Os resíduos advindos das fábricas do PIM (Polo Industrial de Manaus) terão um novo destino, que não os lixões da cidade: seu tratamento e comercialização serão mais uma oportunidade de geração de renda e emprego para o trabalhador amazonense.
Encontra-se em fase de elaboração o Plano Diretor destinado a introduzir um sistema de gestão integrado de tratamento e destinação final dos resíduos industriais. A Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) em parceria com a Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas) e a Câmara de Comércio e Indústria Nipo-Brasileira do Amazonas e instituições ligadas à área ambiental do Estado estão à frente dessa iniciativa pioneira.
“O trabalho é importantíssimo, pois estamos realizando uma revisão da atual gestão de resíduos feita pelas empresas do PIM. A partir dessa revisão, poderemos fazer inferências do tipo: o que temos de gestão hoje precisa ser mudado?”, explicou a coordenadora geral de Comércio Exterior da Suframa, Gracilene Belota.
Em 2008, foi assinado um Acordo de Cooperação Técnica entre a Suframa, a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), dando início ao cronograma de atividades. O estudo tem uma vigência de 18 meses e começou em fevereiro deste ano.
Na primeira fase do plano, que compreende na revisão das atuais condições da gestão de resíduos e na elaboração de um relatório com esses dados, estiveram envolvidas 300 empresas, aproximadamente. Suas instalações foram visitadas e analisadas, dentro dos parâmetros do estudo. Os dados foram levantados por uma equipe formada por oito consultores contratados pela Jica.
“Em setembro do ano passado realizamos o I Workshop, cuja finalidade foi apresentar os resultados da revisão realizada”, disse Belota.
A partir do diagnóstico obtido pelos consultores, segue-se para a segunda etapa que diz respeito à formulação do Plano Diretor propriamente dito. No documento, constarão as propostas de soluções para o aproveitamento e destinação dos resíduos a serem implementadas no período de 2011 a 2015.
“As soluções serão testadas neste período em questão. E elas precisam atender aos 3Rs: reduzir, reutilizar e reciclar, que se referem ao descarte adequado dos resíduos”, salientou a coordenadora.
De uma forma geral, segundo informou Belota, durante as entrevistas, as empresas foram bastante receptivas, muitas chegaram a subcontratar profissionais especializados para receber e entender o processo de formulação do Plano.
“Além de consolidarmos o objetivo de mostrar às empresas como conservar o meio ambiente e aproveitar economicamente os descartes feitos, a ação visa estimular que outras empresas se instalem no PIM para empreender na área de resíduos”, destacou Belota. Isso será possível graças a implantação de Bolsa de Resíduos, que funcionaria como um banco de dados sobre o mercado de oferta e demanda de serviços de resíduos industriais.
O Estudo conta com investimento de US$ 2 milhões do governo japonês.