4 de novembro de 2024

Erros comuns na liderança

Erros comuns na liderança

Claro que não existe uma fórmula mágica ou receitas prontas que garantam que as pessoas não errem em suas ações como líderes, menos ainda a ilusão de encontrar a forma certa que seja perfeita para todas as ocasiões, ou ainda, repetições que funcionem em cenários diferentes com pessoas diferentes, muito menos a certeza de que é possível eliminar todas as dificuldades e problemas e assim seguir mais confiante de que não vai cometer o mesmo erro após um aprendizado.

No entanto, percebo que existem erros na condução da liderança que estratégias de treinamento, coaching ou mentoria podem ajudar a eliminar ou minimizar, considerando que o líder em questão esteja disposto a gerar mais autoconhecimento e entender o impacto de seus comportamentos nos resultados, bem como de seus pensamentos e sentimentos em suas ações.

O ponto de partida é que todos nós cometemos falhas, temos muito para aprender e quanto mais formos humildes de reconhecer o que não sabemos ainda, ou que precisamos desaprender algo, mais rapidamente utilizaremos os erros alheios ou os nossos para crescer e evoluir.

Hoje vejo que o que mais preocupa os líderes no seu cotidiano profissional são os seus próprios erros, com a dificuldade de perceber que eles existem e que ao reconhecê-los é possível encontrar técnicas, ferramentas e modelos eficazes.

Percebo que os mais comuns ocorrem por falta de conhecimento, maus hábitos ou até mesmo, estresse. Pontos que perfeitamente podem ser identificados e eliminados em estratégias de desenvolvimento pessoal.

Certamente não será possível fazer uma lista de todos eles, mas alguns frequentes podem ser elencados para você avaliar a presença ou ausência deles em seu dia a dia:

– Falta de dedicação de tempo para criar laços com as pessoas. A ausência de vínculo paralisa os elos de confiança, abertura para mostrar as vulnerabilidades, espaço para discordâncias e tantas outras bases sólidas para relacionamentos a longo prazo. Muitos líderes não possuem agenda ou sistematização inicial para aprender a criar laços com sua equipe.

– Comunicação falha, ausente e as vezes até violenta. Permanecer calmo e tranquilo diante das adversidades para não agredir ou gerar uma fala carregada de sentimentos negativos. Deixar de transmitir de forma clara e transparente as informações. Ter pouca disponibilidade para entender o liderado de forma que saiba qual o melhor canal de comunicação com ele. Ausência de fala que promova reconhecimento, propague conhecimento e entendimento. São tantos os erros diários nos processos de comunicação que merece atenção por comprometer tão fortemente a liderança.

– Não saber delegar com agravante de dificuldades de comunicação. Como relatado acima, inúmeras são as barreiras e ruídos no processo de comunicação, dentre eles, ainda percebo ausência de habilidade em delegação. É preciso entender que delegar não é sinônimo de distanciamento emocional, o que muitas vezes gera o abandono da equipe. O delargar e não delegar. É preciso criar meios de comunicação, entendimento de maturidade e clareza do estágio da equipe para que sejam delegadas atribuições e responsabilidades compatíveis com o que o líder possui em termos de pessoas e processos.

– Não geram estratégias de desenvolvimento. Ainda temos muitas lideranças acreditando que gente é coisa de Recursos Humanos. Muitas vezes, os líderes focam exclusivamente nos processos e na realização dos objetivos organizacionais, pecando na ausência de ações para aprendizado, para formação das pessoas, para compartilhamento de saberes. Ser um líder treinador que começa a identificar talentos, montam estratégias de jogos para treinar cada pessoa e formar um time multidisciplinar, passa a ser um verdadeiro Coach, gerando resultados ainda melhores. Treinar não é uma opção, é uma obrigação do líder. 

– Não são adeptos ao feedback ou feedforward. Sabemos que muitas pessoas têm aversão ao feedback e carregam verdadeiros traumas. Os líderes de alto impacto conseguem transformar essa dor em alerta e dicas para que as pessoas aprendam com a própria história de forma construtiva. Podem ser hábeis em mostrar comportamentos e resultados positivos ou negativos para o crescimento de todos. Quando os líderes focam em formatos de feedback com julgamento, interpretação, baixa mobilização para exemplificar o esperado, ou sem objetivos, distanciam-se de gerar o desenvolvimento da equipe e o crescimento em resultados.

– Não dar importância para o emocional da equipe. Líderes que ignoram as emoções geradas por fatos negativos, acabam reduzindo – e muito – o engajamento de sua equipe. É possível melhorar muitos fatores ao se conscientizar destas emoções e demonstrar interesse verdadeiro nas experiências pessoais dos indivíduos. Dentro dos conceitos acerca dos elementos da inteligência emocional desenvolvida por Daniel Goleman, os líderes que não erram nesta direção passam a reconhecer que com um alto grau de autoconhecimento, autocontrole, motivação, empatia e habilidade social têm um desempenho em torno de 50% maior do que os outros.

A lista não acaba aqui, temos líderes que não reconhecem o propósito, outros com dificuldades de administrar conflitos, muitos são incapazes de promover ações que geram mudanças, tantos outros são administradores de tarefas e não líderes de pessoas. O mais importante é reconhecer as dificuldades, limitações, oportunidades de evoluir, entender que como comportamento é sempre possível o aprendizado e empenhar-se para tornar-se a sua melhor versão como líder. Vamos?

Quando vencemos os obstáculos, hábitos que nos fazem repetir esses erros ou nem reconhecê-los, conseguimos assumir esta melhor versão e com autenticidade e responsabilidade, gerar ainda mais valor para os liderados, empresa, clientes e todas as pessoas que aproveitarão nosso exemplo e referência. Pense nisto!!

*Cintia Lima é Psicóloga, Master Coach e Mentora [email protected] – 92 981004470

Cíntia Lima

é Psicóloga, Master Coach e Mentora Organizacional [email protected] - 92 981004470

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