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Pesquisa traz ânimo para o trade turístico no Amazonas

O nível de ocupação total de hospedagens no Amazonas registra tímido aquecimento na ordem de 5%. O resultado é o reflexo da crise que atingiu o segmento, que está entre os mais afetados durante a pandemia da Covid-19. Mas um estudo realizado pelo MTur (Ministério do Turismo) com empresários da hotelaria de todas as regiões do país identificou o impacto da pandemia de coronavírus no segmento e perspectivas de investir no setor. O que reacende a confiança dos representantes do setor.

O  Norte aparece em destaque entre as regiões com maior interesse em investimentos  no setor. Segundo a Pesquisa de Sondagem Empresarial – Empresários do Setor Hoteleiro de Turismo, apesar do cenário nacional demonstrar cautela em relação à realização de investimentos para o primeiro semestre de 2021. 

Segundo Manoel Linhares, presidente nacional da Abih Nacional  (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), a retomada do setor de turismo no país tem apresentado duas características: maior procura por cidades próximas aos locais de origem e por destinos ligados à natureza. E, no segundo aspecto, o estado do Amazonas possui inúmeras opções, devendo portanto retomar suas atividades com mais rapidez que outros estados. Essa percepção de que a demanda por destinos turísticos do estado deve aumentar reflete o otimismo e a tendência de aumento de investimentos percebidos na Pesquisa de Sondagem Empresarial – Empresários do Setor Hoteleiro, realizada pelo Ministério do Turismo em todo país. É importante ressaltar que a retomada das atividades no setor, um grande gerador de empregos, será muito importante principalmente para cidades menores, onde o turismo muitas vezes é a principal fonte de renda da população.

Ele avalia que os meios de hospedagem do Amazonas, como do país inteiro, tiveram um ano perdido, passando a maior parte do tempo fechados, sem nenhuma receita, e ainda tendo que realizar investimentos em protocolos de higiene para atender as exigências dos órgãos de saúde. “Mas com a retomada das atividades, o estado que sempre teve grande potencial turístico, certamente, se tornará foco de mais investimentos – como mostra o levantamento – devido à tendência de maior busca por destinos de natureza, sua principal característica”. 

O presidente da Abih descreve que o  segmento de hotelaria está passando por um momento muito difícil, com muitos meios de hospedagem encerrando suas atividades pelo país inteiro. “Temos procurado as autoridades em todos os níveis, mas só obtivemos algum apoio do governo federal que através da Medida Provisória 936 possibilitou a renegociação de contratos de trabalho e a redução de jornada e salários, além da suspensão dos abonos salariais, e com a MP 944 garantiu linhas de crédito para pagar os salários dos colaboradores do setor”

E conclui que é necessário destacar que apesar da intensa negociação com governos estaduais e municipais, o máximo que foi conseguido para amenizar a crise do setor foi em alguns casos a prorrogação de pagamentos de taxas e impostos. Não houve nenhum outro incentivo. “Pelo contrário, o que vemos são estados e municípios exigindo cumprimento de diversas normas da hotelaria, mas por outro lado, além de não apoiar o setor, simplesmente esquecem que hotéis, pousadas e demais meios de hospedagem investiram pesado e estão preparados para receber com segurança seus hóspedes, atendendo a todas as exigências dos órgãos de saúde, tendo produzido inclusive uma cartilha própria, chancelada pela Anvisa”, afirmou. 

Apesar de algo não consolidado, a intenção de investimentos na região, é vista como positiva pelo  presidente do SindHotel-AM (Sindicato dos Empregados do Comércio Hoteleiro do Estado do Amazonas), Gerson Almeida. Mesmo porque o segmento amarga prejuízos de 30% em relação ao número de novas vagas. “É uma boa perspectiva, porém enquanto a vacinação não for para todos o turismo vai definhar. É uma percepção a longo prazo porque a nível Manaus o turismo está na UTI há muito tempo. Mas, lógico, que é viável o incremento no mercado ainda mais no nosso estado que tem um potencial tão gigantesco.Com a inauguração do Tropical Hotel vai ser favorável para os demais hotéis aqui porque ele sempre foi o portal do turismo. todo e qualquer investimento na região Norte é bem-vindo. 

Sobre a pesquisa

Foi observada na Região Nordeste a segunda maior intenção de investimento (53,1%), seguida do Centro-Oeste (44,6%), Sudeste (36,4%) e Sul (35,6%).

“Sabemos que uma das tendências para a retomada das atividades é o turismo de natureza, então é muito interessante observar que os estabelecimentos do Norte e Nordeste estão dispostos a investir para receber esse turista no retorno das atividades para deixar a melhor lembrança”, comentou o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto.

Quanto ao faturamento, a expectativa é de recuperação parcial em relação aos prejuízos identificados no segundo semestre de 2020. De acordo com a sondagem, 82,5% dos empresários informaram queda no período. No entanto, no cenário de janeiro a junho de 2021, 44,6% indicam perspectiva de redução no faturamento, enquanto 32,4% acreditam em um crescimento e 23% preveem estabilidade. Quando observadas as regiões, o Sudeste aparece como mais otimista em relação ao crescimento no faturamento (35,6%).

Quando observada a demanda pelos destinos, 80% dos entrevistados informam que houve queda na procura pelos turistas. Para esse primeiro semestre, a expectativa para 32,7% dos empresários é de aumento e para 22,3% deles é de estabilidade, sendo que 45% apontam para um horizonte de queda da demanda turística. O Sudeste se destaca novamente com a maior perspectiva de aumento de demanda por destinos, com 36,1%.

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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