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Shoppings disputam classes B e C

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Dos oito shoppings que estão no Amazonas, todos estão situados em Manaus. O Estado está na 13ª posição no ranking nacional de maior número de malls, com 133.190 metros quadrados de ABL (área bruta locável), de acordo com Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers). E, em 2012, está prevista a abertura de mais um centro de compras, localizado no entorno da Ponta Negra, zona oeste. Mas será que Manaus está preparada para mais um empreendimento da área?
Para o vice-presidente da Alasc (Associação de Lojistas do Amazonas Shopping), Raul Carlos, a cidade está sim preparada para receber mais um nono empreendimento. “Temos espaço para todos. Basta que cada um saiba encontrar o seu mercado”, afirma. Raul fundamenta-se baseado nas pesquisas que mostram as classes D e E como as de maior ascensão social nos últimos meses. Acompanhando o raciocínio do vice-presidente, o consumidor nível B e os emergentes da classe C estariam dispostos a gastar mais no comércio local.
O diretor-presidente da ACA (Associação Comercial do Amazonas), Gaitano Antonaccio, também avalia como positiva a entrada de mais uma empresa no mercado de shoppings. Segundo ele, a cidade tem atrativos que impulsionam a vinda de turistas para os centros de compras e é uma ilusão achar que não há mais espaço no segmento. Porém, o dirigente considera que, com a entrada de mais um concorrente, haverá maior exigência do consumidor na hora de escolher onde abrir a carteira. “Manaus é um Eldorado de emprego. Nossa cidade tem tudo o que os grandes centros possuem. As exigências do cliente e os preços serão os critérios decisivos no futuro”, frisou.

Norte e leste

Gaitano argumenta que o novo shopping não deveria ser construído na área da Ponta Negra, mas nas zonas norte e leste da capital. “O bairro é uma boa localização, mas em Manaus as classes C e D estão crescendo em lugares como a Cidade Nova. Lá eles possuem poucas opções de shoppings”, justificou o presidente da ACA.
O cliente será tratado como a vedete do mercado entre os shoppings. É o que prevê o presidente da CDL-Manaus (Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus), Ezra Azury Benzion. Ele considera o mercado local como estável, mas não descarta a possibilidade de a cidade necessitar de mais um shopping em breve. Azury avalia que, não apenas o consumidor, mas os lojistas serão beneficiados com a maior concorrência no futuro. “O empresário que souber operar bem em shopping vai conseguir brigar por aluguéis mais baratos”, destacou.
O presidente da CDL-Manaus também vê a zona leste como um mercado promissor para o segmento de centros comerciais e critica a estratégia de localização escolhida pelo grupo responsável pelo empreendimento. “Não é muito bom, pois estará próximo do Manauara e do Amazonas Shopping. A melhor posição seria na zona leste; um shopping de classe C e D caberia bem lá”, defendeu.

Varejista aponta para excesso de oferta na cidade

O superintendente do Manaus Plaza Shopping, Jorge Abboud Daou, é categórico em relação à atual concorrência entre shoppings e sentencia: “Não há lugar para mais um”. Abboud analisa que o mercado de Manaus encontra-se estável para os atuais grupos que detêm o monopólio dos grandes centros comerciais.
Para o economista e consultor de empresas, Rodemarck Castelo Branco, Manaus passa por uma onda de canibalismo entre os empreendimentos. “Hoje, temos shoppings encontrados em perímetros muito próximos. As empresas estão brigando pelo mesmo cliente. O Manauara está pegando o cliente do Millenium e do Amazonas”, opinou.
Em relação ao Shopping Manauara, localizado na zona centro-sul, Rodemarck explica que os lojistas do mall estão com dificuldades em encontrar o ponto de equilíbrio, ou seja, os empresários do empreendimento ainda não estão obtendo os lucros previstos. O economista também destaca que a nova tendência para a cidade é a construção de Shoppings em bairros populares.
O administrador e também freqüentador de shoppings, Afrânio Mello, não sabe se vai dar certo a vinda de mais um grupo de malls para a cidade, apesar de achar que a capital amazonense precisa de mais opções de compras. “No Amazonas Shopping, você leva 30 minutos para estacionar. O Manauara ainda cheira à construção. No Cecomiz falta o lazer”, complementa.
Em entrevista ao Jornal do Commércio, o diretor de shoppings centers da JHSF, grupo proprietário do Shopping Ponta Negra, Roberth Harley, defende que Manaus precisa de mais um centro de compras. “Manaus é grande polo de atrativo turístico e as pesquisas na cidade revelam que há mercado para mais um empreendimento”, justificou.
O Shopping Ponta Negra deve ser inaugurado em 2012 e foi projetado para atender as classes A,B e C. Segundo Roberth, o grupo JHSF não tem planos de vendas do novo empreendimento após o tempo de maduração.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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