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Zona sul registra mais leptospirose

Um levantamento realizado pelo ILMD/Fiocruz Amazônia (Instituto Leônidas e Maria Deane) identificou que a maior ocorrência da leptospirose em Manaus está na zona sul, com 26,64% dos casos notificados, seguida pela oeste (23,52%) e leste (19,72). A pesquisa sobre a incidência e a prevalência da doença foi conduzida pela cientista Ormezinda Celeste C. Fernandes, que analisou 665 casos notificados na capital, entre os anos de 2008 e 2010. A leptospirose é uma doença infecciosa aguda causada por microrganismos pertencentes ao gênero Leptospira. A transmissão ocorre via contato com urina de animais silvestres ou domésticos.
Os resultados são preliminares. A pesquisa iniciou em 2010 e está sendo desenvolvida no âmbito do PPSUS (Programa de Pesquisa do Sistema Único de Saúde), o qual conta com financiamento do governo do Estado, via Fapeam (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas). O trabalho é realizado em parceria com pesquisadores do Laboratório de Referência Nacional para Leptospirose/IOC Fiocruz-RJ. A previsão é de que os trabalhos sejam concluídos em junho de 2012.
Doutora em biotecnologia pela Ufam (Universidade Federal do Amazonas), Fernandes explicou que a falta de saneamento básico, coleta de lixo inadequada e as condições precárias de moradia são os principais fatores que contribuem para o acumulo de roedores. Consequentemente, há o aumento do risco da população das áreas estudadas desenvolverem a doença.
“O resultado já era esperado, devido à falta de saneamento. Esse tipo de ambiente favorece a proliferação de roedores. Manaus apresenta uma situação agravante com relação ao sistema de esgoto. Constatam-se também áreas de igarapés com precárias condições de moradia”, lamentou.
Durante os meses de chuva, as inundações constituem o principal fator de risco para a ocorrência de surtos de leptospirose humana. Especialmente, nos locais que apresentam precárias condições de saneamento básico, por exemplo, esgoto a céu aberto e lixões na proximidade de córregos.

Resultados
Segundo Fernandes, na análise dos dados secundários, 339 casos foram confirmados e 35 (10,35%) evoluíram para óbito. Ela informou que o maior número de casos, 63, foi observado em 2009 e os meses de maior ocorrência são maio (16,81 %), março (13,31 %) e abril (11,41 %), que corresponde ao período chuvoso da região. Os dados também demonstraram que o maior número de casos, inclusive com óbitos, encontra-se na faixa etária dos 14 aos 44,9 anos (74,04%).
As fontes de dados secundários foram extraídas do SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade), Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificações) e da Semsa-Manaus (Secretaria Municipal de Saúde). As variáveis analisadas e correlacionadas foram faixa etária, sexo, aspecto clínico da doença, letalidade, ambiente de risco e áreas geográficas.
A partir dos dados secundários, de acordo com Fernandes, foi realizado o mapeamento dos casos confirmados dos três últimos anos (2008 a 2010). Em seguida, foram sorteadas, aleatoriamente, as áreas de coletas. Foram considerados os locais onde a população encontrava-se em situação de maior vulnerabilidade de risco.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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