Enquanto o governo discutia formas de cobrar IR (Imposto de Renda) sobre os ganhos na caderneta de poupança, a quantidade de pessoas com mais de R$ 50 mil em depósitos cresceu 9%. Esses aplicadores são justamente o alvo da equipe econômica, que pretende que eles paguem 22,5% sobre o rendimento a partir de janeiro de 2010.
O comportamento do primeiro semestre deste ano reforçou uma tendência que vinha sendo verificada nos últimos dois anos, apesar da sequência de alterações promovidas pelo governo nas regras da correção da poupança. Desde 2007, o total de clientes com mais de R$ 50 mil subiu 50%, segundo dados do FGC (Fundo Garantidor de Crédito). Até pessoas com perfil pouco comum para uma aplicação voltada a pequenos poupadores -por exemplo, clientes com mais de R$ 1 milhão disponível para investir- aumentaram a participação na caderneta em 15,4% em seis meses. Considerando os últimos dois anos, o número de “milionários” da poupança aumentou de 2.946 para 4.410 pessoas.
Neste ano, com o anúncio de que a poupança poderá ser tributada a partir de 2010, esses poupadores -que são minoria no universo de 90,8 milhões de contas- aproveitaram para obter ganhos maiores antes da cobrança do imposto.
Na outra ponta, o número de pequenos aplicadores (com menos de R$ 50 mil aplicados) ficou praticamente estável. Isso depois de crescer 17,5% em dois anos. As contas com depósitos entre R$ 100 e R$ 15 mil concentram a maior fuga de dinheiro da poupança no período.
Número de poupanças com saldo superior a R$ 50 mil registra crescimento de 9%
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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