Os depósitos na caderneta de poupança superaram os saques no mês de agosto pelo quarto mês consecutivo. De acordo com dados do Banco Central, a poupança fechou o mês passado com uma captação positiva de R$ 3,1 bilhões.
O número representa a diferença entre os depósitos de R$ 83,7 bilhões e os saques de R$ 80,6 bilhões realizados nos 21 dias úteis do mês passado.
Apesar de ser o segundo melhor resultado de 2009, a captação ficou abaixo da registrada no mês de julho quando registrou R$ 6,7 bilhões, entre outros fatores, devido ao menor número de dias úteis -dois a menos.
No acumulado do ano, os depósitos realizados já superam o número de saques em R$ 12,2 bilhões.
No mesmo período do ano passado, a captação estava positiva em R$ 8,5 bilhões -no ano passado, a marca de R$ 12 bilhões só foi alcançada em novembro.
O número ainda está abaixo, no entanto, dos R$ 15,5 bilhões verificados no período janeiro-agosto de 2007.
Retomada dos investimentos acompanha a recuperação do emprego e da economia
A poupança começou o ano registrando saída de recursos. Até abril, o resultado acumulado estava negativo em R$ 1,5 bilhão. A partir de maio, no entanto, a caderneta entrou em um processo de recuperação. Daquele mês até agosto, o resultado ficou positivo em R$ 13,7 bilhões.
Com a captação positiva registrada neste ano, o estoque de dinheiro nesse tipo de investimento já se aproximada da marca histórica dos R$ 300 bilhões.
No final do ano passado, o total de recursos depositados na poupança era de R$ 270,5 bilhões. Em agosto deste ano, chegou a R$ 294,9 bilhões. Essa diferença se deve não só à captação positiva do período, mas também à rentabilidade do dinheiro que já está aplicado, o que gerou mais R$ 12,3 bilhões.
Migração de investidores
A retomada dos investimentos na caderneta de poupança acompanha a recuperação do emprego e da economia brasileira nos últimos meses.
Pesa também a queda na taxa básica de juros, que diminuiu a rentabilidade de vários fundos de investimento. Nesse caso, a poupança leva vantagem por não ter, por exemplo, a cobrança de Imposto de Renda e taxa de administração.
Em maio, o governo chegou a anunciar que iria cobrar Imposto de Renda das aplicações na poupança acima de R$ 10 mil a partir de 2010, para evitar uma fuga de grandes investidores dos fundos para esse tipo de investimento. Como essa migração não ocorreu, o projeto continua engavetado no Ministério da Fazenda.
Também está em estudo a redução de IR para os fundos de investimento ainda neste ano, o que também não saiu ainda do papel.
Neste ano, a caderneta de poupança acumula um rendimento de 4,75%, acima da inflação de 2,95% acumulada pelo IPCA-15.