O chamado tripé da educação superior é constituído por Ensino, Pesquisa e Extensão. A pesquisa, quando feita seriamente e não apenas para alavancagem de currículos, é a garantia do futuro de uma nação.
Extensão é democracia, a abertura para a comunidade das benesses da universidade. Mas é o ensino que encerra em si quase toda esperança depositada pela sociedade na academia, os recursos imensos que são gastos (tanto na esfera pública quanto privada), o tempo, o labor, a dedicação dos professores, estudantes e seus familiares na procura por conhecimento, reconhecimento, empregabilidade e melhoria de vida.
E para que isso seja alcançado é crucial que se tenha em mente uma palavra, um verdadeiro palavrão, segundo alguns: resultados. É impossível que se faça qualquer coisa em qualquer área ignorando os objetivos que se almeja – e a Educação, como todas as instituições, deve ser avaliada, deve ser fiscalizada, deve ser cobrada. Toda a sociedade paga por ela -e merece retorno em forma de qualidade, de estudantes bem formados, de um país melhor.
Há uma enorme resistência quando se fala em avaliar educação, educandos e educadores. Qualquer proposta de analisar métodos e resultados nesta área gera acusações ao proponente de ser “positivista”, “fordista-taylorista” ou coisa pior.
A produção totalmente artesanal anterior à primeira revolução industrial era, talvez, mais “humana”. Os objetos produzidos eram o que hoje caracterizamos quase como obras de arte: únicos, individuais. O senão era a pequena escala produtiva, que os encarecia demais e restringia sua posse a poucos privilegiados -não esquecendo que o ingresso nas corporações de artesãos seguia protocolos que enrubesceriam nossos mais renitentes nepotistas.
Carregamos, é verdade, a má consciência de uma das distribuições de renda mais indecentes do Ocidente -e relutamos em adotar melhorias que impliquem em uma atribuição madura de responsabilidades. Em função de um socialismo utópico que nunca conhecemos na prática, adquirimos ojeriza à meritocracia. A simples ideia de que alguém possa responder por seus atos, ser premiado por seus esforços ou punido por seus erros parece um crime de lesa pátria. A mudança de alguns velhos paradigmas certamente traria benefícios ao processo educacional.
Mudanças de velhos paradigmas melhoraria educação
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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