Pesquisar
Close this search box.

Veganos e vegetarianos fomentam "boom" na gastronomia local

https://www.jcam.com.br/Upload/images/Noticias/2019/Janeiro%206/Janeiro%207/Janeiro%208/Janeiro%209/Janeiro%2010/Janeiro%2011/Janeiro%2012/Janeiro%2013/pancs.jpg

Pesquisa encomendada ao Ibope, em abril do ano passado, pela Sociedade Vegetariana Brasileira mostrou que 14% da população brasileira, ou 30 milhões de pessoas, se declarou vegetariana, ou seja, não come carne de espécie alguma. Mais da metade dos 2.002 entrevistados disse que se fossem melhor informados nas embalagens, passariam a consumir mais produtos veganos, livres de qualquer ingrediente de origem animal.

Em Manaus, vegetarianos se misturam aos veganos, crudíveros, frugíveros, low carbs, e os fit, tudo em nome de uma alimentação saudável. Quem trabalha no segmento gastronômico precisa ‘rebolar’ para atender a todos e não perder clientes.

“Quando abri a Maison Gomes, em 2009, meu objetivo era servir uma comida saborosa e com preço acessível”, falou o chef Ramiro Hitotuzi, “mas como minha formação foi sobre a culinária clássica francesa, com o chef Laurent Suaudeau, e italiana, no Icif (Italian Culinary Institute for Foreigners), aos poucos fui introduzindo alguns pratos no cardápio. Com o tempo descobri que muitos desses pratos são perfeitamente consumíveis tanto por vegetarianos quanto por veganos. A propaganda boca a boca fez o resto”, explicou.

“Ratatuille (berinjela, tomate, pimentão amarelo e vermelho, cebola roxa); Crepe de la Luci (massa de crepe sem ovo, lentilhas, legumes, cogumelos frescos); Rigattoni alla Siciliana (massa grano duro – macarrão, molho de tomate, berinjela, abobrinha, cebola, pimentão e queijo tofu; ou Penne all’Arabiata (massa grano duro, molho de tomate e pimenta Chili), apenas para citar os mais solicitados, mas são vários”, afirmou.

“Não diria que a maioria dos meus clientes é vegetariana ou vegana, mas é uma parcela considerável por isso, apesar de a Maison Gomes não ser um restaurante desses segmentos, atendo perfeitamente a esse público. Já fiz, e sempre faço, almoços e jantares, aqui no restaurante, para participantes de eventos internacionais e tenho que preparar um cardápio para vegetarianos, veganos e até crudíveros. O último deles reuniu 52 participantes, alguns estrangeiros, que nem couberam aqui no restaurante. Tivemos que colocar mesas aí na calçada”, lembrou.

“Mas o que agrada a todos mesmo são minhas saladas, as clássicas Caesar, ou Parma, ou a brasileira com frutas, folhas verdes, verduras e legumes, aí surge o cliente fit, que complementa seu prato com alguma proteína (carne vermelha ou branca)”, revelou.

“Minha comida é antes de tudo, saudável, e isso tem um motivo. Minha tia Lúcia teve um problema sério de saúde e passei a cozinhar para ela. Isso já faz dez anos e até hoje só eu faço a comida dela, que é cheia de restrições”, contou. “Quando mostrei alguns pratos franceses e italianos para ela, me disse que aqueles podia comer sem problemas”, riu.

A Maison Gomes está localizada na rua Bandeira Branca (rua da feira), em Aparecida. Informações: 9 8122-9241.

Panc’s para todos os gostos

O agroecólogo Alexandre Victor se especializou nas panc’s (plantas alimentícias não convencionais) e assegura que os interessados por esse tipo de alimento estão aumentando. “Prova disso é que as panc’s podem ser encontradas na Feira do Incra, no Aleixo, uma vez por semana; e uma vez por mês na AgroUfam. E atendem tanto a vegetarianos, quanto a veganos, crudíveros, low carbs e os fit”, disse.

“Atualmente eu faço meus pratos com umas 50 variedades de panc’s, que podem ser encontradas nas feiras de orgânicos, que hoje se espalham pela cidade, e no Varejão Paraíba, em Adrianópolis”, informou.

“Até restaurantes já estão servindo panc’s em seus cardápios, como o Suzuran, no Vieiralves, que prepara urtiga empanada e vitória régia; e o Caxiri, no Centro, com entradas, pratos principais, saladas, sobremesas e bebidas panc”, lembrou.

“O conceito de panc é diverso. A vitória régia é uma panc porque ninguém a consumia antes. O cariru era consumido antigamente, mas as pessoas perderam o hábito de consumi-la, e estão voltando agora. Meus avós usavam a beldroega como alimento de patos e porcos, e agora nós a estamos consumindo”, explicou.

“O prato que faço mais apreciado pelas pessoas é a moqueca de banana da terra, ou jaca verde, com mangará, dendê, urtiga, cariru, ora pro nobis”, listou.

“Quanto às bebidas, tem o frisante comum, chá de fruta fermentado no qual é adicionado suco de limão e fica bem parecido ao refrigerante. Um frisante que está fazendo muito sucesso é o konbusha, preparado com bactérias e leveduras que se alimentam de açúcar e chá verde. Após fermentado, vira uma bebida gasosa que substitui muito bem o refrigerante, e é saudável”, completou. “Pode ser encontrado na Casa da Pamonha, no centro; e no Frango Mineiro, no Parque Dez”, informou.

“Nos próximos dias irei realizar uma oficina para ensinar as pessoas a prepararem comidas panc e kombusha. Quem quiser se inscrever, pode ligar para: 9 9202-4088”, concluiu.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar