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Mercado aponta estágios em alta até o fim do ano

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Andréia Leite

Instagram: andreia-leite   Face: @jcommercio

O mercado de estágios em todo país deve ganhar fôlego até o fim de 2022. O  Ciee (Centro de Integração Empresa-Escola ) e a Tendência Consultoria apresentaram o estudo contendo a estimativa do contingente de pessoas ocupadas como estagiários no Brasil e prevê incremento de 13,3% no volume de estagiários, puxado principalmente pelas vagas represadas durante a pandemia causada pela Covid-19.

O estudo analisou a evolução histórica do número de estagiários nos Estados do país, mapeando os impactos da pandemia na abertura de vagas para os estudantes, assim como a projeção de oportunidades para o restante de 2022 e do próximo ano.

De acordo com a pesquisa, a projeção para 2023 também é de crescimento, mas com menor fôlego, cerca de 8,3%. Para Humberto Casagrande, CEO do CIEE, o aumento real do número de vagas será apenas a partir de 2024, já que mesmo com as previsões de crescimento, o número de estagiários não chegam ao mesmo patamar do nível pré-pandemia.

Segundo Lucas Assis, analista da consultoria Tendências, o contágio econômico da crise sanitária foi mais intenso na população jovem. “A empregabilidade dos jovens brasileiros foi desproporcionalmente afetada. Os primeiros anos de estágio são essenciais. Quem começa em crise começa com uma desvantagem duradoura”, conta.

Segundo o levantamento, em 2021 o número apresentado foi de 707.903 estagiários no país. Especificamente na região Norte o total apurado foi de 44.952 estagiários. “Considerando esse número, o Estado do Amazonas representa 32,47% da região, ou seja, 14.600 estagiários. Ao observar a série anual, o Estado acumulava, em 2017, 15.442 estagiários, 5% a mais que o número de 2021″, analisou Mônica Vargas, superintendente Nacional de Operações e Atendimento do CIEE.

O acúmulo de desequilíbrios econômicos, como aumento do deficit fiscal, deficit externo e inflação no teto da meta, associado à crise política e aos desdobramentos da operação Lava Jato, resultaram em contração do contingente de estagiários em 2016.

Após recuperação entre os anos 2017 e 2019, o número de estagiários reduziu significativamente em 2020, frente aos impactos econômicos da pandemia de Covid-19.

Desde então, a retomada da atividade econômica, o avanço da vacinação e a flexibilização do isolamento social, associados à demanda reprimida de consumo das famílias por bens e serviços, têm garantido maior dinamismo à expansão do número de estagiários.

Em meio ao desempenho positivo da atividade econômica recente, o contingente de estagiários somou 726.610 pessoas no país no 1º trimestre de 2022, superando em 18,2% o patamar do mesmo período de 2021. No Norte, esse quantitativo chega a 44.952. 

Em que pese o avanço do contingente de estagiários, é estimada ampliação da população desocupada no 2º semestre de 2022, frente aos impactos defasados do aperto monetário em curso, das incertezas políticas internas e da desaceleração global, bem como do encerramento definitivo do Programa “BEm” pelo governo federal.

Do ponto de vista macroeconômico, há expectativa de avanço do PIB total nacional em 2022 e 2023. Internamente, as surpresas com a inflação e a expectativa de que maiores efeitos do aperto monetário sejam sentidos nos setores mais cíclicos, nos próximos meses, atuam como importantes limitações ao PIB brasileiro.

Renda familiar

Ainda de acordo com o estudo, ao menos 40,4% dos estagiários estão concentrados nas classes D/E, com renda mensal domiciliar até R$3 mil, já os estudantes da classe C, com orçamento familiar de até R$7,2 mil, representam 37,7% dos estudantes.

Segundo Mônica Vargas, superintendente Nacional de Operações e Atendimento do CIEE, ao observar o cenário histórico essa sempre foi uma tendência, mas em 2021 esse percentual aumentou. “Esses jovens buscam oportunidade de estágio não só como fonte de inserção no mundo do trabalho para conhecimento e bagagem prática, mas também para colaborar na renda familiar”, afirma.

Sobre a pesquisa

Para obter a série de números de estagiários foi utilizada a base de dados da Pnad Contínua (IBGE), pesquisa realizada por meio de amostra probabilística de domicílios. A Pnad Contínua não investiga as pessoas com contrato de Estágio. Em função disso, foi definido um conjunto de critérios para identificação de estagiários na base da pesquisa.

O estudo considera como estagiário a pessoa ocupada a partir de 16 anos, sem carteira assinada, cujo contrato não ultrapasse dois anos, trabalhando até seis horas diárias em ofícios previamente selecionados e frequentando escola.

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TSE libera fundo eleitoral, e União Brasil recebe R$ 758 milhões

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) começou a depositar nesta segunda-feira (15) o fundo eleitoral nas contas indicadas pelos partidos para financiar o pleito de outubro.

Dono da maior fatia, o União Brasil recebeu exatos R$ 757.970.221,27, que serão distribuídos para seus candidatos a cargos majoritários e proporcionais.

As direções partidárias vinham reclamando da demora na liberação dos recursos, e relatavam pressão de candidatos ansiosos por contrair despesas de campanha. “A expectativa inicial era que o dinheiro tivesse sido transferido na semana passada”, diz Antônio Rueda, vice-presidente do União.

Na última quinta-feira (11), o presidente do PSDB, Bruno Araújo, disse que estava sendo alvo de pedidos insistentes de candidatos tucanos por celeridade no depósito da verba. “Estão querendo me comer vivo, mas eu não tenho nada a ver com isso”, declarou.

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País tem proporção recorde de candidaturas de mulheres e negros

Foto: 1608_A6b

Crédito: Divulgação

Legenda: Candidaturas de pessoas negras somaram 46,7%

O Brasil deve ter uma proporção recorde de candidaturas de pessoas negras e mulheres em uma eleição federal. Segundo dados parciais do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), das 26.398 candidaturas registradas, 49,3% são de pessoas negras e 49,1% de pessoas brancas. O percentual de mulheres na disputa soma 33,4%, até o momento.

Os números consideram os pedidos de registro apresentados à Justiça Eleitoral, antes, portanto, do deferimento ou não das candidaturas. As solicitações de inscrição no pleito terminaram nesta segunda (15), às 19h.

Apesar de o prazo oficial para registro de candidaturas ter acabado, os dados ainda devem ser atualizados com mais registros nos próximos dias, devido ao tempo de inserção das últimas fichas nos sistemas digitais.

A mudança no perfil dos candidatos ocorre na esteira das regras que buscam incentivar a participação política da população negra e das mulheres e melhorar a representatividade dessas parcelas da população nos espaços de poder.

Na eleição nacional estão em disputa os cargos de presidente, governador, senador, e deputados federais, estaduais e distritais.

Em 2018, candidaturas de pessoas negras somaram 46,7%, ante 52,2% de pessoas brancas. Em 2014, 44,2% eram de pessoas negras e 55% brancas. Foram consideradas candidaturas negras a soma dos postulantes que se autodeclaram pretos e pardos.

Já em relação à divisão por gênero, o maior percentual de mulheres até então havia sido registrado em 2018, com 31,8%. Agora, segundo os registros parciais, são 33,4%.

Em dezembro de 2021, o TSE aprovou resolução que estabeleceu regras de distribuição dos recursos do fundo eleitoral para este ano.

As legendas precisam distribuir o dinheiro para financiamento de campanha de forma proporcional para candidatos negros e brancos, levando em consideração o número de postulantes em cada partido.

Além disso, a partir deste ano os votos dados a candidatas mulheres ou a candidatos negros para a Câmara dos Deputados serão contados em dobro na definição dos valores do fundo partidário e do fundo eleitoral distribuídos aos partidos políticos. A medida será válida até 2030.

Os partidos devem reservar, no mínimo, 30% do fundo eleitoral para mulheres, que deverão aparecer nessa mesma proporção de tempo na propaganda de rádio e TV. Desde 2009, mulheres precisam ser 30% das candidaturas registradas por um partido.

Para Beatriz Mendes Chaves, mestranda em ciência política, no caso das mulheres, existem avanços mais significativos, já que a legislação para garantia da inclusão e propulsão de candidaturas femininas vem sendo aprimorada paulatinamente desde 1995.

“Quando comparado à dimensão racial, temos estudos mais aprofundados [sobre gênero], já que a informação racial sobre as candidaturas foi incluída no TSE apenas em 2014, o que limitou muito o entendimento sobre essa questão no Brasil”, diz a especialista que tem se dedicado a estudar o processo eleitoral brasileiro com foco no financiamento de candidaturas femininas e negras

De acordo com ela, existe uma tendência de que o desempenho dessas candidaturas seja positivamente impactado com a reserva desses recursos partidários, pois o dinheiro para o financiamento de campanhas demonstra ser fundamental para melhorar o sucesso eleitoral dessas candidaturas.

Considerando as candidaturas no geral, os 26.398 pedidos de registro computados até agora representam 1.804 a menos que a eleição de 2018, que teve 28.202 candidatos concorrendo aos cargos de presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual.

Já entre os cargos em disputa nesta eleição, há um maior número de candidatos a deputados federais: 9.893 no total, 1.350 a mais que no último pleito.

O calendário oficial das eleições de 2022 prevê que os brasileiros irão às urnas no dia 2 de outubro escolher os novos representantes do Congresso Nacional.

O segundo turno das eleições está marcado para o dia 30 de outubro. A segunda rodada de votação ocorre caso um dos candidatos para os cargos de presidente e governador não alcance a maioria absoluta de votos.

Ou seja, para levar no primeiro turno o candidato a um dos cargos do Executivo precisa obter mais da metade dos votos válidos (excluídos os votos em branco e os votos nulos).

Esta será a primeira vez que o pleito contará com a possibilidade das federações partidárias, mecanismo que permite que os partidos se unam na disputa, somando tempo de TV e também no cálculo do quociente eleitoral para distribuição de cadeiras.

Uma diferença para as coligações é que, na federação, os partidos devem atuar em conjunto por pelo menos quatro anos.

Na estreia das federações, o maior grupo será o Fé Brasil, que agrega PT, PC do B e PV, com 1.519 candidatos.

O PL e a União Brasil são os partidos que registraram maior número de candidatos até agora: 1.540 e 1.462, respectivamente.

O PL é o partido com o crescimento mais expressivo em relação ao último pleito, com mais do que o dobro de registros apresentados (aumento de 120%). Em seguida aparecem PTB (87,8%), PP (75,9%), PSD (68,7%) e Republicanos (68,2%).

Somados, os três partidos que integram a candidatura de Jair Bolsonaro (PL, PP e Republicanos) registram um robusto aumento no número de candidatos em comparação com quatro anos atrás.

Já são mais de 4 mil nomes inscritos, o que deve elevar o centrão ao topo do ranking de concorrentes por vaga.

O número de candidatos que cadastraram nome social não sofreu grandes mudanças, mas já supera o total dos que informaram a nova identidade no pleito de 2018, quando a opção foi incluída pela primeira vez. Até o momento, são 32 registros, quatro a mais do que nas últimas eleições gerais.

Isso não quer dizer, porém, que esses candidatos sejam todos transgêneros, nem que todos os candidatos transgêneros estejam nesta lista. Em 2018, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais identificou 53 candidaturas de pessoas trans.

Por um lado, pode haver erro no preenchimento do registro junto ao TSE. Por outro, pessoas trans que fizeram a mudança de nome no Registro Civil já concorrem com a nova identidade, independentemente, portanto, do cadastro de um nome social na ficha eleitoral.

Estarão em disputa neste ano a Presidência da República, o governo dos 26 estados e do Distrito Federal, um terço das 81 cadeiras do Senado, as 513 cadeiras da Câmara dos Deputados e as vagas nas Assembleias Legislativas dos estados.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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