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O Amazonas e o futuro

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Com o avançar do Século 21 pesquisadores das demais Ciências vem se preocupando com o futuro, do Homem e do sistema econômico que afeta e impacta a vida humana em sociedade, haja vista o acontecer célere das mudanças com as quais as sociedades enfrentam no mundo atual, intensificando os níveis de incerteza e, tornando mais complexo os processos, que indicam uma dinâmica sem precedente, fazendo toda diferença em tudo que se conhece ou que já foi experimentado até esses tempos.

O fenômeno das mudanças constantes tem requerido atenção maior por demandas especificas de planejamento estratégico econômico, prospecções fatoriais, cenários macroeconômicos e visões técnicas de algo que ainda não se tem ou não se concretizou (o futuro), tanto por gigantes corporativos quanto por parte de governos. Não há mais duvidas que a Economia esteja se orientando à valorização do conhecimento avançado, dos serviços tecnológicos altamente especializados, da tecnologia e da inovação, como fatores a orientar o emprego e a renda. Não existem mais fronteiras, os capitais flutuam e circulam em todas as direções, principalmente naquelas de maior rentabilidade e segurança e os conjugados macroeconômicos tornam-se uma realidade incontestável, haja vista a nova modelagem macroeconômica de desenvolvimento da China, que em breve surpreenderá o mundo. Contudo, o que ressalta aos estudos é a importância da consciência econômica ecológica-ambiental, crescem as pressões das sociedades sobre governos e corporações supranacionais, ampliam-se a percepção e compreensão que as inovações tecnológicas e outras formas de pensar a realidade exigem outros sistemas de governança pública, que possibilitem o estabelecimento de estratégias dentro da racionalidade econômica como instrumento para se construir vias de desenvolvimento econômico regional que valorizem as potencialidades das regiões e seus componentes endógenos. Para os economistas do Clube de Economia da Amazônia (CEA) a busca de sistematizar o fenômeno das mudanças constantes nesse século, leva a acreditar que os paradigmas que envolvem o passado ficarão para traz, se não saírem para a evolução que se descortina para frente, com outros métodos, outros campos de prospecção, novos objetivos, como aumento da diversidade, maior complexidade, interações e relações de interdependências, e com esses estudos de prospecção que influenciam no desenvolvimento econômico, as abordagens participativas de ambientes econômicos micros e macros, visam a construção de visões de futuro, tendo no sistema científico a ideia que esse futuro se constrói a partir da realidade presente. Lembrando que esse exercício é conhecido como foresight, que busca juntar esforços com ações objetivas e definidas em processos que envolvem aspectos de comunicação das TIC’s, como plataformas tecnológicas de gestão em constantes articulações com processos de mudanças e inovações, em busca de novas oportunidades de negócios e serviços. Visto assim, os especialistas do CEA defendem que, para se adaptarem aos novos modelos de gestão, mudanças e incertezas, as corporações e os governos devem tornar-se inovadores, alterar seus modelos mentais do passado, trocar as ideias tradicionais provincianas, ‘olhar por sobre o muro’ que cerceia a inteligência, a meritocracia e a valorização do conhecimento. Por isso que aqueles profissionais do CEA entendem que o Amazonas já perdeu muito tempo na zona de conforto com as riquezas que o modelo Zona Franca de Manaus (ZFM) e seu único espectro visível, o Polo Industrial de Manaus (PIM) geraram ai longo desses 50 anos. Entretanto, se continua a perder tempo, principalmente com o desperdício dos fatores naturais, com a contínua prática do extrativismo predatório, das oportunidades não aproveitadas, da adoção de forma de gestão pública atrasada, que grassa em todos os Municípios amazonenses. Por intermédio de pesquisas, preocupa-se por não se estar sendo preparados para o futuro, a juventude amazonense e seus jovens estudantes, ainda não se tem um modelo de desenvolvimento econômico regional amazonense e a sociedade do Amazonas, pelo visto, não sabe ou não quer processar melhorias em suas opções de escolhas.

O estado do Amazonas deve desenvolver competências e construir habilidades da gestão pública que possibilite uma modelo de governança que objetive o futuro e que permita aproveitar as capacidades de se mover e alcançar seu próprio desenvolvimento econômico, em face das riquezas potenciais que detém, pois se questiona a quem interessa esse território permanecer e se conservar com está? Nesse sentido que os especialistas do CEA sustentam que uma nova agenda de desenvolvimento econômico regional seja construída dentro da capacidade de incorporar o planejamento espacial territorial prospectivo como instrumento para construir vias de dinamização do potencial das regiões que valorizem os fatores endógenos. E, que não se atenham em antigas formas tentadas no passado e, não pode se limitar a repaginar temas e propostas de projetos centralizados e fracassados. O Amazonas precisa sair dessa mesmice que se tem vivenciado nesses últimos 50 anos. A construção do futuro que todos precisamos implica necessariamente em considerar, de forma integrada, ambiente, economia e a sociedade.

Os tempos mudaram e as incertezas são constantes, se precisa preparar não somente o estado, mais a sociedade para o futuro, principalmente os jovens por intermédio de um sistema educacional que valorize o homem, o conhecimento e o mérito que abarca as ciências. Assim como, as tecnologias e as inovações, que transforme a sociedade amazonense no sentido de pertença que essa imensa riqueza que o Amazonas é depositário, com o direito a uma vida digna e com qualidade. Para que possamos construir o futuro teremos que estudar enquanto outros dormem, trabalhar enquanto outros se divertem, lutar enquanto outros descansam para que depois no futuro possamos viver o eles sempre sonharam. Não é mais compreensível que o Amazonas possua tantos recursos naturais que podem ser transformados, via racionalidade econômica, em potenciais fatores produtivos e ter seu povo paupérrimo, pois ainda não vimos nenhum ganho por termos e sermos guardiões desse imenso bioma que beneficia todo o Brasil e parte do mundo.

Nilson Pimentel

Economista, Engenheiro, Administrador, Mestre em Economia, Doutor em Economia, Pesquisador, Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected]
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