O governo espera, com essa proposta, obter pelo menos quatro votos entre os tucanos para aprovar sua proposta. Na quinta-feira, Mantega almoçou com três senadores do PSDB -Arthur Virgílio (AM), Tasso Jereissati (CE) e Sérgio Guerra (PE)-, além do líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR), e do senador Aloízio Mer-cadante (PT-SP).
Segundo Jucá, o governo se comprometeu a apresentar “um cardápio de possibilidades” e ampliar os recursos para a saúde.
Também aceitou parte das reivindicações dos tucanos de desoneração, o que pode significar inclusive uma proposta de permitir que empresas usem parte do pagamento de CPMF para abater no recolhimento de outros impostos.
O PSDB fez seis pedidos:
1) controle do gasto com pessoal;
2) redução da carga tributária, com possível corte de alíquota da CPMF;
3) mais verbas para a saúde;
4) incluir a União nos limites estabelecidos pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal);
5) vincular a renovação do imposto do cheque à aprovação de uma nova reforma tributária no período de um ano;
6) prorrogar o “imposto do cheque” por apenas um ano.
Gasto com pessoal
No almoço, com senadores e ministro, Mantega afirmou que o controle de gasto com pessoal já está incluído em projeto de lei enviado ao Congresso. Sobre o aumento de verba para a saúde, o ministro apoiou a idéia e citou que a elevação poderia ser feita na regulamentação da CPMF.
Alteração no texto
O ministro rechaçou, entretanto, a proposta dos tucanos de estender a CPMF por mais um ano. O argumento usado para rebater a idéia é que se houver alteração no texto ele terá de retornar à Câmara, o que inviabilizaria a prorrogação a partir de janeiro de 2008.
“Isso colide com o projeto que foi aprovado. Por isso, não podemos aceitar os 12 meses”, disse Mantega.
Apesar do discurso conciliador, Arthur Virgílio alfinetou: “Foi bom o encontro, mas vamos ver o que o governo vai apresentar. Não vamos comprar terreno na lua”.