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Sabor peruano em Manaus

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Falou em ceviche, lembramos logo do nosso país vizinho, o Peru. Mas a culinária peruana é muito mais do que esse prato típico preparado à base de peixe cru marinado em suco cítrico (também podem ser usados camarões, lagostas ou polvos). Até o próximo dia 31, quem deseja saborear outros pratos do país andino poderá se deliciar no Festival Culinário Peruano. O responsável em preparar os pratos é o chef Willy Rivera Flores, já há cinco anos no Brasil, há pouco mais de um ano na capital amazonense. “Aqui em Manaus foi que assumi a função de chef, na cozinha do Novotel, mas gosto de fazer comida desde os meus doze anos”, contou.

Willy nasceu em Cusco, cidade conhecida como “o umbigo do mundo”, situada no Vale Sagrado dos Incas. Ainda na sua cidade, fez cursos de culinária e, em Lima, a capital peruana, se formou em Gastronomia, pós-graduando-se em Gestão de Restaurante.

“O ceviche, sem dúvida, é o prato peruano mais conhecido no mundo, mas a culinária de meu país é muito rica, principalmente em condimentos, como as pimentas aji amarelo e aji panca, que nem existem aqui no Brasil”, contou.

Criando sempre
Como todo chef, Willy gosta de criar novos sabores em cima de pratos já existentes. “Além de você substituir determinados produtos, como o ceviche que estou fazendo aqui com aruanã ou pirarucu, típicos da Amazônia, posso preparar um sorvete de pupunha, por exemplo. Tento reproduzir a gastronomia peruana com o que temos aqui, até porque Manaus é muito rica de pimentas, peixes, temperos, verduras e frutas”, listou. E quem for ao festival ainda terá a oportunidade de beber o pisco, a “cachaça” peruana, uma bebida nacional preparada com uva.

Willy também gosta de contar das fartas matérias-primas existentes no Peru. “Só batatas (chunhos) temos umas três mil variedades, sem falar dos milhos (canchas), todos produtos cultivados desde a época dos incas”, falou.

Milhos que não amolecem
Apesar de o Peru ser fronteiriço ao Amazonas, muitas das matérias-primas utilizadas por Willy para o Festival tiveram que vir de seu país por não inexistirem aqui. “Veio a batata amarela, uma batata-doce bem diferente da batata-doce existente no Brasil. Os incas desenvolveram processos para desidratar as batatas para que demorassem mais tempo armazenadas. Um desses processos consistia em deixá-las por cerca de um mês de molho nas águas geladas de algum dos rios da região. Aí desidratavam. Depois, quando houvesse necessidade, era só cozinhar e comer”, explicou. Os milhos também têm suas curiosidades. “Para o Festival eu mandei trazer o milho morado. É uma espécie que não amolece nunca. Pode ferver o tempo que quiser, que ele continua duro do mesmo jeito. Utilizamos o caldo do morado para dar gosto em outros pratos”, ensinou. O mesmo morado tem milhos pretos e imensos, nada parecidos com os que costumamos comer por aqui nas espigas cozidas. “E existem variedades cujos milhos são ainda maiores”, completou.

Willy disse que estranhou o costume brasileiro de comer feijão diariamente. “No Peru comemos feijão, geralmente, uma vez por semana, às segundas-feiras. Os pratos de lá, que tem como base as pimentas, as batatas e os milhos, são sempre com peixes, principalmente do Pacífico, e frango. Existem restaurantes especializados em servir unicamente frango assado”, disse.

Festival até dia 31
O Restaurante 365 até hoje mantém a famosa feijoada do Novotel, aos sábados, se não a primeira, mas a que ganhou fama na cidade. De vez em quando organiza festivais culinários com a gastronomia de algum país latino. O Festival Culinário Peruano começou há uma semana, e segue até o dia 31. Ele acontece no almoço e no jantar e custa R$ 58. O serviço é self service.

São três as entradas: chupe (sopa) de camarões, causa de limenha (um tipo de escondidinho) e papa a la huancaina (batatas cozidas). Nos pratos principais: lomo saltado (carne fina sem gordura), aji de gallina (coxas de frango com pimenta), arroz com mariscos e sudado de pescado (peixe com pimenta). Finalizando com as sobremesas: suspiro limenho (creme com leite condensado e gemas), torta três leches al pisco; e arroz com leite, mazamorra (angu de milho), picarones (rosca doce feita com farinha de trigo) e alfajores (doce tipo um biscoito). Mais informações: (92) 2123-1211

Uma das melhores do mundo
A comida típica peruana tem sido classificada por muitos experts como uma das melhores do mundo. É também a favorita dos turistas que visitam o país por sua variedade, aromas, originalidade e riqueza alimentícia. Ao provar comidas típicas do Peru, o turista estará provavelmente conhecendo muito mais de perto a tradição e a cultura daquele lugar.

O ceviche, por exemplo, é um dos pratos mais conhecidos do Peru e é também considerado parte da sua cultura e por isto é patrimônio da nação. Há uma variedade muito grande das receitas de ceviche em cada região e local, mas basicamente é um prato de pescados marinados em limão peruano, cebola, sal, alho e pimenta. A preparação é única e muita gente o considera afrodisíaco. As pimentas de todos os níveis de ardência e cores, batatas-doce, arroz, milhos e os pescados são os ingredientes mais fundamentais e presentes em quase todos os pratos.

O QUE?
Festival Culinário Peruano

ONDE?
Restaurante 365 (Novotel, av. Mandi, 04 – Distrito Industrial I)

QUANDO?
Até o dia 31, no almoço e jantar

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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