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Pisos laminados e a sustentabilidade ambiental

É possível desenhar o caminho da própria humanidade usando somente os elementos da decoração. O design de objetos, do mobiliário, dos acabamentos utilizados nos sistemas construtivos oferece dados suficientes para se chegar à forma como diferentes culturas atravessam e atravessaram os tempos. A decoração de hoje, porém, apresenta, no mínimo, duas características que estão intimamente relacionadas com exigências da sua própria época: a ­praticidade e a sustenta­bilidade ambiental, que é um dos mais importantes fatos contemporâneos.
Falar em alternativas que respondam às solicitações das chamadas sociedades modernas por praticidade e respeito à sustentabilidade ambiental, sem abrir mão de atributos como charme e beleza, requer lançar mão dos pisos laminados. Isso ocorre tão naturalmente quanto o confronto com aquilo que, a despeito da beleza, é quase que uma “marca do passado”: a utilização da madeira maciça.
O compromisso das sociedades-consumidores, fabricantes, revendedores, produtores rurais, arrendatários de florestas, arquitetos, decoradores, designers, entre outros personagens da cadeia produtiva-com a responsabilidade ambiental e social é que move a todos pela busca de alternativas, estimulando a inesgotável criatividade humana.
A chegada dos pisos laminados ao Brasil, há uma década, é um sinal de evolução na história dos revestimentos. Sua fabricação se dá a partir de partículas de madeira proveniente de florestas plantadas. Ou seja, além de não se usar a totalidade da árvore para a produção do piso, e sim partículas, as espécies empregadas são ­cultivadas especificamente com a finalidade de utilização em processos pro­dutivos, como, por exemplo, o eucalipto.
Planta que domina a paisagem da Oceania, as várias espécies de eucalipto se adaptam praticamente a todas as condições climáticas. Mas isso não exclui –muito pelo contrário– o investimento das empresas florestais em pesquisas para o aprimoramento das técnicas de manejo florestal (afinal, quando se tem um manejo adequado, os plantios de eucalipto contribuem para a regulação do fluxo e da quantidade dos recursos hídricos e para a estabilização do solo, absorvendo 10 toneladas por hectare ao ano de carbono, reduzindo, assim, a poluição e, conseqüentemente, contribuindo para a remoção de gás carbônico da atmosfera).
A contribuição que os pisos laminados dão à questão da preservação do meio ambiente está ainda no fato de sua instalação não gerar qualquer entulho, de não abastecer com material indesejado os aterros ou possibilitar agressões ao ambiente pela má conduta de profissionais ou consumidores menos comprometidos com a causa da sustentabilidade ambiental.
Na lista de características que podem e devem convencer profissionais e consumidores a optarem por produtos que traduzem as sociedades modernas, os pisos laminados entram ainda com o apelo da praticidade, tanto de instalação como de manutenção, pois a falta de tempo é um desafio presente no cotidiano da maioria das pessoas.
Insistir, portanto, na utilização de produtos e matérias-primas que contradizem todas as solicitações por mais respeito aos recursos naturais, pela preservação dos ecossistemas e por qualidade de vida é dar uma inegável prova de que se permanece preso ao passado, quando dele só se deveria guardar, além dos bons exemplos, as boas lembranças. Como aquelas da casa da vovó, numa época em que era aceitável revestir todo o imóvel com piso de madeira maciça.

CLAUDIO FERREIRA DE OLIVEIRA é engenheiro mecânico, é diretor de Construção Civil da Eucatex.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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