Nílson Pimentel (*) Atualmente se vive tempos de paradoxo com a chegada da esquerda ao poder no BRASIL e em quase toda América do Sul. São acontecimentos esdrúxulos para a vida quotidiana do cidadão comum, declarações de políticos que surpreendem até mesmo o senso comum. Como diz Lula (presidente do Brasil): “na Venezuela se pratica a plena democracia” com a chegada ao Brasil do ditador sanguinário Nicolás Maduro (presidente da Venezuela) para a reunião de cúpula da UNASUL (União de Nações Sul-Americanas (UNASUL), foi um bloco de integração regional formado por doze países da América do Sul criado em 2008 e encabeçada por Brasil, Argentina e Venezuela, como processo de integração regional na América Latina e na promoção do desenvolvimento e de uma identidade política preocupada especificamente com a qualidade da democracia na região); Lula disse “há uma “narrativa” criada contra a Venezuela”. O presidente do Chile, Gabriel Borić discordando de Lula por falas sobre a Venezuela: “Não é uma construção narrativa, é uma realidade”. Também, o presidente do Uruguai, Luis Alberto Lacalle Pou, “criticou a fala do presidente brasileiro, Lula, que classificou como “narrativas” as acusações de que a Venezuela não vive sob um regime democrático. “Fiquei surpreso quando falou que o que acontece na Venezuela é uma narrativa. Já sabem o que nós pensamos sobre a Venezuela e o governo da Venezuela”. As atitudes e ações do governo brasileiro quanto à visita do ditador Maduro, na ocasião, humilha e desrespeita tanto o Povo venezuelano como Povo brasileiro. Naquela reunião, o presidente Lula listou uma série de propostas econômicas a serem discutidas pelos presidentes de 11 dos 12 países da América do Sul em reunião realizada no Palácio Itamaraty, em Brasília. Lula voltou a falar sobre “estabelecer uma unidade de referência comercial para diminuir a dependência de moedas extrarregionais (“moeda comum”). “Na prática, Lula quer reduzir a influência do dólar na região, medida que ajudaria principalmente os países em crise, como a Argentina”. Também sugeriu usar “a poupança de bancos de Desenvolvimento Econômico e Social, como a CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina), o FONPLATA (Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata), o Banco do Sul e como o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social),em projetos na região”. Sugeriu, também, “a defesa e a retomada da UNASUL (União das Nações Sul-americanas) como foro que pode fortalecer a região e pediu que os países deixem divergências políticas de lado em prol da construção de uma identidade regional”. Isso tudo foi um grande fiasco geopolítico. Sem embargo de demais abordagens, os economistas pesquisadores do CEA (Clube de Economia da Amazônia) ressaltam que a Amazônia é a maior floresta tropical do mundo, possuindo a maior biodiversidade existente, com variedades de espécies de cobertura vegetal do planeta, lugar onde vivem tribos indígenas, povos da floresta, ribeirinhos e demais caboclos nativos que formam a diversidade de comunidades tradicionais que habitam essa vasta área amazônica que representa metade do território do Brasil, sendo os verdadeiros guardiões dessa floresta . Território esse riquíssimo em minerais, pescado, espécies madeireira de grande valor comercial, em animais que somente nessa floresta tem seu habitat, etc. Ainda nesse terceiro milênio, governos não foram capazes de implantar nenhum projeto de desenvolvimento regional que resgatasse a dignidade, a melhoria de vida, aproveitamento e valorização dos potenciais econômicos aqui existentes. É problemático e complexo maior estruturar algum “modelo” de desenvolvimento regional baseado em variáveis e materiais da BioEconomia que possibilite enfrentar os desafios ecoambientais. O pessoal do CEA é totalmente contrário a tese de transformar a Amazônia em santuário de conservação (Como fossem salvar/proteger a floresta amazônica) como querem alguns políticos brasileiros quando pedem recursos para fundos que não se sabe como e onde esses recursos são gastos. Todos sabem que a Amazônia brasileira representa um ativo econômico imenso e repleto de oportunidades de negócios, mas se precisa de grandes investimentos, em conhecimentos científicos, em formação bruta de capital fixo de projetos (como no CBA – Centro de Bionegócios da Amazônia), em formação e capacitação de capital intelectual, em atração de novos investimentos produtivos, (científicos, e de bens e serviços) e principalmente em estratégias de atuação nesse imenso bioma, etc. Como a BioEconomia e a Economia Circular está em voga na atualidade, leva as discussões sobre o tema a considerar vários aspectos, como ameaças e oportunidades, para quais caminhos poderão levar o Desenvolvimento Socioeconômico da Amazônia, como exemplo: questões fundiárias e posse da terra, desmatamentos, exploração predatória de minérios, extrativismo predatório e pesca predatória, e outra grave e grande questão – a Água, balizamento dos grandes rios, transformando-os em hidrovias que tanto se precisa, portos dignos e sustentáveis, regularização e controle de transportes de carga e passageiros, e a coleta, tratamento e distribuição nas comunidades regionais, etc. Nada é fácil na região! Esse debate deve estendido a toda sociedade que a compõem, seja na política, nos executivos estaduais e municipais, nas academias, nos institutos de pesquisas, nos profissionais liberais, na sociedade civil organizada. No sistema econômico, a bioeconomia pode utilizar o emprego de novas tecnologias, como a Inteligência Artificial, objetivando a produção de diversos bens e serviços a toda sociedade, de fármacos, vacinas, enzimas industriais, novas variedades vegetais e animais, bioplásticos e materiais compósitos, biocombustíveis, produtos químicos de base biológica, fármacos e cosméticos, alimentos e fibras. Também, com inovação na área das ciências biológicas e seus processos, se obtém produtos para a saúde humana, para a produção do agronegócio, se ampliando com o uso da biotecnologia, ou seja, é de abrangência ainda não mensurável. Na perspectiva econômica a bioeconomia poderá trazer melhoria na gestão e restauração dos recursos naturais da Amazônia e estimule o uso sustentável. Então, o que vem a ser a bioeconomia – de modo resumido se pode expressar como a economia focada na utilização de recursos naturais biológicos, renováveis ou recicláveis, com foco na sustentabilidade dos sistemas de produção, tendo como base a inovação tecnológica, a biotecnologia, a Inteligência Artificial, os conhecimentos científicos e o capital intelectual adequado. E, como não é um tema atual, mas necessário diante dos problemas causados pelas mudanças climáticas e pela escassez de recursos naturais finitos. Para os pesquisadores do CEA o Amazonas no Brasil é o locus economicus de maior vantagem comparativa composto de grandes e excelentes oportunidades de negócios para se implementar tais projetos em bioeconomia (vide o CBA – Centro de Bionegócios da Amazônia), com sua imensa biodiversidade para obtenção de matérias e produção de diversos produtos, como corantes, óleos vegetais, óleos essenciais, gorduras vegetais e animal, fixantes, antioxidantes, tintas, cosméticos e fitoterápicos, fármacos, produtos de higiene e limpeza, alimentos e bebidas, etc. Sobre esse vasto cabedal de oportunidades e vantagens que poderá conectar as possibilidades de atividades industriais da bioeconomia as do PIM (Polo Industrial de Manaus), aperfeiçoando os mecanismos existentes, se precisa remover as barreiras nos setores público e privado que reduzam a capacidade de competir nos mercados interno e externo. Assim, será preciso construir ambientes de negócios favoráveis, com normas claras e segurança jurídica – Políticas públicas especificas para esse arcabouço. (*) Economista, Engenheiro, Administrador, Mestre em Economia, Doutor em Economia, Pesquisador Sênior, Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected] |
Desenvolvimento regional e a bioeconomia
Nilson Pimentel
Economista, Engenheiro, Administrador, Mestre em Economia, Doutor em Economia, Pesquisador, Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected]
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