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Afinal, porque não batemos os chimpanzés

“A capacidade humana de buscar uma vida melhor  avança mais rápido do que a economia” 

Hans Rosling 

Hans Rosling foi um médico sueco, que dedicou parte de sua vida trabalhando com  comunidades de muita pobreza e fome, no norte de Moçambique na década de  1970: “Comecei a querer trabalhar com os piores problemas no mundo porque eles  devem ser resolvidos para que cada um possa ter um bom futuro.” Disse ele numa  entrevista a uma revista brasileira em 2014. Foi professor universitário, pesquisador,  estatístico, um pensador visionário e um dos fundadores da ONG Médicos Sem  Fronteiras. Faleceu em 2017, mas nos deixou um livro póstumo fantástico FACT  FULNESS, lançado em 2018, onde demonstra suas idéias a respeito de  conhecermos o mundo através da situação cultural, politica e ambiental mas  utilizando números, dados e estatísticas confiáveis. 

Fact Fulness 

No livro, que ele descreve como a última batalha dele na missão de toda sua vida  para lutar contra a ignorância global, ele pretende mudar o modo como as pessoas  pensam, acalmar seus medos irracionais e redirecionar suas energias para  atividades construtivas. 

Nos oferece regras gerais como se fosse uma terapia, uma dieta de saúde ou de  exercícios regulares para fazer parte do nosso dia a dia e assim podermos substituir  nossa dramática visão do mundo por uma visão do mundo baseada em fatos. Vale  muito a pena ler o livro e assistir suas palestras no TED talk e BBC. O teste do chimpanzé  

A idéia de um teste de conhecimento, ou de ignorância, apareceu quando ele iniciou  suas primeiras aulas de saúde global para estudantes suecos e descobriu que eles  poucas sabiam sobre os dados de saúde global. Em experiências randômicas com  chipanzés, onde são apresentadas bananas com as letras A,B, C, e eles escolhem  a banana após uma pergunta qualquer, o acerto é por volta de 30%. O fato de tanta  gente com estudo e conhecimento acertar um percentual menor que isso o levou a  estudar as razões porque conhecemos tão pouco coisas que achamos conhecer. Para dar alguns exemplos das 13 questões que ele faz, logo na abertura do livro, e  que em milhares de entrevistas pouquíssimas pessoas acertaram. Na questão 3, do  exemplo, apenas 5 por cento dos entrevistados nos Estados Unidos acertaram. Na  questão 9 apenas 13 por cento de acerto. Em 100 pessoas apenas 13. Veja os  exemplos e se você consegue acertar (respostas no final do artigo*): 

2. Aonde a maioria da população mundial vive? 

A: Países de renda baixa 

B: Países de renda média 

C: Países de renda alta 

3. Nos últimos 20 anos, a proporção da população mundial vivendo em extrema  pobreza …

A: … quase dobrou. 

B: …ficou mais ou menos na mesma. 

C: … é quase a metade. 

9. Quantas crianças de 1 ano de idade hoje, foram vacinadas contra alguma  doença? 

A: 20% 

B: 50% 

C: 80% 

11. Em 1996, tigres, pandas gigantes e rinocerontes pretos estavam todos listados  com sério risco de extinção. Quantas dessas três espécies estão mais criticamente  ameaçadas hoje? 

A: Duas delas 

B: Uma delas 

C: Nenhuma delas 

O livro foi escrito em co-autoria com seu filho e sua nora, que também criaram  juntos a Fundação Gapminder, que hoje, depois de sua morte, é presidida pelo filho  Ola Rosling e Anna sua nora como vice. O site e a fundação continuam a missão de  fornecer dados e incentivar as pessoas a imaginarem e transformarem o mundo em  algo melhor para todos nós e para o próprio mundo, que hoje é um dos  necessitados. 

O site é: www.gapminder.org, vale a pena dar uma boa olhada. Ontem entrei e  tentei responder esta questão: 

Que parcela de todos os resíduos de plástico do mundo vai para os oceanos? A : Menos de 6% 

B: Por volta de 36% 

C; Mais de 66% 

Fiz parte dos 86% das pessoas que até ontem responderam esta pergunta e  erraram. Entrem no site, façam um teste e conheçam um pouco mais deste trabalho.  Com certeza sua visão do mundo vai ficar mais realista, e por incrível que pareça,  geralmente muito mais otimista do que a maioria de nós pensa. 

*2: B; 3: C; 9: C; 11: C 

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