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Medo do desemprego enfraquece comércio

Ainda que em crescimento, a ICF (Intenção de Consumo das Famílias) pesquisa da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) na região Norte esbarra na falta de segurança em relação ao emprego atual. Enquanto a ICF nacional cresceu 4,1% na passagem de agosto para setembro, o Norte do país registrou 103,2 pontos (de um total de 100) de insegurança quanto à manutenção do emprego, o que compromete a aquisição de novos bens e a contratação de serviços.
A pesquisa afirma que a reação da confiança dos consumidores, embora ainda insuficiente para permitir uma recuperação do comércio, têm viabilizado perdas menores nos últimos meses. Outro ponto favorável seria a queda do dólar nos trimestre terminado em julho. Ainda assim, o medo do desemprego tem sido impactante para novos negócios, afirma o presidente da ACA (Associação Comercial do Amazonas), Ataliba David Filho.
“Em todos os indicadores vemos esse contraponto. Algo animador é sempre seguido de um dado negativo, nesse caso o medo do desemprego, o que impede as famílias de se arriscarem em novas dívidas. Mesmo com as melhores projeções, esperamos melhoras só a partir de 2017”, conta Ataliba Filho.
As melhores expectativas residem na confiança depositada na nova equipe econômica. “A equipe econômica atual é muito mais preparada. O comércio e outros setores estão otimistas com a volta da confiança do consumidor e também do investidor estrangeiro. O medo do desemprego é real, mas isso também é consequência do últimos anos, que foram desastrosos”, fecha o presidente da ACA.

Comércio na expectativa

O gerente de vendas da City Lar no Centro, Wanderley Teixeira também tem uma opinião oscilante entre o otimismo e as baixas expectativas. “Facilitamos crédito, oferecemos promoções, mas ainda assim está muito difícil. Em cidades do interior ainda há o medo da perda de cargos com a troca de prefeitos. Em Manaus, são as variações de empregabilidade do PIM (Polo Industrial de Manaus) que atrapalham o comércio”, comenta.
O desemprego no PIM inclusive tem feito com que antigos consumidores tentem vagas atrás dos balcões, conta a presidente da Alasc (Associação dos Lojistas do Amazonas Shopping Center) Mercedes Braz. “Houve um aumento considerável de candidatos egressos do PIM em busca de vagas de trabalho no shopping, mas as lojas estão em posição desfavorável para novas contratações, por conta das baixas vendas. Assim mesmo continuamos a expansão, confiantes em tempos melhores”, conclui.

Mais avaliações CNC

Outra avaliação recente da CNC tendo como base a queda menos intensa nas vendas do comércio nos três meses encerrados em julho (-1,0%), mostra que o cenário ainda não é animador para o varejo, que deve amargar seu pior resultado histórico no final de 2016. “Mesmo diante de expectativas menos desfavoráveis, dificilmente o varejo deixará de registrar seus piores resultados históricos. Para igualar 2015 – o pior ano do varejo até então -, as quedas nas vendas ante o mesmo período do ano passado não poderão ser maiores do que -0,9% e -7,5%, respectivamente”, afirmou o economista da CNC Fabio Bentes.
A percepção de que a crise vem lentamente perdendo força a reboque da suave desaceleração da inflação e da retomada gradual da confiança de consumidores e de empresários levou a CNC a revisar suas expectativas de queda do varejo restrito de -5,4% para -5,2% e do varejo ampliado de -9,8% para -9,4% ao final de 2016.

Confiança no novo governo

Acreditando no aumento da confiança do consumidor, a proprietária da Mel Variedades, Dory Lobato espera bons negócios para o mês de outubro. “Trabalhamos com produtos mais populares, de presentes e papelaria, supérfluos nesse momento. Mesmo acreditando na tradição de presentear no 12 de outubro, vamos recorrer a promoções”, disse a comerciante.
Com a loja funcionando a sete meses no Eliza Miranda Mall (zona Sul), a comerciante vê nesse aumento de intenção de compras, a confiança nas medidas econômicas do governo Temer. “A confiança do consumidor veio com a nova equipe econômica. O dólar em baixa nos deu chance de fortalecermos o estoque e agora vamos espera que as coisas melhorem para vendê-lo, mesmo com o fantasma do desemprego”, finaliza.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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