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Cigarro, uma droga! 

*Augusto Bernardo Cecílio 

   Façamos um cálculo simples: caso uma carteira de cigarros custe dez reais, mais de oito reais são de impostos. E apesar da pesada tributação, mesmo que um indivíduo fumante pague isso por toda sua vida, se ele cair doente, vitimado pelo fumo, o dinheiro arrecadado pelos impostos não daria para cobrir o seu tratamento.  

   A Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead) recomenda medidas mais restritivas ao consumo de tabaco e acredita que há inúmeros benefícios para a saúde pública em estender a lei antifumo para áreas externas de uso coletivo, como parques e praças, a exemplo da medida adotada essa semana na cidade de Nova York. Uma forma de combater o tabagismo passivo e desestimular novos fumantes, sobretudo os jovens. 

   No Brasil o tabagismo passivo é a terceira maior causa de morte evitável. O fumo, entre outros efeitos nocivos, aumenta o risco de doenças respiratórias nas crianças em 50%, de câncer de pulmão em 30% e de infarto em 24%. A fumaça do cigarro possui mais de 4 mil substâncias prejudiciais, que também trazem riscos à saúde mesmo em locais abertos. 

   Outro ponto importante, é que medidas mais restritivas estimulam os fumantes a deixarem o hábito e procurarem tratamento. Não só por esses, mas por outros inúmeros benefícios que podemos vislumbrar, a medida adotada em Nova York é um exemplo a ser seguido por nosso país. 

   A Abead, entende que a regra deve ser acompanhada de outras ações como a maior tributação da substância e restrição da publicidade em pontos de venda, com mais investimentos para aumentar a rede de atendimento e oferecer tratamento para os usuários que desejam se curar. 

   No Brasil cerca de duzentas mil pessoas morrem por ano vítimas do uso de tabaco. Atualmente, com a grande disponibilidade de informações, quase todo fumante sabe dos malefícios e, de acordo com pesquisa recente, cerca de 80% desejam parar de fumar, mas têm muitas dúvidas em como iniciar este processo e manter-se longe do cigarro. 

   Para a especialista Sabrina Presman, a primeira etapa é identificar quais os momentos e situações que o cigarro entra como apoio, pensar em diferentes estratégias, traçar metas a curto e longo prazo e lembrar que a vontade de fumar vem e passa. É uma fissura que dura de 2 a 5 minutos.  

   A dependência física está relacionada ao organismo do fumante, que se acostuma a receber certa dose de nicotina e, quando deixa de fumar, o corpo sente falta e precisa se adaptar à ausência dessa substância. Este período de adaptação é denominado Síndrome de Abstinência e pode desencadear ansiedade, irritabilidade, inquietação, dificuldade de concentração, tristeza, dor de cabeça, tonteira e alterações no sono e ritmo intestinal. 

   Já a dependência psicológica está ligada a momentos em que o fumante atrela alguma emoção ou sentimento ao cigarro, que serve, muitas vezes, como um amortecedor para as emoções, sejam elas desagradáveis ou não. Ele acaba utilizando o cigarro para lidar com estresse, solidão, para relaxar e até mesmo para comemorar.  

   Segundo a especialista, é preciso reformular os hábitos, conseguir novas formas de lidar com os sentimentos e ter consciência de que a fase de abstinência é um período de adaptação, mas que acaba. Vale lembrar também que são raros os casos em que as pessoas conseguem parar de forma radical. O ideal é que a cessação se dê de maneira gradual e com muita força de vontade, para não desanimar ou desistir em casos de recaídas. 

*Auditor fiscal e professor 

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