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Nenhum dia é apenas um dia

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Mais do que nunca o momento que vivemos no mundo todo com a pandemia do Coronavírus fica evidente que nossa vida é um sopro, tão frágil que somos, e a total debilidade de nossos planejamentos, uma vez que não temos certeza do amanhã, e por mais científicas que forem nossas pesquisas sobre o futuro, ainda assim não conseguirão prever todas as variáveis capazes de mudar o rumo da história.

Como eu, tenho certeza que existem inúmeras pessoas que estavam com as agendas lotadas, uma porção de compromissos milimetricamente planejados, com hora, minuto a minuto para que tudo desse certo, e, de repente, agenda vazia e um reorganizar da rotina para encontrar recursos e meios de fazer a vida continuar andando com alegria e leveza, frente a tantas notícias de doença e morte ao redor do mundo.

Mesmo com todo esse cenário, continuo com a certeza de que dias melhores virão e que tudo acontece para um aprendizado, e neste caso específico, que grande aprendizado, que proporção de aprendizado, que profundidade de aprendizado, que extensão de aprendizado. Na minha perspectiva o aprendizado atual nos levará  para o amor. Para o amor na essência, no amor de sermos dependentes de Deus, no amor de sermos lar que muitas vezes era apenas morada, no amor de sermos família que muitas vezes era apenas gente que encontramos de vez em quando para dormirmos sob o mesmo teto, no amor de sermos presença, mais off-line e menos on-line, amor de sermos união e menos rivalidade, amor de sermos gente e não máquinas.

Particularmente, tenho valores familiares muito fortes vindos de meus pais e avós. Temo a Deus em cada passo. Sou agraciada por ter um esposo e filho de comercial de margarina, e tive a felicidade de ter encontrado na minha jornada uma amiga, que é uma, em meio a tantos papéis que várias amigas não conseguiriam suprir, uma equipe de trabalho fantástica, de pessoas guerreiras, comprometidas, orientadas por resultado e foco no cliente. Mas, não estar em uma rotina frenética de trabalho me trouxeram 1 dia de tristeza. Sim, ontem foi meu dia de tristeza, e eu chorei. 

Tive tantas dúvidas, precisei tomar decisões dificieis para o meu negócio, cancelei projetos, mas hoje não mais. Permiti um dia de luto pelos planos que não seriam concretizados e acordei hoje como alguém que sabe que o medo faz parte, mas, coragem! 

Eu sei que o dia de ontem foi especial, todo dia é. Foi o dia de aprender tantas lições, foi dia de entender que meus planos podem ser excelentes, mas muitos deles são meus e não de Deus, e os Dele com certeza, são muitos melhores do que os meus. Foi o dia de agradecer por ter dado errado, porque pude ver tantas providenciais que eu não havia percebido que me trouxeram ao dia de ontem de forma tão suave, tranquila e serena. Foi tão natural que embora fosse doído, foi tão certo de que tenho que continuar investindo meu tempo no céu, porque continuo estrangeira por aqui, e que bom isto. 

Seria melhor se fosse diferente e todos os meus planos tivessem dado certo? Não posso responder, talvez até pudesse ser mais fácil continuar fazendo o que sempre foi feito. Hoje, de certo, parece um dia mais recheado de problemas, dificuldades, de dor pela dor do outro. Minha dor é tão pequena frente aos que estão enterrando seus entes queridos, tão pouca diante dos que estão enfrentando a doença, tão insignificante frente aos que nem casa tem para voltar e sei que para estes em situações, muito mais difícil do que a minha, olhar para o amanhã e ver o hoje como um dia especial é realmente muito complicado. Mas será que não podemos tentar? Dias como estes nos trazem uma grande chance, uma bela oportunidade, uma virada de mesa. Então? Será que todo dia não merece essa possibilidade e, assim, passar a ser um bom dia?

Depois de ontem, e do celebrar de hoje na certeza de um amahã ainda melhor, vamos seguir um dia de cada vez, e agradecer pelo presente do presente. Todos os dias são oitenta e quatro mil batidas do coração e vamos ser mais coração. Todos os dias são mil quatrocentos e quarenta minutos, e podemos aprender em cada minuto destes. Todos os dias uma rotação da terra, vamos cuidar melhor do nosso planeta. Todos os dias uma volta completa no relógio de sol, vamos ter mais calor humano. Todos os dias são vinte e quatro viradas de ampulhetas, vamos virar o jogo e vencer. Todos os dias um nascer e um pôr do sol, vamos renascer e sonhar. Todos os dias uma folha de papel em branco para escrever uma nova história e juntando cada página teremos um livro de uma boa vida, mesmo em dias não tão previsíveis, em dias não pensados ou planejados, mas de toda forma, vividos. E vividos como?

Perdoe-me, mas agora eu só consigo ver referências naquele que é o maior livro: “Este é o dia em que o Senhor agiu; alegremo-nos e exultemos neste dia” Salmo 118, 24. 

*Cíntia Lima é psicóloga, master coach e mentora organizacional – [email protected]

Cíntia Lima

é Psicóloga, Master Coach e Mentora Organizacional [email protected] - 92 981004470
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