Pesquisar
Close this search box.

Relator faz leitura da denúncia contra acusados

Durante uma hora e meia, o ministro relator do caso mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, leu a denúncia que cita 40 acusados de envolvimento com o escândalo e as justificativas apresentadas por cada um deles. Ele tentou ser breve, reproduzindo apenas os trechos principais e os crimes indicados para os denunciados.
O relator fez um resumo das denúncias, lembrando que as acusações que cercam o mensalão -esquema de suposto financiamento a parlamentares do PT e da base aliada, denunciado em 2005-, foram deflagradas a partir das denúncias do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ).
Durante o julgamento, os ministros do STF vão decidir se aceitam ou não a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra os acusados de envolvimento no mensalão.
Na denúncia, o procurador-geral da República, Antônio Fernando Souza, cita 40 pessoas envolvidas com o escândalo. Barbosa citou cada um dos 40 denunciados. Apenas aqueles cujo advogado é o mesmo, ele anexou as justificativas. Ao tratar do ex-ministro José Dirceu, o relator leu os argumentos da defesa, que afirmou que o “núcleo central” sempre negou sua participação ou ciência dos empréstimos de origem suspeita.

A respeito do ex-presidente do PT e deputado José Genoíno (SP), o relator disse que a defesa alegou que as denúncias atingiram o petista por ele ocupar um cargo de comando no Partido dos Trabalhadores. “Fui denunciado pelo o que era”, repetiu Barbosa, referindo-se a uma frase de Genoíno. O publicitário Marcos Valério e sua funcionária Simone Vasconcelos utilizaram os serviços do mesmo advogado. Assim o ministro anexou as duas defesas. Ambos afirmaram que a denúncia é improcedente. Segundo a defesa, “nenhuma das pessoas do núcleo de Marcos Valério praticou conduta irregular”.
A defesa de Sílvio Pereira, ex-dirigente do PT, alega que as denúncias não procedem. De forma semelhante reagiu a defesa do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), ex-presidente da Câmara, negando as acusações de lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e evasão de divisas. O advogado do ex-ministro Luiz Gushiken, acusado de peculato, afirma que não há provas de que ele favoreceria a Visanet, como indica a denúncia. Em sua defesa, o ex-deputado José Janene (PP-PR), denunciado por formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro, além de negar as acusações, observa que em várias situações “votou em dissonância do governo”. Outro ex-deputado, Pedro Corrêa (PE), admitiu que seu partido, o PP, recebeu dinheiro do PT. Porém, afirmou que os recursos seriam para pagar honorários a um advogado. Os deputados Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP), em suas defesas, negam as denúncias. Para Costa Neto, “não havia quadro” que poderia configurar a formação de quadrilha. O petista Professor Luizinho (SP) nega as denúncias de lavagem de dinheiro. Já Delúbio Soares, que pertencia à direção do PT, argumentou que a ligação dele com o publicitário Marcos Valério se baseava em “amizade” e destacou que a relação do PT com vários partidos não era suspeita, pois se fundamentava em uma “aliança partidária”.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar