De 2008 a 2013 o rebanho bubalino do Estado aumentou 50,5% na quantidade de animais
No período de 2008 a 2013 o rebanho bubalino existente no Estado registrou um aumento de 50,5% na quantidade de animais. O percentual de crescimento do Amazonas foi superior ao obtido pela região Norte, que teve um incremento de 22,3% no manejo; e ainda aos números do Brasil, que foram de 16,19%. O resultado classifica o Estado como o responsável pelo terceiro maior rebanho do país, atrás do Pará e do Amapá. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) por meio da pesquisa de Produção da Pecuária Municipal 2013.
De acordo com a pesquisa, em 2008 o rebanho bubalino do Amazonas registrava 56,8 mil cabeças de búfalo, número que saltou para 85,5 mil em 2013. O relatório ainda mostra os 20 municípios brasileiros que apresentam os maiores rebanhos, dentre os quais constam Autazes, com 20 mil cabeças; Itacoatiara, com 17,7 mil búfalos; e Parintins, com 13,9 mil cabeças. Os demais municípios fazem parte dos Estados do Pará e do Amapá.
Para o presidente da Faea (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas), Muni Lourenço, o crescimento expressivo do rebanho no Estado é decorrente da facilidade de adaptação do bubalino às condições climáticas da região e também do investimento feito pelo bubalinocultor. “O búfalo se adapta facilmente ao nosso clima e principalmente às áreas de várzea, com boa produtividade. Apesar das dificuldades que enfrentamos quanto à infraestrutura e com as cheias dos rios conseguimos obter crescimento”, destacou.
Segundo o presidente, o crescimento quantitativo do rebanho bubalino vem acompanhado da alta demanda dos produtos derivados do leite de búfala e ainda da carne do animal. Ele explica que apesar de os laticínios e a carne serem comercializados a preços mais altos, em comparação aos insumos provenientes do rebanho bovino, há procura para os alimentos.
Lourenço informa que em Autazes o litro do leite de búfala é comercializado por valores entre R$ 1,5 e R$ 1,7. Enquanto o litro do leite bovino custa R$ 1,1. Porém, o leite bubalino é rentável para a fabricação de queijos. Para produzir um quilo de queijo derivado do leite bovino são necessários 10 litros de leite. Enquanto o queijo de búfala exige apenas oito litros de leite. “Percebemos que o mercado está aquecido principalmente com relação aos laticínios. A produção local atende aos comércios no Estado e há uma precisão para que o governo do Estado compre 6,6 mil quilos de queijo divididos entre os tipos mussarela e coalho. O quilo será repassado pelo preço de R$ 18”, disse.
O relatório do IBGE também informa que a maior concentração da espécie bubalina ocorre na região Norte onde há predominância de 720 mil cabeças. O Estado do Pará tem destaque com o registro de 460 mil búfalos. Em todo o país existem mais de 1,2 milhão de cabeças.
Segundo a ABCB (Associação de Criadores de Búfalos), que também apresenta informações no relatório do IBGE, o custo da criação do rebanho bubalino chega a ser 20% menor do que a de bovinos. Lourenço concorda com a afirmativa da associação e conta que os búfalos são resistentes até mesmo a picadas de cobras. “É um animal mais resistente do que o boi. Ele ganha peso mais rápido e em caso de ser picado por serpentes ele mata a cobra”, comenta.
Encontro
Para discutir melhorias para o desenvolvimento da bubalinocultura no país, Manaus sediará no mês de outubro, o 11º Encontro Brasileiro de Bubalinocultores. Segundo Muni Lourenço, o encontro, que acontecerá pela primeira vez no Estado, será um divisor de águas no segmento agropecuário, especificamente quanto ao manejo bubalino. Ele afirma que o evento vai propiciar acessos a tecnologias de melhoramento genético de manejo, nutrição animal, entre outras questões.
Priscila Caldas
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