As pesquisas sobre ciência da linguagem não contavam, até agora, com um veículo de divulgação científica especializado. Para preencher essa lacuna, pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Lingüística e do Departamento de Letras da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) lançaram a revista eletrônica mensal Linguasagem.
O professor Roberto Leiser Baronas, um dos editores da revista, destacou que não há no Brasil outra revista de popularização científica – impressa ou eletrônica – na área de ciências da linguagem.
“Algumas revistas impressas discutem a língua portuguesa e trazem artigos de lingüistas, mas ainda mantêm uma visão bastante prescritiva da linguagem, tentando estabelecer normas do uso correto da língua. Nosso objetivo é dar um olhar mais científico e explicativo sobre os fenômenos da linguagem”, disse.
Segundo Baronas, existe uma vasta produção na área de linguagem, embora seja uma ciência recente. A lingüística tem pouco menos de um século e seu marco inaugural foi o livro Curso de Lingüística Geral, do suíço Ferdinand Saussure (1857-1913), lançado em 1916.
“Mesmo sendo tão recente, a ciência da linguagem tem uma produção vastíssima. No entanto, essas publicações estão restritas a revistas acadêmicas, capítulos de livros, teses e dissertações. Dificilmente atingem um público que não seja restrito aos nossos pares. Nosso objetivo é mostrar que a lingüística não é um bicho de sete cabeças”, disse.
Para tratar a ciência da linguagem escapando do viés normativo, o grupo do Departamento de Letras da UFSCar decidiu criar a revista, contando com a contribuição de pesquisadores de diversas universidades brasileiras e estrangeiras, de acordo com Baronas.
“Abordamos diversos campos da linguagem e procuramos trazer explicações científicas para os fenômenos lingüísticos. Para isso, queremos que o leitor possa ter contato com pesquisas feitas na atualidade, independentemente da instituição”, afirmou.
O conselho editorial, constituído por pesquisadores de diversas universidades e países, faz uma primeira triagem dos textos recebidos. O material considerado adequado aos gêneros abordados pela revista é aprovado e enviado a dois pareceristas, que analisam questões formais e de conteúdo. “Se um parecer for positivo e outro não, submetemos a um terceiro”, explicou Baronas.
A revista está organizada em 20 seções, abarcando diferentes gêneros discursivos, como literário, teórico e informativo. Além dos artigos e ensaios de especialistas, apresenta dicas de leitura, resenhas, monografias, artigos de iniciação científica, agenda de eventos, reportagens e notícias.
Universidade Federal de São Carlos lança revista sobre ciência da linguagem
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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