Prefiro ter respeito a mim e ao meu próximo.

A roda da economia precisa voltar…sim

Todos querem ter suas vidas de volta….sim. Mas até que ponto? Celebrando sem responsabilidade? Festejando como se nada tivesse acontecido? Entupindo os locais sem usar a máscara corretamente?”  Deus……tende piedade de nós Afasta de nós este cálice de fel, leva embora esse flagelo, nos perdoa por sermos egoístas e ímpios (Maira Castro)

Em uma semana perdemos um casal de amigos, ao mesmo tempo em que ficamos acompanhando a luta de outra que depois de perder o marido se encontra entre a vida e a morte, tudo isso em função deste Vírus inescrupuloso que não manda recado. Com todo este sentimento de dor e aperto no coração, quando passamos nos bares de nossa cidade e vemos as aglomerações de jovens e adultos sem máscaras e sem a menor preocupação em evitar   doença, o que fica em nossa cabeça no mínimo é a REVOLTA.

Por este motivo me apoderei deste texto de minha esposa para iniciar meu artigo desta semana. É um desabafo que espelha exatamente o que sinto em relação à situação que estamos vivendo, quando tantas pessoas estão morrendo por conta dessa pandemia e, apesar de ser invencível, as medidas de prevenção estão sendo simplesmente IGNORADAS. A sociedade está agindo de maneira irresponsável sem levar em conta o quanto a vida das outras pessoas é afetada no momento em que deixa de usar uma máscara ou no momento em que se deix levar pela leviandade de uma festa ilegal.

Além de todo este imbróglio social, temos para piorar a situação as atitudes descabidas de pessoas ou mesmo de gestores públicos que insistem em colocar o lado econômico à frente da saúde. Querer abrir comércio ou iniciar as aulas presenciais pura e simplesmente para garantir a manutenção do capital empatado nas empresas, sem pensar nas consequências de uma segunda onda que por sinal já está começando a se formar. Será que vale a pena trocar o capital financeiro por este capital tão importante que é A VIDA?

Essa pandemia veio para ensinar muita coisa para a humanidade, porém trouxe para uma parcela significativa esta atitude banal e frívola que é o desprezo pela vida. A morte passou a ser um número, uma parte de estatística que passou a ter uma torcida em relação a queda, estabilidade e aumento, perdendo o verdadeiro significado humano e até mesmo divino que sempre teve. Por conta da pandemia a morte NÃO ASSUSTA MAIS NINGUÉM.

Não sabemos quando a vacina estará disponível e as pessoas ainda não entenderam o verdadeiro papel desta vacina. Para muitos a vacina será a cura do vírus, sem entenderem que o vírus não tem cura, ele veio para ficar, veio para “aporrinhar” nossas vidas e nos fazer conviver com ele como uma grande e perigosa gripe mortal. Espero que ainda chegue um dia em que as pessoas se conscientizem de tudo isso e a partir daí comecem a ter mais respeito não só por suas próprias vidas como pelas vidas daqueles que os cercam. Se isto acontecer poderemos afirmar que a pandemia trouxe de fato alguma lição para a humanidade.

Orígenes Martins

É professor, economista, mestre em engenharia da produção, consultor econômico da empresa Sinérgio

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