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Pesquisa mostra percepção do consumidor sobre estagnação econômica

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O pessimismo do consumidor manauense em relação à economia e ao comportamento dos preços diminuiu entre abril e maio, assim como a percepção das dificuldades para conseguir um emprego. A sensação de que a situação financeira familiar vai seguir na mesma, contudo, aumentou e é dominante.

A conclusão vem do confronto dos dados mais recentes da Pesquisa de Intenção de Compra e Confiança do Consumidor de Manaus, do Ifpeam (Instituto Fecomercio de Pesquisas Empresariais do Amazonas), com os de sua edição do mês anterior.

Para 51% dos consumidores ouvidos pelo Ifpeam na sondagem de maio – com validade para junho –, a economia amazonense vai sofrer piora nos próximos seis meses. Exatos 30 dias antes, esse percentual era de 61,5%. A situação econômica atual piorou nos últimos meses para 75,5% dos entrevistados, índice menor do que o de maio (87,5%). A fatia dos otimistas aumentou de 1% para 11% na mesma comparação.

Em contraste, a tendência dominante em relação à situação financeira familiar foi a percepção de que esta permanecerá inalterada, ao pontuar 61,5% contra os 44,5% do levantamento anterior. Tanto os otimistas – de 34,3% para 25% –, quanto os pessimistas – de 21,2% para 13,5% – reduziram sua participação.

A despeito do repique inflacionário dos últimos meses, o percentual de entrevistados que avaliam que os preços dos produtos vão aumentar no próximo mês caiu de 96% para 82,2%, entre as duas edições da pesquisa do Ifpeam. Em menor grau, cresceu a percepção de que os preços sofrerão rebaixa – de 4% para 4,6% –, e a fatia de consumidores que acreditam que tudo vai ficar na mesma saiu de zero para 13,2%.  

Para 89% dos consumidores, conseguir um novo emprego continua um pouco ou muito mais difícil quando comparado ao mesmo período do ano passado, mais de quatro pontos percentuais da marca do mês anterior (93,4%). A percepção de longo prazo é de melhora já que 79,1% dos entrevistados considera que as chances de arranjar uma colocação profissional no mercado de trabalho vai ficar difícil em três meses – contra os 98,2% que se manifestaram dessa forma na sondagem anterior.

Intenção de compras

Apesar da melhora relativa na visão do panorama econômico, o consumidor manauense diminuiu sua intenção de compras entre os meses que antecedem o Dia das Mães e o Dia dos Namorados. Em ambos os casos, o vestuário liderou a lista de preferência, com queda de 15,3% para 6,5%. O mesmo ocorreu com calçados (de 9% para 4,8%), celulares (de 7% para 2%), informática (de 3,8% para 0,5%) e relojoaria (de 5,5% para 1,3%), entre outros.

Os consumidores pretendem gastar, em média, R$ 140 com o presente do Dia dos Namorados. A quantia é R$ 100 inferior à intenção de compras manifestada para o Dia das Mães (R$ 240) e R$ 8 menor do que a quantia informada para o Dia dos Namorados de 2018 (R$ 148).  

A pesquisa foi realizada por zonas e bairros de Manaus, junto a 400 consumidores. A maior parte (52,8%) tem renda familiar mensal de um a dois salários mínimos (R$ 999 a R$ 1.996), sendo seguidos pelos 30% que vivem com até um mínimo mensal (R$ 998), pelos 16,6% que recebem acima de dois e até três mínimos (R$ 1.997 a R$ 3.992), e pelos 0,5% que ganham mais de quatro mínimos (R$ 3.993 em diante).

Os assalariados com carteira assinada (48,3%) responderam pela maioria das pessoas ouvidas, sendo seguidos por funcionários públicos (16,5%), autônomos (14%), estudantes (3,5%), aposentados ou pensionistas (3,3%), assalariados sem carteira assinada (0,8%) e profissionais liberais (0,8%). Pelo menos 13% dos ouvidos estavam desempregados, no momento da pesquisa.

Dificuldades e passarelas

Em relação às diferenças de intenção de compra entre as pesquisas, o presidente em exercício da Fecomercio-AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas), Aderson Frota, ressalta que o Dia das Mães é percebido por consumidor e lojistas como mais importante do que o Dia dos Namorados.

O dirigente diz não ver motivos para a melhora na percepção do consumidor de Manaus em relação ao comportamento dos preços, da empregabilidade e da economia como um todo. Pela mesma razão, Frota não se surpreende que o ticket médio de compras para o Dia dos Namorados esteja mais baixo neste ano.

“O pessimismo sempre acaba sendo mais forte que o otimismo, por inércia. E houve um certo desalento nos últimos meses, em função da agenda política. Mas, as dificuldades constroem passarelas e a perspectiva de retomada não está descartada. Os empresários – e creio que boa parte dos consumidores também – estão confiantes que algum entendimento virá e que as reformas vão sair”, concluiu.

 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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