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Wallace nega acusações e deixa Comissão com dúvidas

O deputado Wallace Souza (PP) negou ontem todas as acusações que lhe foram imputadas pelo Ministério Público Estadual e pela Polícia Civil. Wallace não concedeu entre-vista, mas o deputado Vicente Lopes (PMDB), presidente da Comissão de Ética, explicou que a oitiva do deputado Wallace Souza se pautou em cima das perguntas feitas pelos membros da Comissão de Ética em função daquilo que consta no processo encami-nhado à Assembleia pela Força-Tarefa.
Segundo Lopes, para cada uma das questões indagadas ao deputado Wallace Souza, a Comissão recebeu uma negativa do parlamentar. Vicente Lopes disse que o depoimento de Wallace deixou de trazer esclarecimentos à Comissão, razão pela qual ela (a comissão) entende que é preciso juntar a essas acusações elementos de prova, se é que existem, para que se possa fazer juízo de valor acerca das acusações e da possível quebra de decoro parlamentar.
Lopes afirmou que já está agendada para a próxima quinta-feira, às 10 horas, no quarto andar, uma reunião administrativa “quando a Comissão vai elaborar requerimentos solicitando informações e tudo que for necessário para depois votar, aprovar e encaminhar e, posteriormente, discutir sobre a questão da oitiva das testemunhas elencadas pela defesa, uma vez que são várias”.
Para Vicente, é importante que se diga que dessas testemunhas foram apresentadas somente os nomes, não exis-tindo nenhuma qualificação. Nesse caso a Comissão oficiou ao deputado Wallace Souza, bem como aos seus advogados que é responsabilidade deles trazer essas pessoas para prestar os esclarecimentos, uma vez que a Comissão sabe somente seus nomes, mas não sabe quem é, onde mora, nada mais do que isso.
Por essa razão, disse Vicente, é responsabilidade do deputado Wallace e de seus advogados trazer essas pessoas para prestar esclarecimentos na data marcada pela Comissão.

Numa maca

Wallace Souza prestou depoimento contrariando pedido do doutor Juan Villa, que acompanha o parlamentar há 11 anos, bem como de seus familiares. Em entrevista, Juan Villa disse que o que o deputado estava fazendo era uma loucura e que isso poderia alterar seu quadro clínico já que ele não pode sentar direito devido à inflamação no fígado. Mesmo sabendo que poderia agravar seu estado de saúde nesse trajeto até a Assembleia e dos movimentos que faria no carro, Wallace fez questão de depor. Segundo Juan Villa, ele teria dito que se não pudesse vir acompanhado do médico e dos familiares viria sozinho, nem que fosse de táxi. Juan não pegou nenhum documento por parte de Wallace e da família isentando-o de qualquer pro-blema que viesse a acontecer com o deputado.
Já o médico Antar de Albuquerque, do setor médico da Assembleia, afirmou que o deputado estava bem, com os batimentos cardíacos normais e sistema cárdiorrespiratórios funcionando normalmente, estava consciente, portanto, liberado para prestar o depoimento que é de vital importância, como ele afirma, para tentar provar sua inocência.
Antar afirmou que mesmo com o parecer contrário de Juan Villa, ele estava lúcido e podia muito bem prestar o depoimento. “Risco todos nós corremos e o estado de saúde dele requer cuidados. Desde que ele não se exalte e o estado psíquico fique tranqüilo e normal, nada impede que ele conclua com êxito esse depoimento”, assinalou Antar.
Acompanhando o irmão nesse momento, o vice-prefeito Carlos Souza (PP) afirmou que houve uma relutância muito grande por conta dele e da família para que Wallace marcasse uma outra data para depor. Contudo, disse que Wallace estava irredutí-vel, afirmando que gostaria de vir à ALE, mesmo sendo de maca, mas gostaria de vir.
Segundo Carlos Souza, Wallace teria afirmado a ele, dentro da sala que, na verdade, pouco está se importando com seu estado de saúde, o que importava naquele momento era provar a verdade, que ele é inocente de todas as acusações que lhe estão impondo. “Ele já não aguenta mais viver execrado, por isso a decisão de vir à Comissão de Ética para depor”, afirmou Carlos. O vice-prefeito disse ainda que ainda não há uma data concreta para que ele deixe a internação. Os médicos estão acompanhando e avaliando passo a passo seu quadro clínico, inclusive, já mandaram alguns exames para São Paulo. Uma junta médica fez uma avaliação e, se Deus quiser vai dar tudo certo.
O vice-prefeito afirmou, ainda, que os membros da Comissão perguntaram dele se tinha condição de depor, se era a vontade dele e, se ele não estivesse em condições, marcariam uma outra data.
Carlos disse que, em seu entendimento, o que estavam fazendo era “uma grande maldade com um homem de bem como o Wallace”.
“Quem o conhece sabe, do fundo do coração, que ele jamais faria qualquer coisa do que está sendo acusado”.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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