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Planejamento de transporte na cidade

Os automóveis foram por muito tempo símbolo de desenvolvimento. Atualmente algumas pessoas chegam a dizer que os automóveis serão em um futuro breve tão mal vistos pela sociedade como os cigarros. Manaus não está desconectada do resto do mundo. Em um primeiro momento, verificar o trânsito em algumas vias foi até agradável, pois era símbolo de desenvolvimento. Os primeiros viadutos foram chamados de Complexos Viários e deixava todos na cidade muito felizes.
Alguns analistas acreditam que mais de 3.500 carros registrados por mês é um número alto para a cidade. Em minha análise é um número baixo, que espelha o nosso pouco desenvolvimento em relação a outras cidades do mundo, onde esse número pode ser diário. Chega-se a falar em rodízios de carros para nossa cidade, o que para mim não faz sentido algum, uma vez que existem inúmeras medidas prévias antes de uma ação radical como esta.
O transporte urbano é formado por um conjunto de muitas soluções, onde se devem buscar condições primeiramente para que seja evitada a geração de viagens. Isso significa que as pessoas deveriam ter acesso às suas necessidades de viagem através de breves caminhadas. Se isso não fosse possível, a cidade deveria induzir a isso, com a localização adequada de escolas, comércio, restaurantes, bancos a distâncias razoáveis para uma rápida caminhada de um ponto a outro.
Caso a caminhada não fosse possível, deveriam existir mecanismos para que as pessoas usassem bicicletas, onde poderiam se exercitar e, ao mesmo tempo, chegar rapidamente ao seu destino. Caso nenhum destes dois meios fosse possível, dada a distância, deveriam existir meios de transporte público com freqüência, segurança, conforto e preço adequados a incentivar o usuário a adotar a alternativa coletiva, ao invés de usar seu automóvel individual. Assim, fazer com que pessoas abandonem o carro está associado dentre outras ações a: (1) eliminação da necessidade da viagem, através da organização da cidade; (2) possibilidade de fazer a viagem através de caminhadas ou ciclovias, com a necessária estrutura para tal; (3) utilização de um transporte coletivo para, preferencialmente, pequenas distâncias; (4) utilização de um transporte coletivo para distâncias maiores, onde se leve rapidamente, com conforto, boa fre­qüência, custo equilibrado e grande quantidade de pessoas. Medidas como estas são fundamentais, antes de se pensar em aumento de IPVA, pedágio urbano ou restrições de circulação de automóveis pela terminação da placa.
Parece que temos o hábito de pensar em uma única solução salvadora para problemas complexos. Problemas sistêmicos demandam soluções sistêmicas. A Europa vem realizando ações com eficiência sobre o assunto faz algum tempo. Contudo, mesmo lá começam a existir problemas em cidades como Londres, onde se adotou o pedágio urbano. Note que lá o motorista é incentivado a deixar seu automóvel em casa, pois existem diferentes alternativas de transporte. A receita do pedágio urbano é toda encaminhada para a gerência do sistema e para investimentos em transporte coletivo e não para outro fim, como seu custeio operacional.
Ademais, existem hábitos necessários para o cidadão, como o respeito às sinalizações, onde os motoristas estacionem em lugares permitidos, evitando-se filas duplas ou triplas. Fico perplexo ao ver a existência de prédios de grande atração de viagens, chamados tecnicamente de Pólos Geradores de Viagem ou Pólos Geradores de Tráfego (escolas, faculdades, shoppings, bancos etc.) sem estruturas adequadas de estacionamento ou de acesso a transporte coletivo para a quantidade de público que recebem. Assim, os motoristas são forçados a estacionar de forma ilegal, reduzindo a velocidade da via e provocando congestionamento.
Outro problema é a utilização de ônibus, que usam paradas de dois lados da mesma via, provocando ora o fechamento do fluxo de uma faixa, ora o fechamento do fluxo de outra. Também muito comum na cidade são vias sem acostamento e sem largura suficiente pa

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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