9 de dezembro de 2024

Amazonas & o turismo – Parte 1

Com o avançar do Sistema de Vacinação no Brasil e ainda sob efeito de ataque viral pela COVID-19 e suas cepas variantes, vê-se as possibilidades de retorno das atividades econômicas em todas regiões do país, o setor primário (a agricultura que não parou, principalmente o agronegócio extensivo e a agricultura familiar), o setor secundário (alguns setores da Indústria, pois a paralização setorial trouxe e avançou no processo de desindustrialização, prejudicando, primordialmente, sua imediata recuperação), o setor terciário (com a retomada das atividades do Comércio e menos intensivo o segmento de Serviços não essenciais). Tendo passado alguns dias de férias, visitando o Nordeste do Brasil, se constatou que o segmento de Serviços que mais exerce o poder de retomada é a chamada Indústria do TURISMO. As pessoas que permaneceram em confinamento em casa (quarentena, fiquem em casa, isolamento social, toque de recolher, cerceamento do direito de ir e vir, confinamento residencial) estão ávidas para sair desses confinamentos e isolamentos, tanto que por onde estive, constatei que a cadeia produtiva  do TURISMO estava em pleno estágio de crescimento, como o segmento hoteleiro, o segmento gastronômico, as demais atividades de Comércio formal e informal, nem parecia que ainda se vive em plena pandemia – COVID-19.

Com visão sobre o estado do AMAZONAS  que é ornado com uma imensa gama de Recursos Naturais, os quais podem e devem ser utilizados como potenciais econômicos para buscar seu Desenvolvimento Econômico Regional, principalmente na Indústria do TURISMO, no aproveitamento de ornatos e elementos (como: cachoeiras, fauna para pesca esportiva, fauna para observação de espécies nativas, contemplação de rios e florestas, aspectos culturais dos povos indígenas, observação de espécies de flora nativa, etc)  que concorram para essas atividades. De conformidade com relatório da COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, “cabe lembrar que as práticas agrícolas adotadas a partir da “revolução verde”, tornaram a produção de bens e serviços algo de caráter impessoal e sem grandes preocupações com as questões ambientais, e sobre qual seria o papel do meio ambiente no procedimento de Desenvolvimento SocioEconômico mais sustentável. Neste processo de conscientização sobre as questões ligadas as formas de desenvolvimento econômico e social, a sociedade é convocada a repensar a prática cotidiana de consumo, sendo que nas últimas décadas, dois marcos vieram contribuir para a emergência de um novo modo de pensar: o primeiro, está relacionado com a valorização da importância da Terra; e o segundo, ao diagnóstico da gravidade dos problemas ambientais acumulados, e que projetados para um futuro não muito remoto, poderiam vir a inviabilizar não apenas o modelo de Desenvolvimento Econômico Regional, como também a própria sobrevivência da espécie humana”.

Observando o vasto litoral brasileiro, identifica-se que os recursos naturais apresentam, preponderante contribuição tanto para a biodiversidade, como para atração e desenvolvimento do TURISMO nas diversas regiões do país. Logicamente, trata-se de uma excelente discussão sobre o aproveitamento racional, economicamente se tratando de maior e mais ampla compreensão da sociedade quanto a utilização dos Recursos Naturais, (ecossistemas e biomas) na exploração/aproveitamento na Indústria do TURISMO.  Vejam que tudo isso envolve a construção teórica e prática sobre o Desenvolvimento Sustentável (logicamente, econômico também), contribui para que a sociedade busque uma nova postura diante dos desafios econômicos e sociais atuais e futuros e apresenta um novo paradigma de Desenvolvimento que não nega o Crescimento Econômico, mas apresenta à necessidade de mudar a qualidade desse crescimento. Os Recursos Naturais, renováveis e não renováveis, podem e devem ser entendidos e compreendidos como aqueles ornatos e elementos que dispõe a natureza que são utilizados pelo homem em sociedade para seu próprio benefício, econômico, social e cultural.

Para os economistas pesquisadores do Clube de Economia da Amazônia (CEA), a Indústria do TURISMO será a atividade econômica que mais crescerá no futuro pós pandemia, pois as sociedades compreenderão que o lazer será tão importante quanto a acumulação de riquezas, contribuindo para tal, o fortalecimento das Cadeias Produtivas e de Valor, nas quais se pode projetar a maior intensidade de absorção de mão de obra e investimentos produtivos diretos. Entretanto, a Indústria do TURISMO como a maioria das atividades econômicas, depende sobremaneira, de Políticas Públicas, como do crescimento da Infraestrutura, às práticas fiscais favoráveis e até a concessão de vistos à entrada de estrangeiros no país. Pontualmente, a Indústria do TURISMO se estabelece em continuidade das conjunturas econômicas interna e externa, uma vez que está lastreada no deslocamento/circulação de pessoas e no princípio da exportação.

Contudo, alguns aspectos inerentes ao desenvolvimento das atividades de TURISMO dependem de política pública entre diversos Estados da federação, no que trata do respeito aos impactos ecológicos do TURISMO, cargas de ocupação que amenizem as consequências do incremento das deslocações e uso de áreas, até agora com pouca pressão humana, etc, como algumas características da atividade  que procure alinhar-se com o mercado internacional, conhecendo os seus competidores. Entre as características evidenciam-se os impactos sobre os Recursos Naturais e ambiental que o TURISMO provoca, a sazonalidade e flutuação da procura e a influência que tem na vida quotidiana dos habitantes locais (que trazem para atividades como o artesanato, a agricultura, os transportes, feiras, etc). A Indústria do TURISMO, pode ser considerado uma das atividades que mais pode contribuir para o Desenvolvimento Econômico e Social  Regional. Dentro da lógica da globalização, a Indústria do TURISMO com suas características, faz ênfase às atuais necessidades das pessoas que o lazer pode ser mais importante que acumulação, que busca diferenciação daquele consumo massivo, mas vai ao encontro daquelas necessidades de procurar especificidades de oferta e procura na customização do produto ofertado para propiciar  o ócio satisfatório. (continua).

Nilson Pimentel

Economista, Engenheiro, Administrador, Mestre em Economia, Doutor em Economia, Pesquisador, Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected]

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