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Promessas de campanha soam como grandes desafios

Em ano de eleições, as promessas dos candidatos chegam (às vezes) a ser mirabolantes. Maiores oponentes na nova corrida eleitoral pela Presidência da República, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) têm investido na promoção de mudanças que, à primeira vista, soam com certa desconfiança. Porém, mesmo assim, os dois conseguem ainda arrebatar muitos seguidores, apesar dos reveses do Brasil, mergulhado em crise social e econômica.

eleições
Foto: Divulgação

Bolsonaro promete estender o auxílio emergencial após as eleições. Isso se sair vencedor em outubro, mantendo os atuais R$ 600. Será que o País tem orçamento suficiente para aguentar um impacto nas contas dessa envergadura?

Lula também não deixa nada a desejar em termos (digamos, de delírios) por melhores dias diante de um país quebrado com tantos fracassos em suas políticas socioeconômicas. Agora, o petista promete zerar as filas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e melhorar os índices de educação.

O líder da esquerda disse ser possível acabar com a espera para receber benefícios previdenciários. “É possível fazer. Se nós voltarmos, vamos fazer isso porque o mundo digitalizado está muito mais moderno e as pessoas que fizeram a primeira vez estão todas vivas e muito dispostas a trabalhar”, declarou.

O candidato lembrou que, quando foi presidente, acelerou o processo de concessão de benefícios ao transferir do trabalhador para o governo a responsabilidade por provar o tempo de serviço. Ele disse que o tempo de atendimento de pedidos de perícia médica, em seu governo, caíram de um ano para, no máximo, cinco dias.

Em relação à educação, Lula criticou a piora nos indicadores do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica, divulgados na sexta-feira (16). A proporção de alunos com problemas na aprendizagem de língua portuguesa subiu de 15,5% em 2019 para 33,8% em 2021.

“O que aconteceu com o Ideb hoje é uma vergonha nacional”, declarou Lula. O índice para os anos iniciais do ensino fundamental caiu de 5,9 para 5,8 na mesma comparação, com os efeitos da pandemia de Covid-19 sendo mais sentidos em quem está aprendendo a ler, escrever e fazer contas. O candidato prometeu indicar um ministro da Educação de qualidade para reverter a situação.

Sobre a agricultura familiar, Lula defendeu o aumento da produção de alimentos e a retomada da função de estoque regulador da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ele disse ser possível melhorar a convivência entre o agronegócio e a agricultura familiar sem aumentar o desmatamento.

“Temos muita terra degradada. A gente não precisa tirar meio metro da Amazônia para ninguém plantar nada, muito menos do Pantanal. Cana-de-açúcar, soja, essas coisas não têm que entrar nos biomas que temos que preservar para o bem da humanidade”, declarou.

Independentemente de ideologias e cores partidárias, que vença o candidato que apresente as melhores propostas para melhorar as condições no o Brasil. E isso está nas mãos dos eleitores. Só eles podem apontar seus verdadeiros representantes.

Gestão dos recursos da ZFM: o protagonismo e a lei

E agora, ZFM?

Em tese, a Zona Franca de Manaus contava com um grande aliado para manter a isenção do IPI de toda a sua cadeia produtiva. Uma nova decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, surpreendeu a todos, revogando a sua medida cautelar favorável ao Amazonas. A medida aumentou ainda mais a preocupação das lideranças empresariais e políticas do Estado. Desta vez, foram preservados apenas 97% dos produtos fabricados na região. Os outros 3% que ficaram fora da isenção podem gerar um prejuízo de R$ 4,8 bilhões, segundo estimativas de especialistas.

E de nada adiantaram as ações junto ao Supremo para derrubar o último decreto presidencial, uma tentativa de restabelecer o benefício integral.  Recentemente, o Cieam, uma das principais vozes da indústria local, encaminhou uma carta ao governo alertando sobre os impactos negativos das decisões desfavoráveis às empresas instaladas em Manaus. E agora, ZFM? O que fazer diante de tantas manobras para acabar com o projeto mais bem-sucedido do Brasil? É o principal questionamento de todos que vivem em uma região isolada praticamente de todo o Brasil.

Indiferença

O ministro Alexandre de Moraes ignorou o pedido do partido Solidariedade, autor da ação junto ao Supremo, pedindo a proteção de 100% do faturamento da ZFM. O próprio governo federal reconhece que os novos decretos presidenciais, publicados em julho e agosto, não preservam a totalidade da industrias que se beneficiam dos incentivos fiscais da Zona Franca. Agora, a bancada amazonense se debruça em Brasília para traçar uma nova estratégia para recuperar a isenção do IPI. Não há otimismo.

Acusações

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, proibiu Ronaldo Tiradentes de promover novas manifestações acusando o candidato a governador Eduardo Braga (MDB) de não declarar bens à Justiça Eleitoral. A multa diária por descumprimento é de R$ 20 mil. O senador apresentou reclamação ao tribunal alegando demora no julgamento de representações feitas ao TRE-AM. Os ataques acontecem no programa de TV e Rádio Manhã de Notícias. Uma língua de trapo dificulta a vida de Braga.

Emendas

O governo do Amazonas já pagou R$ 155,9 milhões em emendas parlamentares individuais e R$ 94,9 de ações da bancada cadastradas pelos deputados estaduais, segundo dados do Portal da Transparência. O dinheiro liberado representa 73% do valor previsto para este ano. Os recursos são indicações feitas por políticos de como o Executivo deve gastar parte das verbas do Orçamento. Elas são divididas em individuais e coletivas, sendo direcionadas para obras de infraestrutura.

‘Bandido’

Candidato ao Senado pelo PDT, o ex-deputado Luiz Castro foi xingado de “bandido” pela ex-primeira-dama de Manaus Elisabeth Valeiko após associar o nome do filho dela, Alejandro Valeiko, ao assassinato do engenheiro Flávio Rodrigues. As ofensas aconteceram durante um debate em uma emissora de TV local, reunindo os outros postulantes ao cargo. Elisabeth estava na plateia. E o seu grito foi transmitido ao vivo. Todos os presentes ouviram os impropérios, como também os telespectadores.

‘Bandido’ 2

Luiz Castro abriu a discussão ao questionar Arthur Neto (PSDB), também candidato ao Senado, se a palavra “respeito” era apenas um slogan de campanha ou se servia para “basear as atitudes reais” na vida pública e na trajetória política recente do tucano. O pedetista disse que o adversário tem evitado falar sobre “diversos episódios nos quais foi envolvido direta e indiretamente”. Em resposta, Neto disse que Castro esteve envolvido em fraudes na área de educação. A lavagem de ‘roupa velha’ foi total.

Reeleição

 A Magic Beans Comunicação, cujo sócio é responsável pelo site Lulaflix, deve embolsar pelo menos R$ 7 milhões da campanha de Jair Bolsonaro e de seu partido, o PL. O Lulaflix é um site que reúne conteúdo negativo ao ex-presidente Lula (PT) e que foi impulsionado no Google pela campanha de reeleição do atual presidente, numa prática que, segundo especialistas, fere a legislação eleitoral. A chapa do chefe da nação contratou a empresa por R$ 4 milhões. O Planalto se depara com mais tretas.

Avanços

Candidato à reeleição, o governador do Amazonas, Wilson Lima (UB), apontou avanços da sua gestão nas áreas de saúde e segurança, ressaltando que, apesar dos problemas com a pandemia de Covid-19, está fazendo entregas históricas. “A gente conseguiu avançar como nunca antes na história deste Estado. Nenhum governador passou pelo que eu passei. Mesmo com tantos desafios, conseguimos levar mais benefícios à população”, afirmou ele. Não é o mesmo que dizem seus oponentes.

Apelação

O Coronel Alfredo Menezes, candidato ao Senado pelo PL, disse acreditar ser ele a melhor opção para ocupar a única vaga do Amazonas nas eleições de outubro deste ano. E foi catastrófico em sua verborreia. “O sistema é bruto, mas quem decide o voto é você. Somos os únicos capazes de chegar lá com a sua ajuda”, disparou durante entrevista a uma rede de rádio em Manaus. Na propaganda gratuita eleitoral, ele vem atacando o senador Omar Aziz (PSD-AM), que disputa a reeleição. Não precisa apelar.

FRASES

“Estamos avançando”.

David Almeida (Avante), prefeito, sobre obras de modernização na infraestrutura urbana de Manaus.

“Denunciado insiste em burlar medidas”.

Alexandre de Moraes, presidente do TSE, ao ameaçar Roberto Jefferson de prisão.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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