A CPI do Apagão Aéreo na Câmara deve prorrogar os trabalhos da comissão até o final de setembro para concluir as investigações sobre o acidente com o Airbus-A320 da TAM. O relator da CPI, deputado Marco Maia (PT-RS), disse que a comissão vai precisar de pelo menos 15 dias para discutir o relatório final sobre o acidente – o que impede que seus trabalhos terminem em agosto como previsto inicialmente.
“A CPI tem que ter começo, meio e fim. Preferimos concluir as investigações por etapas, por isso vamos precisar de mais tempo”, afirmou Maia.
Segundo o relator, a comissão deve aprovar esta semana requerimento de convocação da diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Denise Abreu, para apurar denúncia de que ela teria atuado para beneficiar empresários amigos com a transferência do departamento de cargas dos aeroportos de Congonhas (SP) e Viracopos (Campinas) para o de Ribeirão Preto.
Maia negou as acusações de parlamentares da oposição de que os governistas estariam blindando a Anac nas investigações na CPI na Câmara. “A oposição quer a convocação de todos os diretores da Anac, o que achamos desnecessário porque já ouvimos o presidente da agência Milton Zuanazzi. A Denise precisa ser convocada em função das denúncias”, afirmou.
A diretora da Anac será ouvida na quinta-feira pela CPI do Apagão Aéreo no Senado para também explicar as denúncias de suposto favorecimento a amigos.
Maia disse que defende convocações “importantes” às investigações, e não baseadas em disputas políticas. “Não permitiremos mais convocações sem contribuições a dar”.
A CPI na Câmara ouve hoje, os depoimentos do diretor de segurança da TAM, Marco Aurélio Castro, e do comandante responsável pelo equipamento do A320 da empresa, Alex Frischmann. A comissão quer detalhes sobre a manutenção realizada pela TAM nas aeronaves, uma vez que suspeita que falhas mecânicas tenham contribuído para o acidente em Congonhas.
Na quarta-feira, a comissão vai ouvir mais uma vez o chefe do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), brigadeiro Jorge Kersul Filho. A CPI quer confrontar com o brigadeiro versão apresentada na semana passada pelo vice-presidente de segurança de vôo da Airbus, Yannick Malinge.
O francês disse que, com base nas investigações do Cenipa, a empresa afirma que falhas mecânicas não provocaram a tragédia em Congonhas. Segundo Maia, o vice da Airbus disse à CPI que os dados da caixa-preta divulgados pelo Cenipa comprovariam que não houve problemas capazes de provocar o acidente.
Trabalhos da CPI devem ser prorrogados até final de setembro
Redação
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