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Verão impulsiona venda de sorvetes, bebidas e óculos escuros

Com a temperatura às vezes próximas dos 40ºC em Manaus nos meses de julho, agosto e setembro, o consumo de sorvete, refrigerante, água e suco aumenta sensivelmente, assim como a venda de óculos escuros para suportar a intensidade do sol. De acordo com o sócio-proprietário da sorveteria Toya, Leovaldo Pereira, a demanda na fábrica durante o verão amazônico chega a ser 30% superior em relação ao período chuvoso. O quadro funcional também sofre alterações, registrando um aumento de até 20% no número de vendedores e fabricantes.
Pereira disse que para essa época de calor intenso são fabricados cerca de 6,8 mil litros de sorvete diariamente para abastecer a cidade. “A estação pede um reforço na fabricação. Todos os dias temos muitos clientes que vêm até a sorveteria para se refrescar e também vendemos nossos produtos para pequenos comércios como padarias, lanchonetes e até mesmo fábricas do PIM (Polo Industrial de Manaus)”, afirmou. Para atender a toda essa demanda, o empresário utiliza mais de 200 freezers.
Com 13 anos de atuação no mercado manauense, a Toya possui mais de 2 mil pontos de vendas no Amazonas e mantém representações em Boa Vista (RR).

Sorvete é consenso

Outra fábrica de sorvete com grande aumento nas vendas é a sorveteria Maná. O proprietário Paulo Cesani, que também é presidente da Afasa (Associação dos Fabricantes de Sorvetes do Estado do Amazonas), afirmou que as vendas na sorveteria cresceram 40%, sendo que a capacidade de produção da empresa é de 20 mil litros por mês, número que fica na marca de 15 mil em épocas de chuva.
No que diz respeito à mão-de-obra, a sorveteria também costuma aumentar o número de funcionários durante verão. “Todas as empresas desse setor normalmente dão férias ainda no primeiro semestre para ter todos os funcionários disponíveis no período de calor. Algumas até chegam a aumentar o seu pessoal para o verão. No início do ano, por exemplo, tínhamos 20 funcionários e agora contamos com 23”, afirmou Pereira.
Um dos diferenciais da sorveteria Maná são os picolés com formatos personalizados para crianças. “O lançamento desse verão é o picolé em formato de lápis, um registro da marca para a linha infantil, que já está fazendo bastante sucesso”, declarou. Outro produto lembrado pelo empresário que garante a identidade própria da empresa é o picolé napolitano.

Consumo de bebidas

Em relação às bebidas, os refrigerantes parecem ser a preferência dos consumidores nas ruas, segundo o vendedor autônomo Ulisses dos Santos. Ele disse acreditar que a venda de bebidas deve ser boa até o inicio de outubro e que a procura atinge o pico no horário entre 12h e 15h. “Essa é a hora do ‘solzão’. É aí que nós temos que correr para atender aos fregueses e ganhar a nossa renda. É um sufoco, mas que vale a pena no fim do dia”, destacou o vendedor, que já chegou a faturar mais de R$ 200 em apenas um dia com a venda de refrigerantes em semáforos do bairro Adrianópolis.
De acordo com Santos, o verão é uma ótima oportunidade para quem quer e precisa de uma renda extra. “Ano passado, consegui tirar o meu nome dos serviços de proteção ao crédito só trabalhando aqui. Queria que fosse calor o ano inteiro”, brincou.
Outro vendedor ambulante, Domingos Souza, também contou que consegue uma boa renda com as vendas de bebidas nos semáforos. Ele também já chegou a ganhar mais de R$ 200 em um dia, mas no caso dele a maior procura é por outros produtos. “O que eu mais vendo é água mineral e suco. E não é só para os motoristas, mas também para os estudantes que vão passando dentro do ônibus e me chamam para conseguir comprar uma garrafa de água”, lembrou o vendedor, que trabalha no Centro e ainda pretende trabalhar com a venda de água de coco.
Já na época de chuvas, as coisas são bem diferentes. “O povo não sente sede, então não tem como vender. O jeito é ‘correr’ agora mesmo”, declarou.
Com a alta demanda, as fábricas de bebidas constumam aumentar o quadro funcional neste período, como é o caso da AmBev, que já contratou cerca de 350 funcionários para a estação em todo o Brasil. Somente nos meses de julho e agosto, a empresa já admitiu mais de 200 pessoas para atuarem nas 33 fábricas do país. A previsão é de que até o fim deste mês, a AmBev preencha outras 150 vagas. Em seu portfólio estão estão as marcas Antarctica, Brahma, Bohemia, Skol, Original, Stella Artois e os refrigerantes Guaraná Antarctica, Soda, Pepsi e Sukita, além das inovações H2OH! e Guarah!.

Verão com proteção

O verão também impulsiona a venda de óculos escuros, que são importantes para proteger contra os raios do sol, mais perigosos nesta época do ano.
Os camelôs que comercializam o produto estão registrando um bom número de vendas. Segundo a vendedora Estela Oliveira, “agora tem muito mais gente que vem aqui na banca por causa do preço. São produtos muito bonitos”. Ela comercializa óculos a partir de R$ 10. “Tem lojas por aí que vendem óculos por até mais de R$ 100, o que é um absurdo atualmente”, completou.
Estela lembrou que no verão do ano passado as vendas não foram tão boas, mas a expectativa para esta temporada de calor é de que o volume negociado cresça 50% em relação a 2008. “Espero mesmo que eu consiga vender bem mais que no ano passado, porque eu fiz encomenda de muita mercadoria, tem muita novidade. Até agora, todos os produtos estão tendo uma boa saída”, enfatizou.
Guilherme Rodrigues é outro comerciante de óculos escuros que tem uma banca no centro da cidade. Conforme o vendedor, a estimativa para este ano é que as vendas possam ser 20% superiores em relação ao último verão. “Ano passado, a procura pelos produtos não foi tão boa porque as pessoas continuaram procurando mais pelos tradicionais óculos de marcas mais conhecidas”, frisou.
O vendedor não encomendou tantas mercadorias, mas se o fluxo de vendas aumentar conforme o calor de Manaus vai ser necessário fazer mais pedidos. “Todo mundo quer se proteger, não é mesmo? O sol é bom, mas em excesso faz mal. Então ter sempre óculos escuros à mão pode fazer bem à saúde”, salientou.
Para a assistente administrativa Paloma Maciel, os óculos deixaram de ser apenas um acessório para compor o visual e já fazem parte do chamado kit de sobrevivência, sempre presente em sua necessaire. “Nesse ‘calorão’ de Manaus, proteção é fundamental. Faço o que posso. Ando sempre com minha garrafinha de água, filtro solar e óculos escuros”, pontuou.

Em Manaus, ambientação é item obrigatório

Em pleno verão, a ideia de ficar em um ambiente fechado na cidade de Manaus tendo apenas algumas janelas abertas como fonte de refrigeração é inadmissível para muita gente, o que garante o impulso do comércio de ventiladores e condicionadores de ar nesta temporada. A tática utilizada pelas grandes redes do segmento envolvem promoções estratégicas para o período de calor, ampliação dos prazos de pagamento e redução do preço dos principais produtos.
A loja City Lar, especializada em produtos eletroeletrônicos e móveis domésticos, vendeu nos primeiros oito meses do ano 17.873 ventiladores e 15.840 condicionadores de ar. De acordo com o gerente regional da empresa, Alberto Makaren. “O ritmo de vendas no mês passado foi tão intenso que ficamos sem estoque durante alguns dias. Estimamos um crescimento mensal de 30% até dezembro”, disse ele.
Já a Ultramóveis teve 5 mil ventiladores comercializadas no período de janeiro a agosto deste ano – um índice elevado para a loja. A responsável pelo departamento de vendas, Tatiane Souza, disse que apesar de não ter uma estimativa específica, a Ultramóveis espera aumentar o número de ventiladores vendidos nós próximos meses. O modelo mais procurado foi o de 50cm ao custo de R$ 110. O condicionador de ar convencional (tipo janela) campeão de vendas – 3 mil unidades – foi o de 7.500 Btus, que tem preço de R$ 546.
Mas de acordo com o gerente de marketing do Armazém Paraíba, Carlos Soares, a procura por condicionadores de ar está caindo. “Houve diminuição na demanda por esse tipo de aparelho desde 2008 e estamos mudando o foco de produtos para outras mercadorias. Ainda assim, estamos vibrando com o comércio de ventiladores”, destacou. O gerente confirmou a saída de 9.025 ventiladores no ano passado e 7.129 até agosto deste ano. Em 2008 a empresa vendeu somente 250 condicionadores de ar, enquanto neste ano o número pouco ultrapassou 100 unidades até agosto.
O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) registrou durante todo o mês de agosto queda de 10% na incidência de chuvas para a cidade de Manaus. Segundo informações do instituto, a capital amazonense recebeu chuva em apenas três dias no mês passado e a sensação térmica foi superior a 40ºC.
“A temperatura média de Manaus no mês de agosto foi de 35ºC na sombra. A previsão é que as temperaturas estejam mais agradáveis a partir de novembro, quando começa o período chuvoso”, assegurou o chefe da seção de previsão do tempo do 1º Distrito de Meteorologia de Manaus, Veríssimo de Assis. O meteorologista explicou que os meses de agosto, setembro e outubro são os mais quentes do ano na cidade.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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