Se existe algo que pode confundir as pessoas desavisadas porem sem maldade, é a utilização dos dados estatísticos percentuais para acentuar alguns aspectos de uma situação. Senão vejamos: temos em um hospital que já esteve com cem (100) leitos ativos atendendo somente pacientes com COVID 19, uma redução para apenas dez (10) leitos de atendimento. A partir do momento em que a maldade de informação quer atiçar a imaginação das pessoas, no momento em que são internados oito pacientes neste mesmo hospital que já teve noventa pacientes atendidos, utiliza-se o recurso estatístico.
Veja bem: ao invés de noticiar que foram internados oito pacientes, as manchetes informam de maneira sensacionalista que OITENTA POR CENTO DOS LEITOS ESTÃO OCUPADOS. Em termos estatísticos não é errado, porém esta afirmação esconde uma realidade comparativa dos NOVENTA pacientes que já estiveram ali em processo de atendimento, em um percentual praticamente igual aos OITO atuais.
Esta prática sensacionalista negativa infelizmente tem sido uma constante em nosso país deixando a população sem uma noção correta do que acontece realmente em relação a este vírus horrível. Em um momento se fala em redução, logo em seguida em picos e segunda onda, deixando a cabeça das pessoas completamente sem parâmetros corretos. Não dá para entender ou aceitar a quem interessa este tipo de comportamento que é uma constante ainda.
De qualquer forma as consequências desta pandemia em termos econômicos e sociais tem sido um dos maiores desafios enfrentados pela sociedade moderna. É como se toda a tecnologia e o crescimento atingido pelo ser humano se visse de um momento para o outro confrontado por esta situação: “Te vira agora e vence este inimigo. Prova a tua capacidade”. Infelizmente a empáfia humana e os desvios comportamentais e éticos da nossa sociedade no último século, nos fizeram mais fracos e expostos a esta e outras pandemias que não precisam necessariamente ser patológicas.
O comportamento humano e a convivência humana sofrem paralelamente de uma pandemia tão ou mais perigosa que a do Covid. Os humanos, desumanamente cada vez mais dificultam sua convivência, judicializando até mesmo a forma de se tratarem. Um negro, se chamado de negro se considera destratado e entra na justiça. Anão não pode ser tratado como tal, a justiça já determinou que ele é um elemento verticalmente prejudicado. Parece piada, mas é o que o politicamente correto (?) determinou como justiça.
Quando conversamos com as pessoas precisamos ter o maior cuidado com as palavras pois as pessoas deixaram de lado a beleza e as vantagens de uma boa conversa para se concentrar nos deslizes que o interlocutor possa sofrer para incriminá-lo. É quando podemos questionar a respeito de uma das maiores riquezas do ser humano: A AMIZADE. Onde estão os amigos? Cada vez mais as pessoas têm menos amigos, pois confiar nas pessoas neste período tão deformado da vida humana, passou a ser uma atitude perigosa.
As crianças vão trocando os amigos pelas telas dos celulares ou dos jogos eletrônicos e os adultos se isolando cada vez mais, vão se tornando menos humanos. É neste ambiente de relacionamento que a sociedade vive esta pandemia social de infelicidade, onde as mortes por suicídios aumentam, as violências domésticas proliferam e as relações entre pessoas se deterioram. Tem situação pior que esta para nos preocuparmos?
Não podemos viver de mentiras, sou totalmente contrário a mentir para a sociedade, porém tenho certeza absoluta que a atitude de mostrar a realidade com positividade, certamente ajudaria muito mais do que a forma como se está fazendo atualmente, levando a população a se sentir o pior dos objetos de toda a galáxia.