26 de julho de 2024
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Japão investe em Fábrica de “Hidrogênio Verde”

Conheça o uso de fábricas para testar modelos de negócios baseados no hidrogênio, bem como os principais pontos da coletiva de imprensa realizada pelo Governo do Japão sobre uma das maiores Fábricas de Hidrogênio do planeta.

Atualmente, nosso planeta tem quase 8 bilhões de habitantes e se até 2035 a humanidade não conseguir migrar para energias renováveis, correrá o sério risco de habitar em um planeta desestabilizado e hostil <https://bit.ly/3EzZLmT>. Para tanto, há diferentes formas de como evitar a hecatombe <https://bit.ly/3mxoXUW> e na COP26 ficou bem explícito quais nações estão fazendo um grande esforço para liderar a transição rumo a uma sociedade neutra de Carbono.

Entre os investimentos mais ousados que algumas dessas nações estão fazendo está a construção de fábricas como teste piloto para processar, armazenar e fornecer a um custo econômico o hidrogênio verde. Neste site <https://www.thehydrogenmap.com/> há um mapa mundial contendo 235 projetos envolvendo o hidrogênio e o status de cada um, porém em termos fabris, já foram inauguradas e estão sendo testadas as seguintes plantas: a) a Fukushima Hydrogen Energy Research Field (FH2R) lançada no Japão em mar/20; b) a Bécancour Green Hydrogen Plant inaugurada no Canadá em jan/21; c) Shinincheon Bitdream Fuel Cell Power Plant lançada na Coreia do Sul em out/21;  e d) The Halcyon Power Green Plant inaugurada na Nova Zelândia no final de 2021.

Em janeiro de 2022, o autor foi convidado pelo Honorário Cônsul Geral do Japão em Manaus, Sr. Masahiro Ogino, a participar no dia 03/Fev/22, de uma Coletiva de Imprensa (Virtual) do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Governo do Japão, sobre o tema “Hydrogen and Fuel Cells Perspective in Japan”, razão pela qual agradece a oportunidade e compartilha os principais pontos do evento.

A Coletiva foi mediada pela Sra. Mari Noguchi, da Divisão de Imprensa Internacional do Ministério das Relações Exteriores do Japão. A apresentação ficou a cargo do Sr. Eiji Ohira <https://bit.ly/3Hxg4mB>, Diretor Geral da The New Energy & Industrial Technology Development Organization (NEDO), uma organização criada em 1980 para promover o desenvolvimento e a introdução de novas tecnologias. Desde então se tornou uma das maiores organizações públicas de gestão de P&D que ajuda o governo japonês a implementar políticas econômicas e industriais <https://bit.ly/3owI7ef>.

A Coletiva durou uma hora e meia, com a apresentação do tema seguido com perguntas. Em grande síntese, aprentação foi dividida nas seguintes partes:

1) Informações básicas da Situação Energética do Japão

Mostrou a necessidade do país de aumentar o uso de energia renovável para atender as demandas e enfrentar as mudanças climáticas, uma vez que ainda depende de Óleo (37%), Carvão (25%) e Gás Natural (22%) como fontes de energia primária, cuja maior parte da emissão de Carbono vem do Transporte, Residências e Transformação da energia.

2) Motivos para adotar o hidrogênio

Não emite gases de efeito estufa e pode ser: a) produzido a partir de vários recursos; b) armazenado, transportado e exportado; c) usado para descarbonizar o transporte, a energia na indústria, o aquecimento dos prédios, etc…

3) A política do hidrogênio adotada no Japão

Abordou sobre a Estratégia Básica do Hidrogênio <https://bit.ly/3HEcfMw> e a meta do país de até 2050 reduzir a zero a emissão de gases de efeito estufa. Também foram apresentadas as diretrizes de curto (até 2025), médio (até 2030) e longo (até 2050) prazos para promover o hidrogênio, a fim de reduzir o custo dos atuais US$ 10 o Kg para US$ 3 em 2030 e menos de US$ 2 em 2050.

4) As metas até 2030 e o status atual do uso do hidrogênio

Foi apresentado o estado atual do uso de hidrogênio usando Set/21 como base, bem como as metas até 2030, divididas em três setores: Uso residencial) aumentar de 410 mil casas para 5,3 Milhões; Mobilidade) aumentar de 6500 para 800 mil o número de passageiros em veículos movidos a hidrogênio; aumentar de 100 para 1200 o número de ônibus com células de combustível; Estações de recarga) aumentar de 160 para 900 o número de Estações Públicas de Recarga de Hidrogênio.

5) As estratégias nacionais para o uso de Hidrogênio

Além do Japão, foram listados 19 países (Brasil não aparece) que já criaram uma estratégia nacional para o uso do hidrogênio. Também foi apresentada a estrutura internacional criada para compartilhar conhecimento com foco nas políticas, mercado e tecnologias.

6) As principais etapas estratégicas

1) aplicar o uso de células de combustível nas residências (2009); 2) direcionar o uso do hidrogênio como fonte de energia para carros e estações de recarga (2014); 3) fazer forte uso do hidrogênio no sistema energético (futuro).

7) Fukushima Hydrogen Energy Research Field (FH2R)

O último ponto foi sobre a planta localizada na cidade de Machi, região de Fukushima, distante 250 Km de Tóquio. Ao total tem 22 hectares, dos quais 18 ha são destinados para a geração de energia solar com paineis fotovoltaicos e 4 ha com instalações para o hidrogênio. A FH2R é um projeto de colaboração entre o governo (NEDO) e três empresas, a Toshiba Energy System & Solutions Corporation, a Tohoku Eletric Power e a Iwatani Corporation. E o projeto tem dois objetivos: 1) desenvolver um modelo de negócio para otimizar a exploração do hidrogênio, tanto como comodity quanto como fonte de energia para balancear o fornecimento e a demanda da rede elétrica; 2) desenvolver um novo sistema de controle que otimize a produção e o atendimento da previsão da demanda do hidrogênio.

O próximo artigo abordará sobre o modelo de negócio, as características do projeto, as principais funções de cada parte da unidade fabril, a capacidade de produção, as medidas de segurança e os benefícios que o Japão já está colhendo com o investimento.

Finalmente, parabéns ao Japão pela meta de até 2050 se tornar uma sociedade baseada no Hidrogênio, pelas estratégias e investimentos, então qual a meta de longo prazo que o Brasil ou o Amazonas oferece aos investidores e população para descarbonizar sua economia? Não temos!

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