Quem pensa que o Orkut é apenas um ponto de encontro de amigos e uma forma de retomar contato com antigos colegas está muito enganado. Perfis, depoimentos, recados e comunidades podem dizer muito sobre você e, inclusive, decidir o seu futuro profissional.
Segundo Eliane Sarcinella, executiva de recursos humanos e diretora da TGR (empresa especializada em assessorar jovens no início de carreira), muitas empresas utilizam esta rede de relacionamento para saber o que o candidato pensa e o que pensam sobre ele, através de informações pessoais, dados acadêmicos e profissionais.
Por meio deste moderno canal de informação, os recrutadores conseguem identificar com mais profundidade a essência do candidato. Erros de português, interesses profissionais, culturais e ampla rede de amigos, são estes os principais quesitos observados pelos selecionadores.
Em contrapartida, eles evitam profissionais que depreciem o trabalho, participando, por exemplo, de comunidades do tipo “Eu odeio trabalhar” e “Detesto meu chefe” ou que demonstram um comportamento reprovador: “Eu bebo até cair” e “Eu só assisto à TV”. Apesar de engraçadas, essas comunidades passam a idéia de superficialidade que não condiz com a realidade de muitas empresas.
Na maioria das vezes, tais informações são decisivas na hora da contratação porque esclarecem pontos fundamentais para o empregador. Normalmente, seria omitido pelo candidato e só viria a ser descoberto com a convivência e após já contratado.
“O currículo e a entrevista são determinantes para a contratação, mas consultar a página pessoal do Orkut também é válido para complementar o perfil do candidato. Através das comunidades virtuais os internautas registram detalhes de sua vida pessoal e demonstram preferências e aversões”, relatou Eliane.
A profissional ressaltou que nem tudo deve ser levado em consideração, como por exemplo, um candidato que integra a comunidade “eu odeio acordar cedo”, não significa que ele chegue atrasado ao trabalho, mas de qualquer forma, cabe uma avaliação do empregador.