Tempos de Incerteza! A crise do Covid-19 é a crise mais inusitada para o mundo globalizado, afetou não somente a saúde publica, mas a economia global ao mesmo tempo. Colocou contingentes de pessoas em confinamento residencial, paralisou o sistema produtivo (oferta), reduziu drasticamente o consumo (demanda), destruiu a renda de milhões de trabalhadores, aumentou o desemprego e desorganizou o sistema econômico, levendo as projeções do Produto Interno Bruto (PIB) dos países para baixo.
Um cenário desolador, como nunca dantes visto, fábricas paradas, cidades vazias, transportes desativados, lojas fechadas, mercados sem consumo, produção em queda, trabalhadores em casa, desempregados sem renda, haja vista, ser imposto um abismo colossal na redução da produção e da renda.
Para os economistas do Clube de Economia da Amazônia (CEA), as discussões sobre o quê fazer?, qual plano o governo a ser implementa?, capaz de minimizar o estrago sobre o produto, a renda e o desemprego? As discurssões sempre começam pelo senso comum, (ou por quem não tem formação em economia) por que o governo não emite dinheiro? (pois alguém desinformado e que nunca sabia de nada em seu período de governo, já havia falado) e distribui à população de forma a repor a renda perdida durante a crise? A expansão do meio circulante (expansão monetária) sem lastro em crescimento econômico, não é recomendado!
Para o pessoal do CEA essas questões se mostram impraticáveis por vários fatores de ordem econômica, nesse momento. Nessa espécie de crise que atinge o sistema econômico, nem sempre o mercado, por si somente, tem a capacidade de auto se regenerar/equalizar, mas em conjunto com o Estado, como entes do mesmo sistema, porém com funçõs distintas, tem todas possibilidades de alavancar soluções para os problemas criados pela crise.
Nas linhas de pesquisas no CEA, os pesquisadores-economistas tratam o mercado como uma ‘caixa de ferramentas’ que contém muito mais ferramentas do que as que os burocratas do Governo possuem, o mercado está repleto de várias e incontáveis ferramentas, e são muito mais diversas, variadas, especializadas e criativas do que aquelas contidas naquele simples e limitado conjunto do governo. Sem embargo, de outras abordagens, muitos economistas são favoráveis que o Estado seja maior (forte) na Economia, além da função de regulamentador das atividades econômicas, que exerça funções, para soluções de problemas que por ora o mercado se encontre em dificuldades de se equalizar, como aumento da demanda agregada, que induza de certa forma, o aumento do consumo das pessoas, o consumo do governo, o investimento das empresas, o investimento do governo e as exportações e menos importação.
Por outro lado, o pessoal do CEA é favorável que o Governo execute, com maior celeridade, um plano de investimento em infraestrutura física e infraestrutura social, amplie a transferência de renda aos pobres e aos desempregados, aos profissionais autônomos e regulamente o refinanciamento de dívidas comerciais, bancárias e tributárias, para as micro e pequenas empresas. É plausível que se entenda a gravidade dessa crise, pois o mundo globalizado não será o mesmo depois da crise do Covid-19, não apenas porque a humanidade se deu conta de sua fragilidade, sendo que o individualismo da sociedade e das pessoas não leva a nada, que o poder econômico não tem tanta valia em tempos dessa pandemia, a sociedade civil e governos não estão preparados nem organizados para uma crise dessa espécie.
A sociedade ficou escancarada em termos da necessidade de solidariedade nas relações sociais, e como os problemas sociais. Também, ficou constatado, inclusive para a maior potência capitalista mundial que possue dependência de bens intermediários, e que a importância produtiva chinesa para a economia mundial, é estratégica, e que qualquer contratempo naquele país prejudica e abala significativamente o resto do mundo, pois a China é a fábrica do mundo.
Em dezembro passado, quando as autoridades de Saúde de Wuhan (China) notificaram um conjunto de casos de pneumonia de causa desconhecida, se pensou que somente um grau sobrenatural de projeção econômica para imaginar a desgraça que essa "causa desconhecida" (Covid-19) causaria à economia global. Essa pandemia colocou em cheque o globalização, com fronteiras nacionais fechadas, restrições nos transporte aéreo, rigoroso controle de entrada e saída nos países, etc.
Esses acontecimentos que seriam considerados impossíveis há pouco mais de algumas semanas tornaram-se realidade, todos esse eventos por causa da pandemia do Covid-19. As Bolsas de Valores em todo mundo caíram cerca de 30% desde o início do ano, na maioria dos países mais ricos do mundo, bem como, pela primeira vez na História, americanos que pediram o seguro desemprego pela primeira vez subiu para mais de sete milhões, sinais que o cenário econômico global está em situação grave.
Entretanto, com o cenáro de incerteza e de paralisações das atividades econômicas setoriais – shutdown of sectoral economic activities, possa piorar, pois existem elementos suficientes para se tratar de uma recessão global? Ou, como tratam alguns economistas, todos esse eventos que a cada momento se avolumam mais e mais, levarão a uma grande depressão global? Vale ressaltar que, proporcionalmente, todas as atividades econômicas paralisadas, notadamente as do setor secundário, a economia global chega a 50% do Produto Interno Bruto mundial, sem contudo incluir a China, demonstrando a ideia da escala do problema econômico que se instalou, e que se prolongado poderá povocar impactos profundos na economia gobal. Quanto mais as paralisações durarem, mais danos serão causados.
O retorno é uma incógnita, como a correntes de economista, regionalmente os do CEA, com a crença de que haverá um "boom" econômico pós-Covid-19, muito embora ninguém saiba dizer quando e a que custo. Não obstante, tais eventos provocado pelo Covid-19, existe outra corrente com uma visão mais sombria sobre como a ordem econômica mundial poderá se reconfigurar depois de a crise passar, havendo possibilidades dos gestores mundiais, governos e empresas, se afastarem de “estratégias” extemporâneas, sem contexto do status quo econômico de curto e médio prazo!!! Um mundo economicamente menor e socialmente mais justo igualitariamente!!!
* Nilson Pimentel é Economista, Engenheiro, Administrador, Mestre em Economia, Doutor em Economia, Pesquisador, Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected].
Fonte: Nilson Pimentel