A mão-de-obra ocupada nas principais atividades agrícolas no Estado de São Paulo cresceu 6,2%, para 1,117 milhão de pessoas, em novembro de 2006 em relação ao mesmo período do ano anterior (1,052 milhão). É o que mostra estudo sobre o mercado de trabalho paulista elaborado pelos pesquisadores Celma Baptistella, Maria Carlota Vicente, Carlos Fredo e Vera Lúcia Francisco, do IEA (Instituto de Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura e Abastecimento).
Foram estimados 628,7 mil trabalhadores não-residentes nas propriedades rurais (56.3% do total) em novembro de 2006. As categorias mais representativas são os trabalhadores volantes, com 37,5% (235,75 mil), seguidos dos assalariados (administrador, mensalista, diarista e tratorista), com 28,8% (181,28 mil) e dos proprietários, com 25,3% (158,89 mil).
As estimativas sobre ocupação de mão-de-obra em atividades rurais não-agrícolas (industriais, administrativas e serviços) em novembro de 2006 indicaram ligeiro acréscimo (1,0%) em relação a novembro de 2005. As médias anuais de ocupação foram de 106.700 e 116.934 pessoas em 2005 e 2006, respectivamente. A principal empregadora tem sido a atividade industrial, atingindo 78,1% (76.960) do total ocupado em novembro de 2006.
Na atualidade, o crescimento da demanda pelo etanol da cana-de-açúcar em função da opção, em termos mundiais, pelo uso de energia renovável, resultará em grande expansão da área de plantio desse produto agrícola. Entre as discussões inerentes a esse fato, inserem-se as questões relativas ao mercado de trabalho.
“Apesar da expansão do setor, por conta da proibição da queima de cana na colheita e da consequente mecanização dessa operação, serão os trabalhadores volantes, cortadores de cana, os mais afetados nesse processo.
Há de se ressaltar que a operação de plantio também se encontra em processo de mecanização, reduzindo ainda mais o emprego na época de entressafra. Portanto, é para a categoria de trabalho volante que são esperadas alterações mais representativas no contexto do mercado de trabalho rural paulista”, alertaram os pesquisadores.