O procurador-geral da Re-pública, Antonio Fernando de Souza, ofereceu denúncia ao Supremo Tribunal Federal contra 15 acusados de envolvimento com o mensalão tucano, entre eles o ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, o senador mineiro Eduardo Azeredo (PSDB) e o empresário Marcos Valério.
Com o oferecimento da denúncia ao Supremo, Walfrido deve deixar o cargo para se defender das acusações.
O líder do governo na Câmara, José Múcio Monteiro (PTB-PE), disse que o minis-tro está desconfortável com a situação. “Qualquer pessoa que estiver sob a égide de uma ameaça dessas estaria desconfortável. Por isso que todos estão torcendo por ele. O desconforto só ele sabe e sua família”, disse Múcio.
Múcio negou que a saída de Walfrido tenha sido discutida na reunião do conselho político. “Esse assunto não foi tratado. Todos nós estamos torcendo para o melhor do país. Todos nós sabemos da contribuição que o ministro dá para o país: seu instinto democrático, a facilidade em conversar e saber ouvir”.
Relator no STF
A denúncia tem aproximadamente 80 páginas e os acusados devem responder por peculato e lavagem de dinheiro, entre outros crimes. No Supremo, o relator do caso é o ministro Joaquim Barbosa.
No documento, o procurador pede que o advogado Rogério Tolentino, sócio de Valério na empresa 2S Participações, seja investigado separadamente. Ele teria recebido dinheiro do valerioduto durante a campanha de 1998, quando o ex-governador Eduardo Azeredo tentou, sem obter êxito, a reeleição.
Múcio será o substituto
O Planalto já confirmou o nome do substituto de Mares Guia no Ministério das Relações Institucionais. É o deputado José Múcio Monteiro (PTB-PE), atual líder do governo na Câmara.
O ministro anunciou que deixaria o governo para se defender das acusações de envolvimento com o suposto mensalão tucano –esquema de caixa dois na campanha ao governo de Minas de Eduardo Azeredo em 1998– fora do governo.
Com a ida de Múcio, a liderança do governo será ocupada pelo deputado Henrique Fontana (PT-RS).