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Vamos de empreendedorismo?

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Você sabia que desde 2014, quando começou a crise econômica no país, perdemos até agora cerca de 4 milhões de postos formais no mercado de trabalho? Praticamente 1 milhão por ano! Diante desse quadro, muita gente tem visto no empreendedorismo a saída pra sobreviver e começar uma nova carreira.

Quando eu percebi – associando dados – que era possível correlacionar a migração dos desempregados ao empreendedorismo, me senti inspirada a escrever sobre o assunto, visando reforçar, de modo geral, sua influência sob três vieses superimportantes: oportunidades de trabalho, novos modelos de negócios (principalmente em virtude do desenvolvimento tecnológico e das startups) e aumento de produtividade e geração de rendas para as empresas e pro País.

Sem abracadabra

Não é uma solução mágica, mas é uma baita luz no fim do túnel, que diz respeito, inclusive, a uma nova mudança cultural que vem se mostrando mais que um simples surto de empreendedorismo, e tem se potencializado no Brasil de anos pra cá.

Pra se ter uma ideia, de acordo com a reportagem da revista Exame, já em meados de 2015, 52 milhões de brasileiros entre 18 e 64 anos estiveram envolvidos na criação ou na manutenção de um negócio, conforme dados do estudo Global Entrepreneurship Monitor (GEM) daquele ano.

Se a gente considerar que há cerca de 2 bilhões de pessoas no mundo trabalhando na informalidade e que essa informalidade já corresponde por 60% de todas as vagas formais do mundo, percebe que há uma enorme frente de trabalho e produção.

Visão macro

Porém, não basta ser muito bom no que se produz ou oferece é preciso entender toda a estrutura do negócio para chegar ao sucesso. No livro “O Mito do Empreendedor”, do Michael E. Gerber, o autor reforça esse pensamento.

Boa colocação não reflete em qualidade

Além disso, precisamos melhorar nossa produção. É fundamental que o brasileiro seja mais criativo e que isso seja refletido nos produtos, desenvolvendo-os com maior grau de inovação e ineditismo para elevar tanto a inserção quanto a competitividade internacional, além de impactar positivamente na geração de empregos.

Essa constatação é fruto do recente estudo também do Global Entrepreneurship Monitor, divulgado pelo SEBRAE, o qual aponta o Brasil em 10ª colocação no grupo de 65 países que mais empreendem.
Mas, a “qualidade” dos nossos produtos não é nada satisfatória. O Global Entrepreneurship Index (GEI) reforça esse aspecto ao classificar o Brasil na 98ª colocação em um ranking de 137 países, de acordo com a reportagem do site Terra.

Sem inovar é fracasso certo

Isso significa que o Brasil tem amplas possibilidades de alcançar uma colocação no pódio, porém os produtos precisam ser melhorados, já que são considerados muito simples e que apenas atendem às necessidades básicas do mercado interno.

Precisamos inovar mais e usar a criatividade a nosso favor, criando produtos com maior grau de sofisticação, por exemplo. Você concorda que se nossos produtos tivessem melhor qualidade, venderíamos mais e aumentariam as vagas de emprego?

Pequenos, porém potentes

De acordo com o Relatório especial do SEBRAE “Os Negócios Promissores em 2018” apesar do fraco desempenho do PIB, constatado entre 2014 e 2017, a criação anual de novos MEI (microempreendedor individual) se manteve robusta, chegando a quase 1 milhão de novos MEI por ano. Praticamente o mesmo número de desempregados no período.

O estudo observa que esse crescimento dos MEI “parece estar mais associado ao processo de formalização dos negócios, do que ao ritmo de crescimento da economia”. Além disso, eu vejo outra possibilidade embutida nessa afirmação.

Pra mim, além do que foi dito, a formalização é a convicção por parte da população de que, conforme o cenário econômico, as vagas tão cedo não voltarão e que o jeito é partir por outro caminho, construindo ou tentando construir o próprio negócio.

MEI, o meio de recomeçar

Com o empreendedorismo o cidadão aprende que é preciso sair da zona de conforto, representada pela segurança e garantia do emprego formal, e meter a cara e as mãos na massa e ser dono do seu próprio negócio, assumindo riscos e benefícios.

Vantagens

A configuração de MEI apresenta boas e importantes vantagens, como o baixo custo de criação e manutenção, e menos burocracia envolvida para o registro, que pode ser obtido pela internet (Portal do Empreendedor). Além disso, como o MEI se enquadra no Simples Nacional, fica isento de vários tributos federais.

Arregaçar as mangas

O outro lado da moeda é que o microempreendedor precisa se planejar, conhecer muito bem o seu mercado (público, concorrente e etc.), controlar as finanças, lembrar que é preciso fazer 2 declarações do Imposto de Renda, entender como funciona o DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional) e, não menos importante, tirar lições dos erros, ou seja, aprender com as falhas contribui para ir aprumando o negócio. Mesmo que seja um pequeno negócio, a gestão é como nas grandes empresas, guardadas as devidas proporções!

Fortes e robustos

O Relatório do SEBRAE aponta que até o fim deste ano será possível que o número de MEI chegue a 8,7 milhões e o total de Pequenos Negócios atinja a marca dos 13,6 milhões de empreendimentos.
As áreas mais promissoras mapeadas no Relatório, que foi baseado de acordo às projeções econômicas de 2017, são as atividades ligadas às áreas de alimentação, saúde, educação, comunicação/computação, vendas e entretenimento.

Pequenos gerando empregos

Além disso, índices da pesquisa do SEBRAE, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho mostram que – em março (pelo terceiro mês consecutivo) – os pequenos negócios lideraram a geração de empregos no país.

Estamos falando de 47,4 mil novas vagas com carteira assinada (mais de 90% do total). Só nesse primeiro trimestre do ano, já somavam cerca de 200 mil postos de trabalho, isto é, um aumento de 127% em relação ao mesmo período do ano passado, conforme o SEBRAE.

Dá uma olhadinha

Se você está trabalhando, mas sonha em ter seu próprio negócio ou se está desempregado e não sabe como iniciar, te convido a acessar o portal do SEBRAE e verificar os cursos on-line disponíveis e gratuitos, dentre outros, identifiquei o “Aprender a Empreender”, que de acordo com o objetivo do curso, contribui para ajudar o aluno a desenvolver atitudes que compõem o perfil empreendedor por meio da interação com conceitos sobre mercado, finanças e empreendedorismo. Já é o primeiro passo!

Mas, o assunto não termina aqui. Há muito que falar! Já estou preparando outro artigo sobre empreendedorismo. Divulgarei mais adiante! Até lá!

*é jornalista, historiadora e pós-graduada em Comunicação Empresarial – [email protected]

Cristina Monte

Cristina Monte é articulista do caderno de economia do Jornal do Commercio. Mantém artigos sobre comportamento, tecnologia, negócios.
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