Inúmeros são os desafios das lideranças neste momento, para mesmo diante das próprias dificuldades, fragilidades emocionais e problemas pessoais, manter um processo humanizado com sua equipe e agregar estratégias de apoio, identificando as principais ações para manter sua energia profissional e motivação com os objetivos da organização.
Obviamente é muito importante o líder entender que não tem nenhum problema mostrar suas vulnerabilidades, sinalizar que precisa de ajuda e relatar suas fraquezas em busca de suporte para o que precisar neste, e em qualquer momento da sua liderança. No entanto, para este artigo, reforçarei a fortaleza da liderança e suas possibilidades para engajar, demonstrar entusiasmo e demais ações de contribuição de comprometimento para produtividade.
Igualmente óbvio é a impossibilidade de uma liderança conseguir realmente motivar alguém, reconhecendo que motivação é intrínseca e por mais que favoreça diversificadas ações para gerar comprometimento e vínculo das pessoas da equipe, ainda assim pode não atingir o querer dos liderados e inviabilizar a motivação – motivo + ação das pessoas. O que é possível é gerar estímulos que favoreçam o máximo de alternativas para que as pessoas se sintam pertencentes, importantes, significativas e percebam o quanto elas agregam de valor para os relacionamentos e resultados.
Diante disto, o artigo tem algumas estratégias para que o líder possa envolver as pessoas em um objetivo comum e mobilizá-las para melhor ação, acreditando que as pessoas de alguma forma precisam de lideranças de exemplo e referência para que também estejam suficientemente espelhadas em alguém que gostariam de modelar, alguém em quem confiam e respeitam a ponto de influenciá-las.
Neste momento da era digital, as hierarquias são horizontalizadas, as equipes são multidisciplinares, os grupos estão formados por competências relacionadas a projetos e não por cargos de comando e controle, e é por isso que em nenhum momento estou falando de liderança hierárquica, de cargo, de função, mas nestas alternativas de liderar equipes multidisciplinares em ambientes que favoreçam a participação coletiva, a colaboração e demais comportamentos de protagonista em todas as fases de realização dos processos.
Estas então podem ser algumas perspectivas gerenciais para influenciar as pessoas a fazerem as coisas com entusiasmo, proporcionando uma maneira da equipe encarar o próprio trabalho, contribuir e se tornar competente ao fornecer significado ao “saírem para trabalhar” todos os dias, de forma a fazer diferente e a diferença, principalmente em um momento como este em que os valores de previsibilidade, segurança e certeza estão comprometidos. Vamos a algumas dessas estratégias:
– Pessoas fazem o que é de seu interesse. Entender o “porquê” elas fazem o que fazem é a chave para compreender inclusive que algumas pessoas não serão influenciadas e inspiradas por você e pelas rotinas que estão disponíveis na sua organização, porque são conflitantes com o que elas pensam ser importante. A tentativa é procurar o “porquê” elas querem ser influenciadas por você e a partir deste caminho direcionar para o que é significativo para elas e não simplesmente dizer como ou o que elas deveriam fazer. Lembre-se da frase: Quem tem um “porquê” carrega qualquer “como”. Neste movimento, encontrar o propósito primeiro, vale mais do que dizer como elas deveriam fazer ou apresentar um ckech-list de tarefas a serem realizadas.
– Fazer com que as pessoas entendam o que ganham engajando-se no processo ou projeto. Todos nós somos impulsionados para fugir da dor e nos aproximar do prazer. Estabelecer ações demonstrando o empenho em diminuir as ameaças e aumentar o grau de satisfação geram benefícios emocionais para a equipe quando ela responde mentalmente de forma afirmativa a pergunta: O que eu ganho com isto? Nem sempre vamos conseguir, mas um caminho é adequar as motivações de todos às atividades e aos objetivos da organização para conseguir afetar positivamente a performance de cada um. Benefícios pessoais como cumprimento de missão, aumento de conhecimento, amplitude de possibilidades de crescimento pessoal ou profissional, ganhos de status ou outros valores importantes para aquela pessoa fazem diferença em seu engajamento.
– Reconheça e valorize o que cada pessoa tem de fortaleza. Mais do que avaliar os pontos fracos e buscar minimizar o que elas não sabem, é importante apreciar o que cada um tem de dom, de único, de especial, e valorizar a identidade de cada membro da equipe. Quando o líder entender a singularidade dos seus liderados encontrará espaço para aproveitar a diversidade de talentos para o objetivo comum. Quando o líder enxerga os pontos fortes pode mais livremente favorecer campos de autonomia e acordos de resultados compatíveis com os potenciais e expectativas realistas de competências.
– É muito usual no meio corporativo falar que as pessoas devem agir como donos do negócio. Para que isto seja possível, além do querer e do comprometimento individual para que a pessoa realmente consiga, é necessário que a liderança favoreça que as pessoas tenham a noção da importância de seu trabalho e diferencial para empresa, para que enxergando como o negócio funciona, percebam-se como parceiros estratégicos e não simplesmente colaboradores.
– Estamos em cenário de transformação e é por isso que a liderança precisa encorajar a tomada de decisões de risco. Muitos líderes podam a criatividade das pessoas quando elas tentam e não geram sucesso, e são duramente repreendidas e até demitidas por suas lideranças que não compreendem que toda tomada de decisão representa riscos, e errar, não conseguir, falhar, fazem parte do processo. Quando as pessoas arriscam com alguma ideia ou sugestão e são recriminadas por suas iniciativas, limitam as ações proativas no futuro e com isto a limitação de aprendizados, melhoria contínua e ampliação de possibilidades de realização. O modelo mental do líder atual considera que as decisões de risco que forem criativas, tem um efeito positivo em qualquer empresa e se não saírem de acordo com o planejado ainda assim as equipes podem se sentir seguras em continuar criando alternativas para avançar.
– Um olhar que acredito que mobiliza, é inspirar a equipe em aumentar a produtividade através de um ambiente que eleve o nível de realização, satisfação e excelência pessoal. Não é inspirador reforçar os sentimentos de vitimização, o discurso do não é possível, e tantos outros exemplos de “mi mi mi” que muitas vezes se instalam nas pessoas. Para concluir esta reflexão vamos pensar em algumas ações significativas que melhorem este cenário:
– Busque ideias e críticas sobre melhorias nos processos e nas rotinas, formalizando um plano concreto de realização para que a motivação de fato possa ser colocada em prática.
– Elogio e reconhecimento estimulam as pessoas a continuarem no caminho da produtividade e realização.
– Tudo é treino. Treino é tudo. Nada estimula mais o desempenho do que o processo de aprendizado contínuo. Criar oportunidades de aumentar conhecimentos, gerar colaboração de troca de informações e demais atitudes de desenvolvimento favorecem um ambiente de produtividade.
Existem muitas outras iniciativas para tornar a equipe mais engajada para além das festas de aniversariantes, brindes, campanhas de endomarketing e demais ações igualmente importantes. É fundamental lembrarmos como liderança, que as estratégias devem conter a percepção prática de que estimular a responsabilidade através do entendimento sobre seu papel no cenário mais amplo do negócio, o reconhecimento delas no decorrer do cumprimento da sua rotina, e estabelecimento de um relacionamento de vínculo verdadeiro, são determinantes para garantir que eles contribuam verdadeiramente com o seu melhor.
Cintia Lima é Psicóloga, Master Coach e Mentora Organizacional [email protected] – 92 981004470
Fonte: Cíntia Lima