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O gás é nosso

Os efeitos das ações do homem sobre o meio ambiente vieram à tona com as mudanças, já sentidas, no clima. O cenário torna, portanto, a preocupação com o uso público de energia limpa ainda mais determinante. A chegada do Gás Natural de Urucu a Manaus, advindo de Coari (distante 421 quilômetros de Manaus, via fluvial), insere o Amazonas numa nova era energética.
Para o engenheiro eletricista José Luiz Gonzaga, gerente do Departamento de Gestão de Contratos da Amazonas Energia, o fato de o Estado estar isolado eletricamente do Sistema Interligado Nacional é agravado pela região ter forte predominância de geração termoelétrica, muito mais cara e poluente do que a geração por hidrelétrica, essa última, fortemente predominante no nordeste, centro e sul do Brasil.
“Tal condição levou o governo federal a introduzir uma subvenção que contribuísse com grande parcela dos custos de produção dessa energia termoelétrica, com vistas a trazer uma modicidade no preço da energia elétrica em nossa região”, afirmou Gonzaga.
A subvenção a que se refere o engenheiro é denominada Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis dos Sistemas Isolados – CCC-ISOL, cuja administração fica a cargo da Eletrobrás.
Na prática, segundo os dados da Amazonas Energia, essa faci­litação tem como objetivo principal gerar o reembolso de parte dos gastos com combustíveis utilizados na geração de energia elétrica nas usinas localizadas em regiões isoladas eletricamente.
Para os ansiosos por uma redução imediata no preço da energia elétrica, a dica é se informar mais sobre a transição das matrizes. “O menor custo do gás natural irá reduzir prevalentemente a parcela da CCC-ISOL. Como esta redução não chega a zerar a subvenção de tal forma que reduza também a parcela paga pelo consumidor, consequentemente, não haverá redução do preço ao consumidor”, desmistificou ele.
“A introdução do gás natural no Estado significa que vamos substituir uma energia cara e poluente por uma fonte barata e correta, do ponto de vista ambiental. Ganham Estado, população e o Brasil como um todo”, acredita a deputada federal Vanessa Grazziotin.
Para a indústria, essa mudança energética terá impactos ainda mais profundos. “Com o gás, iremos dispor de maior segurança no fornecimento de energia, fator fundamental para a instalação de novas indústrias”, declarou a deputada.
De acordo com Grazziotin, serão 5,5 milhões de metros cúbicos de gás que chegarão a Manaus, por dia, dos quais 80% têm como destino as indústrias e os veículos (Gás Natural Veicular) e 20% para o abastecimento de casas.

Logística

Segundo informações passadas pelo gerente do Departamento de Gestão de Contratos da Amazonas Energia, o gás natural é extraído da província de Urucu, que dista 600 quilômetros da capital do Estado, de onde é bombeado, sob altas pressões, para Coari e Manaus.
Ao chegar a Manaus pelo gasoduto, o gás é destinado aos citigates ou ponto de chegada a uma cidade, de onde segue sob pressões mais baixas, objetivando sua passagem por áreas habitadas (residenciais, industriais etc.). Os ramais de distribuição, continuidade do gasoduto na ambiente urbano, seguem, sob baixa pressão, até o ponto de entrega ao seu consumidor final.

Novas oportunidades

A chegada do gás também é um vetor de atração de investimento. O fato de o recurso estar disponível continuamente 24h por dia – 365 dias ao ano atrai novas empresas, contribuindo para a geração de empregos na região. Na mesma medida, estimula o estudo e a inclusão de matérias sobre o assunto na grade de ensino desde a faixa dos cursos profissionalizantes de nível médio até níveis de doutoramento.
No Polo Industrial de Manaus, o uso do gás natural pode ser uma alternativa mais barata à geração de calor (caso do polo cerâmico de Iranduba). O fornecimento do nitrogênio existente em sua composição aquecerá também a produção de nitrogenados industriais.

Benefícios imediatos:

aNas termoelétricas: menos manutenção, melhor disponibilidade de equipamentos, combustão limpa e mais eficiente (polui menos);
aMaior segurança, pois diminui o risco de explosões e incêndios;
aProduto fácil de ser estocado, exige menor investimento em armazenamento, diminuindo riscos à instalação;
aMenor risco de interrupção da geração de energia, pois é fornecido continuamente 24h por dia – 365 dias ao ano;
aRedução de roubos e desvios de combustível;
aMenor custo e consumo de diesel ou outros combustíveis líquidos, reduzindo tráfego de caminhões e balsas que transportam estes.

Pontos de distribuição:

aEm Manaus – Usinas Termoelétricas da Amazonas Distribuidora de Energia:
– UTE Mauá e UTE Aparecida.
aEm Manaus – Usinas Termoelétricas de Produtores Independentes de Energia:
– UTE Ponta Negra, UTE Cristiano Rocha, UTE Manauara, UTE Mattos (Tambaqui) e UTE Fran (Jaraqui).
aNo Interior – Serão instaladas novas usinas termoelétricas a gás natural substituindo a matriz atual que utiliza combustível líquido/diesel.

No rastro do gás

O Amazonas detém a segunda maior reserva de gás natural do Brasil, com 52 bilhões de metros cúbicos, atrás apenas do Rio de Janeiro
O Gasoduto Coari-Manaus terá cerca de 420 quilômetros de extensão e atravessará os municípios de Coari, Codajás, Anamã, Anori, Caapiranga, Manacapuru, Iranduba e Manaus.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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