A multinacional japonesa Sony apresentou ontem em São Paulo o melhor resultado anual de sua história no Brasil desde a sua instalação, em 1972. A companhia teve no ano passado um crescimento de 65% em seu faturamento – não revelado pela empresa – no país em relação a 2009 – a maior expansão entre todos os países em que a Sony atua. Rússia, Índia e Coreia do Sul completam a lista de países onde a Sony mais cresceu no ano passado. E a expectativa da empresa para 2011 é manter o Brasil no topo do ranking de crescimento, com um aumento de 48% em seu faturamento. Para atingir a meta, a Sony já definiu seu alvo: a nova classe média.
Segundo o presidente da Sony Brasil, Ryuji Tsutsui, a chamada classe C está no centro das atenções da empresa. Ele afirmou que a ideia não é simplesmente baixar o preço. “Vamos ouvir os consumidores para aliar preço, qualidade, design, conectividade”. A companhia japonesa aposta principalmente no mercado de câmera digital, filmadora, mini system e televisores para ampliar sua participação no Brasil. “A ideia é procurar a segmentação, oferecer produtos diferentes para públicos diferentes, sempre mantendo a qualidade”, disse Ricardo Junqueira, diretor de vendas da Sony Brasil.
Para estabelecer esse elo entre a empresa e a nova classe média, a Sony escalou o apresentador Rodrigo Faro como garoto-propaganda. Além disso, vai trabalhar com linguagens distintas para o mesmo produto. Por exemplo, no caso dos televisores, a mensagem a ser repassada à classe emergente é que o produto é 2 em 1 – isto é, TV e internet -, enquanto para as classes A e B, a ideia é ressaltar que a TV é a melhor do mercado, aquela que tem mais qualidade.
A estratégia para os produtos da companhia é apoiada em três pilares: 3D, design e conectividade. Segundo o gerente-geral de marketing, comunicação e inovação da Sony Brasil, Carlos Paschoal, “a empresa vai buscar se aproximar do público jovem, fazer parcerias estratégicas, oferecer experiências únicas e procurar um engajamento total com canais de venda”. Ele afirmou que a companhia quer quadruplicar o número de pontos-de-venda de notebooks até março de 2012. “O melhor resultado da Sony no Brasil se deu porque a empresa entendeu o consumidor final. Portanto, queremos tornar a marca Sony cada vez mais próxima do consumidor final”.
Fabricação de tablets
Questionado sobre a estratégia da Sony Brasil frente às iniciativas do governo brasileiro de conceder incentivos fiscais para a produção de tablets e games no país, o diretor de vendas Ricardo Junqueira disse que “toda notícia que tem saído (nesse sentido) tem tirado o nosso sono, de uma maneira positiva. Estamos sonhando com um imposto diferente e acompanhando essa questão muito de perto”. Ele afirmou que a companhia está em conversas com ministérios, sem detalhar quais, sobre incentivos fiscais. “Estamos fornecendo tudo o que podemos e não podemos, tudo de que eles precisam de informação, dados, para que projetos (desse tipo) sejam aprovados”.