É grande a expectativa dos setores da economia em regulamentar o uso do Código de Barras, com foco na rastreabilidade de produtos. Para se ter uma ideia, o setor farmacêutico tem até o final do ano para se adequar à regulamentação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e adotar o Código de Barras Bidimensional. Foi nesse cenário que a Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil divulgou o resultado do estudo “Consumidores e Empresas: Tendências e comportamento no mercado nacional”, que mede a influência da tecnologia no comportamento do consumidor.
Em sua 3ª edição, o estudo semestral, abrangeu um público consumidor de 425 pessoas acima de 18 anos de idade e 550 empresas, sendo 41% do segmento de alimentos, 37% de indústrias e 22% do setor de saúde. As entrevistas foram aplicadas em todo o país. De acordo com o presidente da GS1 Brasil, João Carlos de Oliveira, o estudo já se tornou referência para a indústria, distribuição e comércio. “Já que aponta os níveis de automação e o desejo dos consumidores de forma inédita”, ratificou.
Resultado da pesquisa revela que 83% dos entrevistados afirmam que a internet é o seu meio de se informar. Mas, 41% deles preferem ir às lojas pessoalmente, 22% buscam sugestões de amigos e familiares e 21% usam aplicativos de smartphones. Anúncios de televisão, jornais e revistas e contato com fabricantes são as opções menos escolhidas. “Do ponto de vista do consumidor, é fato conhecido que a tecnologia alterou a forma como ele busca informações sobre produtos e os meios de compras”, observou o executivo da GS1-Brasil.
Oliveira destacou os principais objetivos desse trabalho: “Em primeiro lugar é acompanhar o consumidor brasileiro para compreender seu comportamento de compra e sua percepção de uso do código de barras hoje e no futuro. Já em segundo lugar, visto como uma vertente trata de como as empresas estão adotando as tecnologias para identificação de produtos, principalmente o código de barras e como estão reagindo para atender o novo perfil de consumidor, muito mais ávido por informações”, explicou.
O estudo ainda revela que 44% do público entrevistado entende que o código de barras pode ajudar no combate à falsificação e proporcionar rastreabilidade, identificação e confirmar autenticidade do produto. O consumidor entende que esses são os principais motivos pelos quais o código de barras o auxilia na proteção por produtos originais.
No entanto, 43% dos entrevistados ainda desconhecem a capacidade de armazenamento de dados dos códigos de barras presentes no sistema GS1 e não aproveitam esse recurso para identificar os produtos que mais atenderão suas necessidades. “O público demonstra perceber que o código de barras pode ser uma fonte de entrada de informação no smartphone. No futuro, na visão dos entrevistados, a ferramenta pode se tornar uma referência para informações gravadas nos dispositivos móveis”, concluiu Oliveira.
Repercussão do estudo
No Amazonas, representantes do comércio atacadista e distribuidor destacam a importância do Código de Barras, como principal ferramenta no combate à pirataria, sonegação, contrabando e descaminho de mercadorias em todo território nacional, principalmente em regiões fronteiriças.
Para o presidente do Sincadam (Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor do Estado do Amazonas), Enock Luniere, a evolução do código de barras é fundamental para todos os segmentos econômicos, incluindo serviços de toda natureza. “Não importa o tamanho do negócio, o código de barras está presente, seja na embalagem, no controle de estoque ou até na mais sofisticada forma de logística com uso do código em rádio frequência EPC/RFID”, disse.
Trata-se do Código Eletrônico de Produto ou EPC um sistema criado pela GS1 para padronizar as informações armazenadas na tecnologia portadora de dados RFID (Radio Frequency Identification).
Segundo o gerente de compras da SB Log Comércio Ltda., Nilson Ipiranga, através da evolução do conceito do Código de Barras EAN-13, passando pelo GS1 DataMatrix, até chegar ao chip rastreador EPC/RFID desenvolvidos pela GS1, é um dos melhores controles já utilizados pelos setores têxtil, alimentício, farmacêutico, entre outros, principalmente no combate à pirataria.
“A GS1 Brasil já encabeça vários movimentos em relação à regulamentação do uso do código de barras. Sua finalidade tem importância fundamental, desde o controle de estoque até chegar ao consumidor final, que hoje já pode seguir todo esse percurso utilizando a tecnologia mobile”, observou. A SB Log faz parte da Abafarma (Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico).
Sobre a GS1 Brasil
A GS1 Brasil – Associação Brasileira de Automação é uma organização multissetorial sem fins lucrativos que representa nacionalmente a GS1 Global. Em todo o mundo, a GS1 é responsável pelo padrão global de identificação de produtos e serviços (Código de Barras e EPC/RFID) e comunicação (EDI e GDSN) na cadeia de suprimentos, colaborando para o processo de automação desde a matéria-prima até o consumidor final.
Os padrões GS1 são utilizados em 150 países, com mais de um milhão de empresas associadas. A organização brasileira tem 58 mil associados. Além de estabelecer padrões de identificação de produtos e comunicação, a associação oferece serviços e soluções para as áreas de varejo, saúde, transporte e logística. Mais informações em www.gs1br.org.
Brasil em código
Com a proposta de gerar um ambiente de novas ideias e tendências sobre os temas Inovação, Tecnologia e Gestão de Pessoas e como integrá-los, a GS1 Brasil além de divulgar o resultado do estudo de mercado, também realizou na semana passada, a 6ª edição do “Brasil em Código – Conferência Internacional”, evento que acontece anualmente em São Paulo (SP).
A conferência contou com a presença do presidente da GS1 Global, Miguel Lopera, destaque entre os palestrantes, além de especialistas como Paulo Sérgio Silva, CEO do Walmart.com Brasil e Gustavo Caetano, CEO at Samba Tech. Com o tema “Um novo olhar sobre inovação, tecnologia e gestão de pessoas”, o presidente da GS1 Brasil, João Carlos de Oliveira, ratifica a importância da conferência anual. “Propomos o debate de alto nível para que os líderes das empresas brasileiras tenham conhecimento de métodos eficientes a partir de processos padronizados e aplicados mundialmente. É uma de nossas contribuições para o desenvolvimento socioeconômico do país”, ressaltou.
Mais de 300 executivos e decisores de grandes empresas que buscam um novo olhar sobre os processos de integração de tecnologia e gestão de pessoas, prestigiaram o evento. “Brasil em Código se tornou referência para diversos setores da economia e representantes de órgãos governamentais quando se fala em automação aliada à inovação e à realidade do país”, reconheceu o CEO da GS1 Global, Miguel Lopera.
Código de barras bidimensional
Toda a cadeia do setor farmacêutico deverá se adequar à nova regulamentação da Anvisa, até dezembro de 2016, focada na rastreabilidade dos medicamentos através do código de barras bidimensional. Segundo a Agência, não haverá novo adiamento do prazo para adequação à regulamentação e as empresas que compõem a cadeia produtiva, logística e de comercialização do setor deverão estar 100% aptas a cumprir a norma, sob pena de autuação.
A lei da rastreabilidade de medicamentos -que determina que todo e qualquer medicamento seja rastreado, desde sua fabricação até chegar ao paciente -é antiga, de 2009, mas a obrigatoriedade para seu cumprimento foi adiada por diversas vezes, sobretudo pela complexidade de adaptação no processo produtivo.