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Urban jungle impulsiona mercado de plantas

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A Urban Jungle, ou floresta urbana, um novo conceito de decoração que integra diversos tipos de plantas em cômodos internos diferentes tem atraído cada vez mais os amantes de decoração. A nova tendência tem estimulado alguns negócios no Amazonas.

As empresas do segmento ganham um impulso e apontam crescimento no volume de vendas. O proprietário da Chácara Belo Jardim, Luís Carlos, revela que a procura pelo verde aumentou em 50%, influenciado pelo crescimento das vendas dos imóveis com jardins privativos, conhecidos como gardens.

Luis Carlos, da Belo Jardim, aponta crescimento de 50%

Para Luís, embora o mercado tenha esfriado por conta da crise,  hoje existe uma procura bem maior por decoração com folhagens para ambientes internos em relação a anos anteriores. Ele considera que a febre no mundo de decoração com a aposta do verde para compor diversos cômodos eleva a saúde e faz bem para o bem-estar, além de auxiliar na qualidade de vida porque deixa o ambiente com uma energia diferenciada.

A tendência, conforme Rodrigo Blanco, proprietário da empresa Jardinando, ela surge forte potencial e onde as pessoas estão tentando fazer com que o paisagismo fique o mais natural possível. A era da plantinha,  num simples vaso, ficou para trás e deu lugar a propostas inusitadas, inclusive projetos onde o chão da sala é todo recortado para criar um jardim interno de decoração. “É uma sala toda circundada com tipos de palmeiras, jiboias e marantas”.

Rodrigo Blanco, da Jardinando, viu as vendas dobrarem

Em maio deste ano, o empresário observou as vendas dobrarem, representando um incremento de 100% no volume de  vendas em relação ao ano passado. “A gente observa sim que está tendo uma demanda cada vez maior. E o interesse, não só em cultivar uma plantinha em casa, mas como ter um paisagismo e um ambiente ornamentado e pensado para o conforto da família”.

De acordo com o empresário, ao escolher as espécies para este tipo de projeto é fundamental levar em consideração as condições do ambiente. Normalmente as plantas que toleram meia sombra ou sombra total são as mais escolhidas, dependendo da iluminação. Dentre elas as bromélias, orquídeas, peperômias, chifre de viado, samambaias e palmeiras.

“A nova tendência, Urban Jungle, tem sem dúvidas estimulado a procura por vegetações resistentes a áreas internas, aumentando as vendas principalmente de folhagens como jiboias, singônios e costela de Adão”, declara Hana Eto Gall, arquiteta paisagista, sócia da empresa Flora Eto Paisagismo.

Sustentando que o volume de vendas de vegetações de sombra tem crescido muito em comparação a anos anteriores. “O maior incentivo da inserção de plantas naturais dentro  do ramo de arquitetura de interiores no último ano e, principalmente, após a casa cor de São Paulo ter lançado o tema "Casa Viva".

Ela assegura que a tendência em procurar levar o verde para dentro de suas casas, abre portas para novos ramos dentro da jardinagem como: jardins verticais, venda de vasos de cimento com cactos ou suculentas, terrários. “As empresas de vasos estão   aumentando as opções materiais e design que facilitem o interno e ocupem menos espaço”.

Vegetação para todos os ambientes

A proprietária da empresa Anne Paisagismo & Serviços, Anne Lima, explica que o conceito inicial de jardim vertical surgiu da necessidade de se levar o verde para espaços reduzidos ou internos, como : varandas e salas de apartamentos, cozinhas gourmet, hall de hotéis, recepções de empresas, clínicas e outros espaços pequenos e/ou com pouca luminosidade.

O que antes se pensava ser inviável, agora se mostra plenamente possível. O cultivo de plantas em ambientes com pouca incidência de luz solar e ventilação agora é uma realidade. A união do paradigma de não se ter jardins em ambientes internos se uniu à praticidade das estruturas verticais fabricadas a partir de vários materiais, como:  madeira, ferro, canos em PVC e até garrafas Pet, dando assim início a um novo instrumento de decoração para arquitetos e decoradores, o jardim vertical.

Ela lembra que há cinco anos atrás, existiam umas 5 ou 6 empresas de paisagismo e jardinagem em Manaus, mas atualmente, o cenário é outro. Várias outras empresas adentraram nesse mercado e de acordo com dados da EuroMonitor, empresa global que trabalha com inteligência de mercado, o crescimento médio anual do setor é de 5,4% desde 2010. Mesmo com a crise que o país atravessa, a expectativa de crescimento para este ano é de 7% no mercado nacional e de cerca de 11% em Holambra, maior produtor Nacional. “Com este desempenho, podemos facilmente justificar o surgimento de várias empresas neste setor nos últimos anos”.

Anne confirma que o estilo de decoração tem estimulado  a procura por plantas para ambiente internos (sombra/meia-sombra), principalmente as chamadas “pendentes” que geralmente podem ser instaladas em partes altas, como : estantes, cachepôs suspensos e prateleiras localizadas na sala de estar, jantar e até mesmo cozinha, nesta última dá-se preferência às hortaliças.

Ela reitera que internamente, dá-se preferência às plantas suculentas porque armazenam mais água e necessitam de menos rega (em média 2 a 3 vezes na semana), as de sombra e meia-sombra, em virtude de necessitarem de menos luz solar. Entre estas podemos citar : Espada de São Jorge, zamioculca, palmeira raphis, palmeira chamaedorea, lírio da paz, samambaia, peperomia, antúrio, licuala e jibóia.

Simbiose radical entre cultura e natureza

Arquiteto Roberto Moita mostra projeto com verde em destaque

O arquiteto e urbanista Roberto Moita, que possui diversos projetos assinados com essa pegada e também adepto do conceito, ressalta que trazer a natureza pra dentro de casa ou ambiente de trabalho, é sempre uma grande ideia, sobretudo para quem gosta desta proximidade e convivência. Ele lembra que desde criança adquiriu a  prática de cultivar, cuidar de plantas, fazer rega, adubação e poda, e fundir esse hábito em seus projetos foi uma oportunidade única.

Dentre um dos projetos assinados pelo arquiteto estão um hostel que fica no centro comercial Container Mall com um balcão verde em estrutura de metal com uma espécie de formação chamada jiboia utilizada como uma trepadeira. E um segundo é a loja da Casamazônia, onde criou um urban jungle lounge com mais de uma dezena de vasos cerâmicos onde foi  plantado variadas espécies de plantas de interiores.

“Criamos uma versão mais clean do urban jungle concept, chamamos de mil tons de verde. A recepção de um hostel mobiliada com uma rede, espreguiçadeiras de praia, e muito verde.Tudo fácil e prático de cuidar:  um balcão com jiboias, um grande painel com uma foto da floresta amazônica e paredes pintadas num verde musgo inebriante”.

Já o lounge da Casamazônia é composto por um potente jardim tropical que abraça o mobiliário de design assinado numa simbiose radical entre cultura e natureza.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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