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Feliz ano velho?

Comemorações, festas, encontros, abraços, marcaram a virada do ano. Sem preocupação com o amanhã e sem considerar todos os apelos feitos para se evitar as aglomerações muitos brasileiros ignoraram a pandemia. Infelizmente a COVID não entendeu que um ano novo, para nós seres humanos, significa reinício, renovação, esperança. O vírus permanece entre nós com um nível mais alto de contágio e de mortes.

O final de 2020 foi marcado pela esperança de que 2021 será um ano melhor, contudo o comportamento das pessoas não teve nenhuma relação com esse desejo. Nas letras tradicionais de músicas cantadas nas festas de ano novo muito se falou em saúde e prosperidade, com a inclusão de “adeus” ao ano que foi “ruim”. Desconsiderando as medidas de distanciamento social as canções para a chegada de um ano melhor se perderam em meio ao desrespeito com à pandemia.

2021 então iniciou sua jornada com o aumento dos casos de contaminação e mortes por COVID e os números que estão sendo divulgados ainda podem piorar mais por conta das festas e confraternizações de fim de ano. A primeira semana de janeiro já dá um sinal de que estamos muito longe de deixarmos para trás a pandemia e suas consequências sociais e econômicas, somente nos primeiros três dias do ano, foram contabilizados 57.773 novos casos e 1.069 mortes, que se somam às 7.716.405 pessoas contaminadas e 195.725 vítimas fatais da doença.

A boa notícia é que o mundo já tem vacinas e inúmeros países iniciaram a imunização de suas populações. A má notícia é que a capacidade de produção de vacinas no ano de 2021 não atingirá um quantitativo capaz de imunizar toda a população do mundo. A previsão de produção é de 5 bilhões de doses e hoje o mundo possui 7,8 bilhões de pessoas. A considerar que algumas vacinas serão ministradas em duas doses e os países mais ricos terão prioridade, atravessaremos 2021 sem que uma parte das pessoas sejam imunizadas ou tenham acesso à vacina. Segundo o Centro de Inovação para a Saúde Global da Universidade Duke, países pobres provavelmente teriam que esperar até 2023 e 2024 para imunizar toda a sua população.

Para que possamos aguardar a chegada das vacinas aqui no Brasil precisamos manter as medidas de distanciamento social, com o uso de máscaras e álcool em gel, tomando o máximo de cuidado com a higienização de alimentos e produtos que compramos em supermercados e outras precauções alertadas diuturnamente pela mídia e órgãos públicos. Com as unidades de saúde e hospitais públicos e privados próximos de atingir a capacidade máxima de atendimentos em todo o país nos resta tentar ajudar a diminuir o ritmo de contágio atendendo as orientações de prevenção, de acordo com a situação de cada um.

Existem situações nas quais a pessoa não pode se ausentar ou realizar seus trabalhos à distância, existem os que podem trabalhar em casa, para todos os casos há procedimentos, estabelecidos por especialistas, capazes de mitigar o contágio. O uso de máscara e álcool em gel são as principais orientações para diminuir a propagação do vírus e não há desculpas para que não sejam atendidas ou desconsideradas, seja por qual motivo for. Não há motivos para deixar de se atender as orientações, mesmo que os “gurus” da palavra de deus, das teorias de conspiração ou da terra plana insistam em apregoar de que esses procedimentos não têm validade nenhuma.

Sem termos opção precisamos ter esperança de que 2021 será melhor que 2020, apesar de já ter começado ruim e com a afirmação de que o país está quebrado. Precisamos ter esperança e como Paulo Freire alertou: é preciso ter esperança do verbo esperançar, porque tem gente que tem esperança do verbo esperar. E esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir. Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo.

Então vamos ter esperança do verbo esperançar, para fazer 2021 um ano melhor do que 2020. Não vamos esperar que os outros façam, vamos fazer.

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